sexta-feira, 6 de julho de 2012

Vida Depois da Vida



O mistério sempre fez parte da minha vida, ele sempre me perseguiu e, muitas vezes, por muito que eu tente desviar-me dele ou mudar de assunto, nunca consigo fazê-lo por muito tempo. O mistério volta sempre… penso que isto já nasceu comigo, não há nada a fazer, faz parte do meu ADN, está entranhado em mim. É a curiosidade de saber o que se esconde por detrás da cortina da realidade comum, convencional. Mesmo assim, acho que há casos bem “piores”! :) . Mas, importante é também dizer que por vezes é necessário algum cuidado em relação à forma como essa curiosidade se instala em nós, porque não são assuntos normais e, muitas vezes, demasiada obsessão com determinados temas (e até em relação a possíveis experiências que se podem fazer na tentativa de saber algo mais) pode não ser muito saudável, por isso, na medida do possível, esta curiosidade deve ser saudável e equilibrada, bem ponderada. Penso que quem estiver minimamente dentro destes assuntos, entenderá o que eu quero dizer…

Como é lógico, o tema desta publicação também não podia fugir à minha curiosidade.

Raymond Moody escreveu um livro intitulado “Vida Depois da Vida”, livro que depois viria a dar lugar a este documentário. Quando era miúdo lembro-me de ter estado com este livro nas mãos, achei-o curioso e, ao mesmo tempo, senti um certo respeito pelo tema, era o desconhecido, e, de certa forma, temos sempre um certo medo em relação ao desconhecido e a palavra morte causa-nos sempre uma sensação estranha. Mas a verdade é que só mais tarde dei maior importância ao tema e aprofundei-o melhor.

O termo “experiência de quase-morte” diz respeito a um conjunto de visões e sensações, frequentemente associadas a uma experiência mística e que surgem em situações de morte iminente devido a hipóxia cerebral (uma diminuição do fornecimento de oxigénio ao cérebro), geralmente na sequência de uma paragem cardio-respiratória. As descrições mais frequentes são: a visão do túnel; experiência de estar fora do corpo físico e flutuar acima deste; percepção da presença de pessoas à sua volta; visão de seres espirituais (embora a interpretação varie de acordo com a cultura, a filosofia ou a religião de cada pessoa); ampliação dos sentidos; etc.

Muitos Cépticos, alguns são cientistas, têm uma visão reducionista e materialista da questão e afirmam que, basicamente, somos uma esponja de químicos e que a consciência é uma espécie de subproduto (não sei se é a palavra mais adequada…) da actividade eléctrica e química dessa esponja. Nunca acreditei muito nesta teoria, simplesmente nunca fez muito sentido para mim… Tem de haver algo mais… Talvez a consciência não esteja rigidamente localizada em absoluto num determinado órgão, neste caso é o cérebro. Talvez ela seja algo mais livre, embora, momentaneamente, pareça depender do cérebro, mas não de uma forma absoluta.

A verdade é que ainda não sabemos praticamente nada sobre o cérebro, ou, por outras palavras, só sabemos muito pouco e , mesmo sobre esse pouco, nem tudo são certezas e talvez em breve tudo tenha de ser reescrito (algo do género já foi dito por um neurocientista, por isso não estou a inventar nada) e torna-se sempre difícil definir o que é exactamente a consciência. As neurociências têm ainda muito caminho a fazer e penso que ainda irão ter muitas surpresas.

Acredito que existem razões para pôr em causa esta teoria materialista, porque, entre outras coisas, existem indícios e informações que sugerem algo bastante diferente. Acho que por muitos argumentos que os cépticos possam ter, há sempre situações que eles não conseguem explicar:

-Em alguns casos, a morte foi declarada pelos médicos e há relatos de situações nas quais foi possível registar a actividade eléctrica do cérebro e o traçado mostrava-se plano, ou seja, sem sinais de actividade;

- A sensação de flutuar acima do corpo físico e conseguir ver de forma extraordinariamente detalhada tudo o que se passa ao seu redor;

- Fenómenos de percepção extra-sensorial;

-Pessoas cegas também têm as mesmas visões e descrevem de forma pormenorizada os procedimentos médicos, os instrumentos, os materiais utilizados e suas cores, e também as características físicas e o vestuário das pessoas presentes na sala, etc;

-Pessoas que no momento de se desprenderem do seu corpo vêem e ouvem tudo o que se passa na sala onde estão e nas salas ao lado, relatando mais tarde ter tido acesso a informações e pormenores que não podiam saber.

-Etc.

Depois dessas experiências, estas pessoas passaram a sentir uma outra paz interior e verificaram mudanças comportamentais, geralmente para melhor. Tiveram mudanças profundas e a sua vida mudou completamente e, principalmente, o medo da morte desapareceu (algo muito difícil de acontecer), porque, segundo a convicção delas, tomaram consciência de que a morte não existe. Foram, por isso, experiências libertadoras, transformadoras (como se fossem transformações alquímicas) e reveladoras da imortalidade de algo que podemos chamar de consciência.

Por muitas informações e referências que eu possa ter e, não tendo passado por esta experiência, é óbvio que não posso saber a verdade. Só sabe ou saberá a verdade quem experiencia algo assim ou então quem atravessa definitivamente esse possível portal e não volta mais ao seu corpo. E também existem outros tipos de técnicas e estimulações que podem produzir experiências semelhantes (talvez não exactamente iguais) no que diz respeito a experiência extracorporal, projecção de consciência, etc, podendo estas dar também algum tipo de insight.

Só a experiência directa das coisas pode revelar-nos a verdade, mas julgo existirem fortes motivos para acreditar.

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