domingo, 30 de setembro de 2012

O Mito da Caverna

A alegoria da caverna, escrita por Platão, é uma história sempre actual, por todas as razões e mais alguma.







sábado, 29 de setembro de 2012

Os Mistérios do Chi


Aqui estão dois exemplos de pessoas que afirmam ser capazes de controlar e usar o Chi (energia vital) de acordo com a sua vontade e, aparentemente, conseguem demonstrá-lo. A ser realmente verdade (e no primeiro caso, após ter sido estudado, não encontraram sinais de fraude), isto transforma automaticamente muitos praticantes, “mestres” e professores de Chi kung, artes marciais e outras práticas orientais em meros aprendizes de aprendizes.  











quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Estados Alterados

Testar os limites do corpo humano, os estados alterados de consciência, o domínio da mente e do corpo. Para uns, são coisas que, mediante uma disciplina rigorosa, treino e a utilização de técnicas específicas, podem ser atingidas por qualquer pessoa. Para outros, são coisas que dependem de diversos factores/condições e talvez não estejam acessíveis para toda a gente da mesma maneira (e com certeza que torna-se muito mais difícil para umas pessoas do que para outras). 

Este documentário fala sobre temas como a meditação e os limites do corpo humano, a hipnose, o curandeirismo e a visão remota (capacidade psíquica que, segundo os seus defensores, permite ver ou ter acesso a determinadas informações sobre um determinado local, objecto, lugar ou pessoa que situa-se longe do observador). 

Umas situações parecem ser factos já provados ou verificáveis, outras ainda são alvo de controvérsia.







quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Os Gigantes de Galdar

Avistamento de OVNI nas Ilhas Canárias, em 1976.



 



Da Servidão Moderna

"A servidão moderna é uma escravidão voluntária, consentida pela multidão de escravos que se arrastam pela face da terra. Eles mesmos compram as mercadorias que os escravizam cada vez mais. Eles mesmos procuram um trabalho cada vez mais alienante que lhes é dado, se demonstram estar suficientemente domados. Eles mesmos escolhem os mestres a quem deverão servir. Para que esta tragédia absurda possa ter lugar, foi necessário tirar desta classe a consciência de sua exploração e de sua alienação. Aí está a estranha modernidade da nossa época. Contrariamente aos escravos da antiguidade, aos servos da Idade média e aos operários das primeiras revoluções industriais, estamos hoje em dia frente a uma classe totalmente escravizada, só que não sabe, ou melhor, não quer saber. Eles ignoram o que deveria ser a única e legítima reacção dos explorados. Aceitam sem discutir a vida lamentável que se planeou para eles. A renúncia e a resignação são a fonte de sua desgraça". 

("Da servidão moderna"- 2009, de Jean-François Brient ).







domingo, 16 de setembro de 2012

Os Donos de Portugal


Ontem as pessoas fizeram manifestações e mostraram a sua indignação (e têm razão), só é pena que só agora estejam indignadas (e porque agora começa a tocar a todos), mas mais vale tarde do que nunca. Compreendo perfeitamente a situação, mas penso que não é com violência que chegamos lá (embora, no geral, as manifestações até foram pacíficas). Para além disso, manifestações, só por si, não resolvem nada (já foram feitas outras manifestações e não melhorou, aliás até piorou). Mas o que é que realmente as pessoas querem? Essa é a grande questão. Querem menos austeridade, mais emprego, etc, mas fica a sensação de que a maior parte das pessoas não está consciente ou sensibilizada para certas coisas e possivelmente não querem a verdadeira mudança/revolução, ou seja, desejam que se resolvam os problemas que estão a ter um impacto directo nas suas vidas (e na vida das suas famílias), mas dá a sensação de que ainda não estão a ter uma visão total da situação. Por isso, talvez não queiram a verdadeira mudança (relacionada com a construção, desde a base, de uma nova civilização com novas filosofias e um novo modo de viver) ou então simplesmente não acreditam que tal seja possível e isso é perfeitamente compreensível, porque a máquina está montada de tal maneira, estamos tão dependentes dela (quer seja no âmbito nacional e principalmente internacional) que torna-se difícil acreditar que é possível desmontar isto com segurança e construir algo diferente.







Sobre o FMI (que faz parte da troika): 











A Crise Financeira Mundial








sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Ecovilas


A Ecovila é mais um modelo alternativo e possui alguns elementos em comum com o projecto Vénus, mas parece possuir também bastantes diferenças, quer a nível de filosofia, quer a nível de projecto. Poderá ser implementado em conjunto com projectos como o projecto Vénus, poderá coexistir com ele e constitui mais uma alternativa ao actual modelo de sociedade. Um conceito que está associado às ecovilas é a Permacultura que, muito resumidamente, consiste num método holístico para a criação de comunidades ambientalmente sustentáveis, socialmente justas e financeiramente viáveis.

Este modelo baseia-se na produção local e orgânica de alimentos; sustentabilidade e utilização de energias renováveis; bioconstrução; preservação dos ecossistemas locais; economia solidária, cooperação e rede de trocas; Governança circular, empoderamento mútuo e decisões por consenso; apoio social e familiar; sistema de saúde integral e preventivo; incentivo à diversidade cultural e espiritual; educação transdisciplinar e holística e activismo local e global.






 Findhorn ecovillage: http://www.youtube.com/watch?v=RH7khKVgbgg




quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Projecto Vénus


Os mantras actuais são: crise; medidas de austeridade; Troika, desemprego; competitividade; produtividade (com tantos cortes não vai haver quem compre…e só vale a pena produzir se o ser humano for o foco principal e não a economia); incentivos à emigração; os mercados (esse bicho papão); é necessário aumentar a natalidade (com tanta gente desempregada e falida vai ser difícil. Para além disso, o planeta não aguenta com tanta gente a consumir, poluir e destruir seus recursos. Não é a quantidade que interessa e sim a qualidade… Às vezes dá a impressão de que temos de parir desesperadamente como se estivéssemos a tentar reconstruir a civilização depois do dilúvio); Novelas e mexericos da vida privada dos jogadores de futebol e outros famosos e exemplos de como enriqueceram (please!); publicidade (somos bombardeados); é preciso acreditar no nosso país (a sério? Mesmo sabendo que nada vai mudar -aquilo que mais interessa), etc, etc.

A minha pergunta é: Até quando vamos tolerar isto?

Possuímos um sistema económico altamente complexo, cheio de problemas e corrupção (basta ver como surgiu a crise mundial) e acredito que a maior parte das pessoas realmente não entende como estas coisas funcionam (eu pelo menos não entendo muita coisa e penso que isto tornou-se propositadamente complicado para que seja mais fácil controlar as pessoas). Também já percebemos que isto é tudo menos uma ciência exacta e está cheio de opiniões contraditórias. Vemos toda gente a tentar fazer negócio à custa de toda a gente (aliás, isto já era assim antes mesmo de existir capitalismo). Pagamos para viver! Sim, pagamos para viver! Por muito que digam o contrário, neste sistema actual, viver tem um preço!

Segundo dizem, o país está falido, ou seja, andaram a brincar durante anos, veio a crise mundial, as fragilidades acentuaram-se e agora anda tudo aflito e a fazer asneira da grossa na tentativa de emendar os erros do passado. Tudo isto já era de esperar e, mesmo que a crise não existisse, eu continuaria a pensar o mesmo: esta porcaria tem de acabar!

Na verdade, não existem crises, existe é estupidez e teimosia para não perceber que já devíamos ter mudado de rumo (gradualmente e de forma constante) há bastante tempo (Portugal e o mundo).

Saudades do passado? Não! Saudades do futuro!

Apesar de tudo, ainda acredito que o futuro vai reservar-nos boas surpresas e a crise pode servir como uma espécie de mola. Sabemos que existem imensas possibilidades que não estão a ser exploradas e que estamos a viver em esquemas ultrapassados que já não se adequam ao nosso tempo. Muita coisa evoluiu, mas outras permanecem dogmaticamente iguais.

Somos vítimas da nossa própria cultura, é o nosso “matrix”. As condições, os conhecimentos e a tecnologia evoluíram e existem condições para construir algo melhor, mas as mentalidades estagnaram e teimam em não mudar. Podemos dizer que, de facto, ainda não somos civilizados, caminhamos para lá, mas ainda não chegamos lá. Parece que preferimos ser constantemente inundados de publicidade que, em boa parte, incentiva-nos a consumir porcarias que não precisamos para nada. Possuímos um sistema económico estúpido que só alimenta desequilíbrios e estimula nas pessoas o que nelas há de pior. E a caridade e a boa acção que sai deste sistema faz lembrar a mão que dá e depois tira, ou seja, o sistema que lança as bases para os desequilíbrios acontecerem (globalmente), ao mesmo tempo faz actos de caridade e boas acções que mais não são do que paliativos, pois não resolvem a causa do problema e muitas vezes deixam as pessoas nas mesmas condições iniciais e que darão lugar a novos problemas num futuro próximo.

Vivemos numa espécie de liberdade que não é bem liberdade, onde tudo é agressivo (mesmo quando não está presente, essa agressividade está latente e disso todos mais ou menos “sofrem”. Não quero ser hipócrita, por isso incluo-me também nesse grupo. A coisa contagia por vezes, mas pelos menos estar consciente disso já é bom). Há sempre uma certa hostilidade no ar, embora muitas vezes uma certa defesa seja necessária porque nos dias que correm todos são nossos “inimigos” e torna-se necessário uma certa defesa para bem da nossa liberdade, torna-se necessário uma certa resposta, não só para trazer um novo ar, mas também para conservar nossa individualidade que muitas vezes é atacada severamente pelos mais superficiais ou pela “Gestapo de sonâmbulos” defensores do sistema. Mas é evidente que isso será a parte saudável da coisa e há formas de expressar as nossas opiniões e de dizer aquilo que sentimos sem entrar em esquemas mais pesados, por isso a agressividade que eu falava no início é de outro género. Embora muitas vezes o silêncio seja a melhor opção…

Pessoas e instituições (havendo algumas diferenças entre públicas e privadas pelas razões que todos já conhecemos) partilham essa agressividade, de forma geral claro, porque vamos encontrar sempre excepções em quase tudo.

Dentro deste sistema, o cinismo, a competição, a incompreensão e a inveja são estimulados. Padecemos de uma espécie de loucura colectiva com contradições difíceis de compreender, onde, por um lado se fala de ética e, por outro lado, cada um tenta tirar proveito do outro.

Insistem em escolher políticos e esquemas antiquados. As pessoas geralmente não têm sabedoria, reflectem pouco (e, quando o fazem, apenas reflectem dentro de uma caixinha), possuem conhecimentos insuficientes sobre determinadas coisas (e hoje, mesmo havendo muita gente com graus académicos, ser licenciado ou doutorado às vezes também não resolve nada, porque certas coisas não se ensinam nas universidades nem nas escolas…) e escolhem políticos que também não demonstram muita sabedoria, para depois passarem a vida a dizer mal deles!

Será que precisamos de políticos para alguma coisa? Gente que nos engana, limitados e com pouca capacidade de imaginação. O poder corrompe e, geralmente, quem disser que te quer governar, provavelmente quer é tirar-te a liberdade e favorecer os interesses do seu partido e os seus próprios interesses, e, claro, favorecer os interesses dos mais poderosos e influentes.

Não estará na altura de dar uma vassourada nestas pessoas (todos os políticos e partidos)? Não estará na altura de partir para outra coisa qualquer?

O partido que ganhou as eleições e está no poder nem a maioria obteve, porque, como houve muita abstenção, acabou por não representar a vontade da maioria da população. Neste contexto, a democracia ainda é mais falsa…

Para além disso, como é possível que uma só pessoa ou um conjunto reduzido de pessoas possa governar ou representar milhões de cidadãos? Parece-me absurdo! É um modelo de democracia que não me atrai.

Mas eu penso que a culpa não é dos políticos, a culpa é das pessoas que votam neles. O Estado não é dos políticos, o Estado é das pessoas e são as pessoas que os metem lá! Estávamos mal e depois o que aconteceu? As pessoas (algumas) foram escolher políticos ainda mais à direita, neoliberais e estes ainda servem melhor o seu dono... É por estas e por outras que eu acho que a democracia (tal como está) é uma treta, é mais uma forma de ditadura. Deixámos de ter um ditador a decidir por nós e passámos a ter um conjunto de pessoas que decidem por nós e praticamente não tomamos parte nas decisões que dizem respeito à nossa própria vida. Por isso, devemos estar zangados com o povo e não com os políticos, porque os políticos são bastante previsíveis, já temos muitos anos de experiência. 

Uma coisa é certa, não podemos continuar no mesmo caminho e temos de rever esta forma de democracia que, para além de não ser directa e de não estabelecer consensos, quase sempre faz escolhas pouco sábias, por isso o que temos hoje em dia é um conjunto enorme de pessoas controladas e com lavagem cerebral que exerce ditadura sobre uma minoria (talvez não seja tão minoria assim) que já percebeu o que se passa e não tem mais vontade de participar nisto. Não temos realmente liberdade, estamos a viver o mundo de outras pessoas, é o que é!

Recentemente li um texto que dizia: “O que nos tem de nortear seja a qualidade de vida, modesta talvez mas enriquecedora enquanto experiência humana, enquanto ligação com a natureza de que fazemos parte.” Eu concordo com isto, mas penso que terá de ser modesta num sentido prático, porque não acredito muito num voltar às raízes vivendo em cabanas (quem quiser fazê-lo pode), ou seja, não me considero um primitivista. Voltar às raízes como filosofia e estilo de vida em harmonia com a natureza que nos rodeia, isso sim, mas não podemos regredir. Hoje temos tecnologia e as condições suficientes para poder viver bem, com conforto, sem stress ou grandes problemas.

As estruturas de poder não vão mudar nada, temos de ser todos nós a exigir essa mudança inteligente e, se eles não quiserem, temos de deixá-los sozinhos, não cooperar e depois criar outra coisa qualquer… claro que em teoria tudo é sempre mais fácil…

É evidente que não existem sociedades perfeitas e as utopias não aparecem feitas instantaneamente, as utopias vão-se criando, são processos que talvez nunca atinjam 100% de perfeição porque há sempre algo que se acrescenta, existe um aperfeiçoamento constante, por isso não podem existir doutrinas totalmente rígidas e, embora possamos partir de pilares essenciais, tudo tem de estar sempre aberto ao diálogo e reflexão para não cairmos em coisas duvidosas e até perversas como algumas que temos hoje. Umas vezes são processos mais rápidos, outras vezes mais lentos, e, se olharmos para trás, em muitos sentidos estamos a viver hoje uma utopia, claro que noutros aspectos parece que estamos a regredir.

Podíamos começar a percorrer o caminho e muito podia já estar feito ou atingido e, se à partida dissermos que é impossível, então não vale a pena nem tentar. Necessitamos de algo que permita libertar as pessoas para uma vida mais plena e com sentido, onde a criatividade e a busca pelo autoconhecimento e novos horizontes possam se manifestar sem obstáculos desnecessários, onde cada um possa manifestar-se à sua maneira.

Neste sentido têm surgido projectos que possuem boas sugestões/alternativas e são baseados em conceitos interessantes, sustentáveis, mais humanos e respeitosos em relação à nossa liberdade e dignidade.

Um destes projectos é o projecto Vénus, criado por Jacque Fresco (que já deu uma conferência em Portugal). O projecto surge na tentativa de resolver problemas como o aquecimento global, a destruição do meio ambiente, o desemprego, o crime, a violência, a pobreza, a fome e a explosão populacional. Tem como objectivos: a criação de uma nova civilização global; a sustentabilidade; a utilização de energia de forma eficiente e a gestão dos recursos naturais da Terra usando automação avançada, focando nos benefícios à sociedade; economia baseada em recursos; usar tecnologias inovadoras e não-nocivas para o meio ambiente; um novo sistema social; a criação de uma sociedade pacífica em que todas as pessoas formam uma família global no planeta Terra, onde a competição, ganância e outras porcarias não terão espaço para se desenvolverem;

Jacque defende que os comportamentos disfuncionais da sociedade de hoje originam-se directamente do ambiente desumanizador de um sistema monetário (faz sentido). Refere que é necessário educar as pessoas (eu prefiro usar a palavra sensibilizar).Penso que se torna necessário uma nova consciência, porque a maior parte das pessoas acha que não há outro modo de viver senão este que é amplamente divulgado e incentivado.

Pessoalmente, não concordo com algumas opiniões pessoais de Jacque (só algumas) e, em relação ao projecto Vénus, penso que há muitos aspectos que não estão muito claros e devem estar abertos ao diálogo. No entanto, em geral, concordo com muito do que é aqui exposto e acho que vale a pena colocar a atenção nestas ideias. Muitos elementos são interessantes e, em muitos aspectos, a sua visão aproxima-se bastante da minha e em certos pormenores até a ultrapassa.

Uma das críticas que se costuma fazer ao projecto é o facto de se assemelhar a uma tecnocracia (Bem, em relação a isto, eu penso que a tecnocracia é algo que devemos evitar, pois baseia-se no controlo da sociedade exercido por uma elite). Os defensores do projecto afirmam que não é uma tecnocracia, pois existem algumas diferenças: o ser humano está sempre no centro, as pessoas estão em primeiro lugar e a tecnologia sem preocupação humana não tem sentido, a técnica existe para ajudar as pessoas e não o contrário; as equipas científicas não são círculos fechados e qualquer pessoa com o desejo de apresentar ideias pode entrar e oferecer soluções; o sistema baseia-se numa democracia real, onde todos têm o direito de participar; a ciência e o conhecimento estarão disponíveis para qualquer pessoa e não apenas para uma percentagem baixa da população que se transforma numa elite e toma as decisões isoladamente.

Parece-me claro que, devido a vários factores, este sistema monetário e social não tem futuro, ele irá acabar, isso é inevitável. O que podíamos fazer era acelerar muito esse processo e, com isso, evitaríamos problemas no futuro. Fazer uma transição mais ou menos rápida e mudar o sistema social.

Hoje, a adaptação tornou-se a palavra-chave na nossa sociedade e "salve-se quem puder", transformámo-nos (há muito tempo) em seres duvidosos. Sem ideais ou ideias que se encaixem dentro daquilo que é o mais saudável e natural para nós, a nossa individualidade fica em risco e a relação entre as pessoas torna-se complicada. Tudo está ligado, por isso não devemos negligenciar nada e neste momento é evidente que “não podemos resolver problemas usando o mesmo padrão de pensamento que tivemos para criá-los”.


















terça-feira, 11 de setembro de 2012

Drogas


O tema da droga é sempre polémico e, uma vez que há pessoas que parecem possuir dogmas e atitudes autoritárias em relação a isto (produto de uma lavagem cerebral feita durante quase uma vida), o diálogo pode tornar-se difícil. Por isso, antes de dizer seja o que for, queria apenas deixar bem claro que, apesar de eu achar que nenhum tipo de droga deve ser ilegal ou proibida e um adulto deve ter a liberdade para poder consumir aquilo que quiser, penso que as pessoas devem ser responsáveis em relação àquilo que consomem (sejam drogas ou alimentos) e, como é evidente, não estou aqui a defender a toxicodependência, antes pelo contrário. E, no caso de alguém querer consumir, o mais importante é consumir em privado e sem prejudicar a saúde dos outros!

Em relação a este tema, podemos verificar certas incongruências e coisas curiosas. Embora as leis variem de país para país, a venda, produção e consumo de algumas substâncias (as chamadas drogas ilícitas) é punida por lei, porque as autoridades alegam que estas são substâncias muito perigosas. No entanto, é permitido:

- A venda de armas, inclusivamente através da internet, com extrema facilidade (como nos USA), com os resultados que estamos todos habituados a ver!

-A abertura de estabelecimentos e até mesmo ruas inteiras que se dedicam à venda de bebidas alcoólicas para que os mais jovens (e os menos jovens), juntamente com os seus amigos e amigas, tenham a possibilidade de se alcoolizarem até não poderem mais. E, segundo alguns, é tudo perfeitamente normal! Na minha opinião, faz parte de um ritual juvenil de estupidificação em forma de rebanho (a pressão é grande, nós sabemos. A pressão para a conformidade é grande para todas as idades, mas nestas idades assume proporções e tácticas cruéis). Neste momento, muitas pessoas andam preocupadas com o problema do alcoolismo nos jovens (entre essas pessoas estão algumas que diziam que tudo era perfeitamente normal!). Mas eu pergunto: será que o álcool não causa dependência? Será que o álcool também não pode ser muito perigoso para a sociedade? Não é umas das principais causas de acidentes de viação e violência doméstica? Então porque é que não proíbem o álcool? O que é que causa mais dano, a canábis ou o álcool? Sabemos que é o álcool… É tudo uma questão cultural.

As “salas de chuto” escandalizavam muita gente, mas estes estabelecimentos de venda de álcool aparentemente não. Depois também dizem: “ah, mas o álcool é diferente, porque tudo depende da dose”. E nos outros casos não? É evidente que há drogas mais pesadas do que outras, mas de certa forma tudo depende da dose e, como já vimos, nem todas as drogas ilícitas encaixam nesse argumento.  Para além disso, podemos dizer que o consumo excessivo de drogas leves pode ser tão perigoso quanto o consumo moderado de drogas duras.

-Dar oportunidade a determinadas pessoas “certificadas” para que façam todo e qualquer tipo de experiências com os seus clientes (ou utentes), drogando-os vezes sem conta, muitas vezes sem qualquer tipo de critério e bom senso!

Em relação a este ponto, a minha opinião é que, com ou sem prescrição médica, cada um deve ter a liberdade para consumir os fármacos que quiser e ninguém tem nada a ver com isso. Depois acho que os cidadãos em geral não são informados sobre tudo o que diz respeito a este tipo de substâncias, ou seja, tenta-se exagerar nos efeitos chamados “terapêuticos” e encobrir os efeitos prejudiciais decorrentes da toma. Não sou absolutamente contra o uso de alguns psicofármacos (outros excluiria completamente) em situações muito pontuais e/ou especificas, por exemplo, antes de realizar determinadas intervenções e em situações de outra natureza. Mas, acho que estamos a assistir a um abuso na prescrição destas coisas, as pessoas consomem demasiadas drogas destas, passam a tomar isto a longo prazo, quando por vezes a indicação deveria ser apenas para curto prazo, está generalizado para tudo e mais alguma coisa, muitas vezes sem grande critério e negligenciando-se outras alternativas que porventura deviam ser experimentadas primeiro, etc. Por isso, tenho muitas reservas em relação a estas coisas e não confio nas pessoas que as prescrevem, vejo muita asneirada por aí e modelos completamente duvidosos e questionáveis. E, claro, o nosso velho amigo está por detrás disto tudo. Quem é ele? O negócio! Quando enormes lucros são gerados, a verdade pode ser sempre distorcida, não tenham dúvidas disso!

- A venda de tabaco, mesmo quando sabemos que o cigarro mata! Até consumir café em excesso pode provocar problemas de saúde, embora o café também tenha propriedades benéficas.

- Certos conteúdos que passam na TV, quer pela sua natureza violenta e outros aspectos, também não podem ser geradores de comportamentos perigosos? E que tal a publicidade? E as notícias dos telejornais, não são um abuso? Porque é que não proíbem o consumismo desenfreado que também causa tantos problemas? (agora, devido às condições actuais, até diminuiu). Porque é que não proíbem as pessoas de trabalharem mais do que deviam, porque, cansados, poderão tornar-se perigosos e desconcentrados? (e agora, como é preciso produzir, incentiva-se o abuso e, devido ao desemprego, há pessoas a tentar escravizar os outros). Porque não proibir a poluição e a degradação do meio ambiente? (na prática e a sério). Porque não proibir tantas outras coisas nefastas? (coisas que realmente nos afectam a todos).

O que é que verdadeiramente se esconde por detrás da proibição e penalização da droga?

Em Portugal existe um modelo que já descriminalizou o consumo (apenas o consumo e nos casos em que a quantidade de produto detido não for superior ao consumo individual correspondente a 10 dias, ou seja, o consumo é penalizado, mas nestes casos o crime passa a ser apenas uma contra-ordenação) e assenta no tratamento da toxicodependência. Este modelo, segundo dizem, tem tido bons resultados e foi elogiado por outros países que pensam em seguir o mesmo caminho. Embora, no que diz respeito ao tratamento e reabilitação, tenham surgido algumas críticas em relação a certas abordagens, nomeadamente no que diz respeito ao uso da metadona e aos critérios e duração da administração da mesma.

Penso que ninguém tem nada a ver com aquilo que cada um consome ou deixa de consumir e não faz qualquer sentido um Estado ou Entidade proibir coisas deste género. É um problema de cada um. Cada pessoa tem de ser responsável pelos seus actos e por aquilo que decide consumir e ponto final! Nada deveria ser proibido se de facto não está a afectar, incomodar ou prejudicar o outro de forma directa.

Se o objectivo é de facto acabar com a toxicodependência, proibir não resulta! O fruto proibido é o mais apetecido! E penso que isso já foi mais do que provado….É entendendo porque é que as pessoas procuram essas coisas, é construindo uma sociedade diferente, é indo às raízes das coisas, é criando condições para que quem tem predisposição para essas coisas não sinta vontade. Não é penalizando umas coisas e depois estimulando esquemas, ideias e filosofias sociais que levam as pessoas a experimentarem essas substâncias que queremos penalizar… há aqui muitos contra-sensos. E penso que ninguém pode apontar o dedo a ninguém, porque, de uma forma ou de outra, todos temos as nossas dependências, embora haja coisas mais limitadoras e preocupantes do que outras, mas há muitas dependências que não deixam de ser dependências, só que são incentivadas pela sociedade, essa é a diferença.

O caminho é compreender as causas profundas (o meio joga sempre um papel muito forte, mas geralmente não se toca muito nisso, na minha opinião, prefere-se sempre dissecar a pessoa, mas não se disseca muito o meio…), dar liberdade para que cada um experimente e compre o que quiser e, ao mesmo tempo, trabalhando para construir uma sociedade saudável que não seja contraditória. O caminho está aqui, é vendo o quadro todo. É construindo utopias e desenvolvendo condições para que haja cada vez menos razões para destruir a vida consumindo substâncias. O caminho está na sensibilização dos jovens (e não só) para a importância de ser moderado, para a importância de sermos nós próprios e de reflectirmos sobre as coisas (isso é que é ser fixe, por muito que os amigos lhes façam crer o contrário) e o divertimento pode viver juntamente com estes aspectos. Precisamos de uma nova juventude, uma juventude mais sábia e hoje em dia já se vêem cada vez mais excepções, mas ainda não é suficiente. Que não se deixem levar pelas armadilhas das modas e por certos comportamentos de rebanho.

Para finalizar, e não tendo números exactos, em certas situações e contextos, fico com a sensação de que a luta, a guerra contra a droga provoca mais sofrimento e mortes do que o próprio consumo. Acredito que com a legalização, a violência e o tráfico de droga poderiam diminuir consideravelmente.

sábado, 8 de setembro de 2012

Quebrando Paradigmas na Educação


Hoje, neste início de novo milénio, cada vez mais temos a sensação de que estamos a chegar ao final de uma era e torna-se cada vez mais necessário criar um novo modelo de civilização. Torna-se necessário o surgimento de um novo ser humano que consiga repensar e mudar uma série de paradigmas. Um deles é o paradigma da educação, que ainda baseia-se em velhos esquemas e ideias do tempo da revolução industrial e não só. Educação que, pelo menos no que diz respeito a Portugal (e no resto do mundo não deve andar muito diferente), pelo que posso perceber, está definitivamente a caminhar no sentido oposto àquele proposto (e bem) pelo vídeo que poderão ver em baixo.