Nesta entrevista (que pode ver no
final desta publicação), o autor do livro “Science and Psychic Phenomena: The
Fall of the House of Skeptics ” fala-nos sobre algumas evidências acerca dos fenómenos
Psi e também sobre os movimentos de cepticismo organizado que tentam destruir
estes temas (acabo por ser bastante repetitivo, pode ser ou não um defeito, já
falei várias vezes neste tema e noutros que lhe estão associados, mas há sempre
coisas a acrescentar).
Classificar pessoas é sempre uma
tarefa complicada e nem sempre desejável, mas podemos dizer que certas pessoas,
de tão racionais e científicas que são (provavelmente muitos destes cépticos),
acabam por tornar-se demasiado cruas, mecânicas e até previsíveis, não havendo
espaço para mais nada nas suas vidas, e por isso não abrem a porta a uma série
de possibilidades.
Por outro lado, temos também os
mais românticos, idealistas e sonhadores, que são precisamente o contrário dos
primeiros e não se envergonham da fantasia. Aqui é tudo emoção e de tanta
emoção e sentimento, de tanta ilusão às vezes acabam na desilusão.
Por isso, talvez seja necessário
combinar ambas as coisas, ambas as características, criando um equilíbrio. Há
aqueles que negam tudo, rejeitam tudo e, por outro lado, há aqueles que
acreditam em tudo. Eu prefiro estar no meio desses dois extremos!
Mas, para além de outros aspectos
que falarei mais à frente, penso que precisamos de focar a nossa atenção no seguinte:
Primeiro, é necessário
compreender que existem diferentes tipos de fenómenos e determinados fenómenos
têm as suas próprias regras e mecanismos, por isso torna-se necessário muitas
vezes (embora nem sempre) adoptar ferramentas e métodos de investigação
apropriados e posturas mais flexíveis. Ou seja, é necessário compreender que
nem tudo pode ser reproduzido em laboratório sempre que a minha vontade manda
ou sempre que me apetece. E mesmo que alguns fenómenos possam ser provocados ou
que haja uma certa probabilidade de os prever, sabemos que, não raras vezes, a
sua natureza é altamente imprevisível.
Também sabemos que nem tudo pode
ser observado quando queremos. Muitas vezes é preciso ter paciência e esperar
pelo momento certo. No mundo natural, por exemplo, também não conseguimos
observar eclipses todos os dias, não é?
Mas, mesmo quando são preenchidos
todos os requisitos filosóficos e metodológicos dos “cépticos” e positivistas,
quando se aplica o método científico, seguindo um empirismo rigoroso,
externamente observável, puramente experimental e sem recorrer a mais nada,
mesmo nessas situações, observamos rejeição e negacionismo por parte dos
cépticos.
Sabemos que a forma como dizemos
certas coisas provoca resistência nos outros. Depois temos também aquilo que
alguns chamam de dissonância cognitiva e todos tentamos compensar isso, mesmo
sem nos apercebermos, e os cépticos não são excepção e isso nota-se
perfeitamente em muitos dos seus discursos…
Podemos também dizer que existem
vários tipos de conhecimento, vários tipos de ciências (embora algumas pessoas
tenham raptado a palavra ciência só para si), vários tipos de ferramentas,
diferentes métodos, vários tipos de evidências, ou, até diria, vários níveis de
evidências.
As próprias ciências naturais
consideram certas coisas como verdades, mas no fundo são suposições, baseadas
em algo, é certo, mas contudo, não deixam de ser suposições.
E não nos podemos esquecer de que
a realidade, ou, melhor dizendo, o conhecimento é uma construção. Para além de
não podermos eliminar por completo a consciência e a subjectividade, pois fazem
também parte da equação.
A realidade, na qual a ciência
natural se debruça, pode ser ilusória, um sonho, porque os sonhos são todos
reais até ao momento em que despertamos… Isso não quer dizer que eu não possa
desfrutar do sonho e orientá-lo conforme as possibilidades…
Os autoritarismos e os
policiamentos assumem várias formas, independentemente de haver situações
excepcionais que exijam tal postura (coisa que pode estar aberta ao debate e
deverá ser abordada sob várias perspectivas, o que nem sempre acontece). Temos
vários sistemas de controlo e policiamento e, por exemplo, a psiquiatria e
algumas áreas similares caem nessa categoria.
A função da psiquiatria é (e
sempre foi) ajustar o individuo a uma sociedade profundamente doente (essa sim
é doente!). Quem não entender isto, não entende nada!
O DSM5, segundo dizem, é uma
autêntica vergonha! (os outros também não eram grande coisa).
Quando referimos que a sociedade
estigmatiza o “doente mental”, esquecemo-nos de que os diagnósticos
psiquiátricos não fazem outra coisa senão rotular, julgar e estigmatizar as
pessoas… Não deixa de ser paradoxal!
A psiquiatria já serviu como
instrumento político (e, segundo alguns, ainda serve) e é algo que evolui
conforme as regras e normas sociais e culturais. Tende a normalizar e policiar
os comportamentos, mas não só… (não esquecer que a homossexualidade já foi uma
doença mental e existem outros exemplos). Por isso, tem também muito de
pseudociência, mas não me recordo de ver nenhum ataque por parte dos cépticos
(ou, melhor dizendo, pseudocépticos) porque no fundo participam todos do mesmo
jogo de controlo…
O conceito de doença mental é
outra coisa muito confusa e aqui de repente cabe tudo e mais alguma coisa,
transforma-se tudo em doenças. Há que entender bem o que é uma doença! Não sou
um cientificista, considero que existe espaço para estudar a psique, mas quem
disser que existe uma base biológica/química que legitima muitos desses
diagnósticos, está a mentir ou então foi alvo de doutrinação enganosa, pois
aqui não há qualquer objectividade nesse sentido.
Dito isto, não nego a existência
de sofrimento psicológico (que poderá ou não depender de vários factores) e
suas possíveis consequências. Que fique bem claro!
E, para além de outras estruturas
organizadas que têm também esta função de controlo, temos também estes
movimentos organizados de cépticos.
Mas quando falo em estruturas,
posso também falar de tradições mantidas, atitudes e comportamentos que agem
por “contágio” e cópia, coisas repetidas, até inconscientemente, coisas que
permanecem através das gerações, muitas vezes camufladas de coisa normal e boa
parte delas partilham lógicas não muito agradáveis.
Depois, podíamos também falar do
papel dos media (ou, melhor dizendo, do papel que não têm, porque, dentro de
uma determinada lógica, não é suposto terem, apesar de algumas excepções e
episódios esporádicos).
Lamentavelmente, muitas ideias
ficam apenas limitadas à Internet porque, por exemplo, as televisões não as
divulgam nem estão interessadas em debatê-las (ou porque não são bem-vindas ou
talvez porque não têm consciência da sua importância). Podemos concordar com o
essencial mas não concordar com tudo, podemos concordar com tudo e podemos até
nem concordar com nada, mas seria justo dar suficiente tempo de antena a toda a
gente e isso não se verifica! Em vez disso, preferem insistir em programas que
não acrescentam muito…
O passado é uma construção feita
no presente, acontecimentos presentes têm as suas causas no passado, mas em
algum momento poderíamos dizer que os acontecimentos passados e presentes são
influenciados pelo futuro?
Acerca do futuro, não sei
exactamente como ele vai ser, mas podemos sempre fazer uma previsão e há coisas
que são mais ou menos óbvias e uma delas é o desemprego. O desemprego será uma
realidade no futuro (em geral, sem especificar nenhuma profissão). Isto é o
tipo de coisa que provavelmente nenhum político ou economista quer dizer na
televisão, mas, por exemplo, a tecnologia começa cada vez mais a “roubar”
empregos e continuará a fazê-lo. Ao contrário do que muitos possam pensar, isto
representa algo muito positivo porque liberta-nos da escravidão da obrigação do
trabalho. No entanto, se não forem feitas mudanças tendo em vista um modelo
diferente, então aí será dramático! Alguém vê os media a tocar em assuntos como
este? Raríssimo!
A História repete-se em ciclos,
sempre existiram ideias que chocam, o contraditório, visões incompatíveis, faz
parte do “jogo”. Sempre existiram defensores de algo e opositores, e por vezes
é a partir desse diálogo (ou debate) que se avança para outros patamares e
novas ideias.
Ser contra algo ou discordar de
algo, discordar de uma determinada ideia, etc, não é necessariamente uma coisa
má e o conhecimento e a própria ciência evolui dessa maneira.
Neste contexto, sou até capaz de
concordar com os cépticos em relação a alguns assuntos, mas estes tipos abusam
e tudo aquilo que não se encaixa na sua visão, visões alternativas que sejam
diferentes da ortodoxia, do estabelecido (nas mais diversas áreas até), tudo o
que mexe leva pau e fortemente, e muitas vezes sem necessidade nenhuma. E
fazem-no recorrendo muitas vezes a atitudes e discursos provocatórios e pouco recomendáveis
e usando formas que não são construtivas (ataques pessoais não são incomuns).
Por vezes apenas incendeiam e ridicularizam, para além de serem peritos em
passar “atestados de incompetência” aos outros, quando o assunto não lhes
interessa.
Outro aspecto está relacionado
com o facto de serem muito selectivos! Porque é que os cépticos nunca tocam,
por exemplo, neste assunto: http://www.youtube.com/watch?v=IncNj99k2ig Não tocam nele nem nas mentiras que o rodeiam, mentiras que ainda continuam a
ser papagueadas por alguns. O assunto não representa nenhuma novidade e estou
certo de que não surpreenderá os mais atentos e perspicazes. Trata-se apenas da
ponta do icebergue, pois esta área é abundante em situações duvidosas ou até
misteriosas... Não vou entrar em polémicas sobre se a pessoa deve ou não deve
tomar isto ou aquilo, isso cada um é que sabe (quando tem a liberdade para
decidir…). Não dou palpites sobre a vida de ninguém e não quero ter uma postura
demasiado radical. Não sou um proibicionista, desde que ninguém saia
prejudicado, claro. Apenas acho que a pessoa tem de estar bem informada (em
relação às mentiras também), o que geralmente não acontece. Porque muitas vezes
é pior a emenda do que o soneto… Depois também podíamos falar da maneira como
se diaboliza umas substâncias e depois tolera-se a venda e consumo de outras,
mas isso já é um outro assunto.
Podemos dizer que este e outros
assuntos simplesmente não fazem parte da agenda dos cépticos e seguramente não
é por falta de motivos ou razões. Parecem ser defensores do status quo, e daí
seleccionarem apenas certas coisas.
E sempre que tentam censurar algo
(também se dedicam a isso), acabam por produzir o efeito contrário ao pretendido,
ou seja, estimulam ainda mais a curiosidade e o interesse do público. Os
cépticos parecem não entender psicologia básica! E embora algumas campanhas
movidas no sentido de descredibilizar estes temas resultem, no geral não têm
sido lá muito bem-sucedidos, pois o interesse por estes temas é cada vez maior!
A História avança e as vítimas
por vezes transformam-se nos agressores, e nem o sabem!
É preciso entender como surgiram
estes grupos e quais são as suas verdadeiras motivações. A História pode ajudar-nos
a entender todos estes aspectos e o autor deste livro aborda também essa perspectiva
histórica. Depois, tal como já tinha referido noutras publicações, é importante
perceber que existe uma posição ideológica, dogmática, de carácter materialista
e que, na minha opinião, é bastante clara, apesar de toda uma retórica
mascarada de seriedade científica e de fomento do pensamento critico.
Haverá outra motivação por detrás
disto? Algo que desconhecemos completamente? Não sei, mas o certo é que a sua
tenacidade é impressionante.
Para além disso, como já tinha
dado a entender, existe também aqui um problema relacionado com epistemologia e
posturas intolerantes.
Os temas relacionados com
mistérios e fenómenos extraordinários ou, se preferirem, invulgares (embora não
tanto como se possa imaginar) têm o poder de causar duas reacções antagónicas:
desprezo e crítica negativa ou fascínio e interesse crescente. No meu caso
provocam um fascínio e interesse crescente!
Muitas pessoas referem que certos
temas são simplesmente tretas e, por exemplo, no caso do fenómeno OVNI, dizem
que tudo não passa de folclore moderno. É evidente que têm todo o direito de
assim pensarem, mas acredito que certos temas não têm nada de treta e merecem
uma maior atenção.
Bem sei que certos temas têm sido
maltratados por muita gente, umas vezes por desconhecimento de certos factos,
outras vezes por negacionismo dogmático e um certo preconceito epistemológico,
e outras vezes simplesmente por medo de serem ridicularizados, porque ainda há
temas que, por ignorância, podem ser culturalmente inaceitáveis, embora já se
fale mais abertamente deles. Também é verdade que existem muitas pessoas que se
aproveitam destas coisas, por isso reconheço que nem tudo é verdade, mas, por
outro lado, também há desinformação e tentativas de encobrimento para que
ninguém saiba o que se passa...
Qualquer pesquisa feita de forma
neutra e séria e que seja livre de preconceitos, irá surpreender, com toda a
certeza!
No que toca aos OVNIs, uma
percentagem desses objectos ( a maior parte) podem ser facilmente explicados,
mas o que nos interessa são aqueles 5 ou 10% dos casos ( e não são poucos) em
que decididamente não existe uma explicação, ou seja, são objectos voadores não
identificados no sentido em que não possuem uma matricula que identifique a sua
origem, mas, sem dúvida alguma, não são de cá! E não são de cá, porque,
seguindo uma determinada lógica, a sua tecnologia e suas capacidades
aeronáuticas desafiam tudo o que sabemos até ao momento e por isso são aquilo a
que podemos chamar de OVETs (objecto voador extraterrestre- extraterrestre no
sentido de ser de fora e fora implica muita coisa. Não tem necessariamente de
ser do nosso Universo ou dimensão…)
A questão da prova tem muito que
se lhe diga e isto está relacionado com aquilo que eu dizia anteriormente. Se
alguém decide ter uma postura 100% cientificista e decide que prova é apenas um
pedaço de ADN alienígena ou uma nave exposta para toda a gente ver, então nesse
caso ainda não existem provas, isso é um facto! Mas se tivermos uma postura
mais abrangente e tolerante, digamos assim, então nesse caso existem muitos
indícios e mesmo provas. Se colocarmos todas as ferramentas de investigação à
nossa disposição, então aí a história passa a ser outra, tal como numa
investigação criminal e policial em que a evidência toma um outro sentido. Por
isso, evidência não é apenas essa abordagem simplista naturalista, mas pode ser
um conjunto de coisas que quando colocadas juntas permitem-nos juntar as peças
de um puzzle e tirar algumas conclusões…
E sobre os OVNIS e outros
fenómenos, não faz sentido acreditar que todos mentem ou estão alucinados ou
que todos se enganam! Mas os cépticos preferem acreditar que assim acontece! Os
cépticos dizem que o testemunho não tem qualquer valor… então, nesse caso, a
própria medicina estuda sintomas e os sintomas não são externamente
observáveis, diríamos o quê? Diríamos que a medicina deveria estudar apenas
sinais?
Por exemplo, dizer que o cérebro
se comporta mais como se fosse uma espécie de antena e que a consciência está dentro
do cérebro da mesma forma que as imagens da TV estão dentro do televisor ou da
mesma forma que o locutor de rádio está dentro do aparelho de rádio, mesmo com
dados e informações que apontam nesse sentido, isso constitui uma heresia e
terá de ser punido com os instrumentos adequados! Para mais algumas informações
sobre o tema das EQMs, recomendo ouvir, por exemplo:
Este é mais um tema que, embora
distinto (pensamos nós), encaixa perfeitamente nalgumas coisas que referi
anteriormente. A ideia de que a consciência é apenas um produto da actividade
eléctrica do cérebro pode ser um tremendo erro. Este tipo de reducionismo é
defendido por muitas pessoas, mas existem certas evidências que apontam noutro
sentido e as EQMs fazem parte desse grupo. Ao contrário do que alguns dizem, há
coisas que simplesmente não têm uma explicação. A consciência parece não estar
limitada a um cérebro. Mas afinal o que é a consciência? Pode até ser que
apenas a consciência exista, é uma hipótese. É lógico que não nego que existe
uma relação entre cérebro e consciência, mas parece que algo existe de forma
independente…. É um tema polémico, sem dúvida, e que gera por vezes posições e
discussões muito acesas e nas quais eu não quero entrar! (convém dizer que as
pessoas que passaram por essa experiência geralmente não estão preocupadas em
ganhar debates e têm uma postura diferente). Cada um é livre de pensar o que
quiser, contra ou a favor, e não vale a pena mover inquisições como alguns
cépticos fazem.
O mais curioso é que algumas
pessoas que tiveram essa experiência também pensavam como os cépticos e depois
abandonaram por completo a sua concepção materialista e o seu cepticismo
desapareceu completamente. Existem muitos casos semelhantes, mas é este tipo de
transformação radical que me deixa intrigado…