quinta-feira, 18 de maio de 2017

O fenómeno de Fátima: uma abordagem multidisciplinar

Este ano celebrou-se o centenário das aparições de Fátima. O seguinte documentário analisa o fenómeno de Fátima sob várias perspectivas. (em certos momentos o áudio não é o melhor mas vale a pena ver)
 



A propósito do centenário, é interessante verificar que existem pessoas que têm uma predileção especial para menosprezar, criticar e até ridicularizar* certos temas comummente designados de paranormais. Alguns também são muito zelosos no seu papel de detractores de tudo aquilo que não faz parte de um certo pensamento dominante, e por vezes escrevem artigos em revistas e jornais, para além de já terem marcado presença em programas televisivos, embora não muito frequentemente. Depois também temos assíduos comentadores televisivos (jornalistas e não jornalistas) cujas opiniões pululam por aí e estes nunca se inibem de ”desancar” quando aparece algum assunto que foge a uma certa normalidade nas mais variadas áreas, são os defensores do status quo. Posso até estar enganado mas, curiosamente, não vi nenhum tipo de manifestação e crítica em relação a Fátima! Algumas destas pessoas ficaram caladas e abstiveram-se de fazer qualquer crítica sobre Fátima, decidiram ser politicamente correctos e optaram por respeitar a fé dos outros (não é má ideia), talvez pelo peso e importância de Fátima e da religião católica e também devido à importância da vinda do Papa a Portugal. De repente a coerência desaparece e abstêm-se de fazer uma crítica que seria perfeitamente natural, no contexto da sua posição filosófica. Ou seja, ao seguirmos a mesma linha de pensamento, teremos de obrigatoriamente considerar absurdo, cómico até, e irracional tudo o que está relacionado com Fátima, teremos de não só criticar a versão oficial dos acontecimentos mas também considerar um total absurdo tudo que rodeia Fátima. Na perspectiva destes autênticos paladinos, é sempre importante: trazer racionalidade para a sociedade, tentar educar as pessoas dentro da ciência (a tal que dizem não ter dogmas), destruir toda a pseudociência (só quando lhes convém e nas áreas desejadas) e combater a superstição e o preconceito. Por isso não faz sentido este silêncio por parte de alguns destes cavalheiros, mas pelos vistos eles especializaram-se apenas em determinados temas…
De igual forma, também não faz sentido alguém ser católico, aceitar as aparições de Fátima, e depois condenar e não aceitar outras aparições semelhantes, rejeitando também outros fenómenos paranormais, para além de condenarem outros tópicos polémicos… Haja coerência também aqui!
Por outro lado, em relação àqueles que abertamente criticam Fátima e têm digamos a coragem e a franqueza de falar o que pensam, devo dizer que querer deitar no lixo todo o fenómeno de Fátima (assim como outros fenómenos) é, do meu ponto de vista, um erro e uma ingenuidade. Podemos reflectir sobre muita coisa e criticar a versão oficial, podemos até criticar algumas dinâmicas e aspectos que sucedem ali actualmente. Contudo, devemos sempre abordar o assunto com seriedade e honestidade suficiente porque temos perante nós a oportunidade de explorar não só a mente humana mas também outros aspectos, possibilidades e até hipóteses. Neste sentido, torna-se essencial olhar Fátima (e não só) para além da religião (e seus dogmas) e reconhecer que também existem benefícios (talvez não para todos, mas para muitos). E, principalmente, independentemente da interpretação, não podemos negar que algo aconteceu ali no início do século passado!
 
*Neste aspecto, a ridicularização pode trazer uma consequência automática: a inibição! Isso leva a que muitas pessoas se inibam e não apresentem o seu testemunho quando o consideram relevante, ou então pensarão duas vezes antes de contarem as suas experiências. Por isso é sempre importante haver associações, grupos de pesquisa, investigadores sérios e de bom senso, e jornalistas especializados neste temas (jornalistas é coisa rara de se ver nos meios convencionais) para que estes testemunhos possam ser de certa forma protegidos e compreendidos.
 
Para além disso, não menos curioso é o facto de haver duas posições aparentemente incongruentes (em geral, não apenas no que diz respeito a estes temas): a sociedade (ou pelo menos uma parte dela) não aceita e publicamente censura determinadas abordagens e comentários, sabemos inclusivamente que legalmente pode haver consequências para quem agredir, ofender, difamar e tentar humilhar os outros, e às vezes verificamos até um certo extremismo politicamente correcto que é manifestado quando se toca nalguns tópicos; Por outro lado, por vezes assistimos a uma completa aceitação de abordagens e comentários com características semelhantes a, por exemplo, certas formas de bullying, e a defesa desses comentários é ainda mais notória quando certos indivíduos não nutrem qualquer interesse pelo assunto ou quando são até extremamente críticos em relação aos temas em questão.   
 
Portanto, às vezes basta alguma coisa ser dita por um humorista, ou vir protegida pela capa de um simples programa humorístico, e aquilo que noutro contexto poderia ser criticável, condenável e censurável torna-se milagrosamente mais aceitável, e depois alguns usam todo o tipo de argumentos à disposição para convencer os outros de que afinal não há nenhum problema porque isto é apenas humor, nada mais! Claro que programas de humor são sempre bem-vindos, cada caso é um caso, diferentes pessoas podem ter diferentes opiniões, a análise e o impacto depende de muita coisa, mas a verdade é que as consequências podem ser igualmente más, ou até piores, para aqueles que são alvos de troça num contexto de um programa de humor e afins.   
 
E o mais diria cómico é quando vemos que determinados humoristas deixam sempre certos temas e grupos intactos (ou então são mais brandos com estes), as piadas são selectivas ou debruçam-se mais sobre certos assuntos deixando outros de fora. Uma das ditas funções do humorista é a crítica social, a qual deveria ser inteligente e totalmente abrangente, contudo parece-me óbvio que de repente tudo ganha contornos estranhos e tendenciosos…Mas não precisamos de humoristas para nada porque um simples comentador, uma simples reportagem ou uma simples entrevista pode, por exemplo, dar cabo da reputação de muita gente (e já deu).
 
 
Dito isto, viva a liberdade de expressão, sou todo a favor do humor, e gosto sempre de recordar aquele ditado suponho que brasileiro: “pimenta no traseiro do outro para mim é refresco”…

quinta-feira, 4 de maio de 2017

Um enigma por resolver!


Não tenho especial interesse por este tipo de temas e assuntos, mas confesso que existem elementos bastante estranhos em toda esta história apresentada nos vídeos e documentários abaixo. Houve uma campanha de descrédito contra Portugal, uma tentativa de denegrir a imagem do país (acredito que não teve qualquer consequência pelo menos em termos de turismo porque os números falam por si), lançando mentiras, no sentido de tentar limpar a imagem dos cidadãos estrangeiros envolvidos, segundo dizem alguns, e dessa forma, protegendo também a imagem do país de origem dessas pessoas.

Mas terão sido simples lógicas patrioteiras? Ou será que existem outras razões por detrás dessa aparente tentativa de encobrimento? Quem esteve realmente envolvido nesse encobrimento? Dez anos depois, o enigma e a polémica continuam. Podemos dizer que este desaparecimento é não só um dos mais misteriosos ocorridos em Portugal mas também seguramente está presente na lista dos casos mais famosos e mediáticos a nível mundial no que diz respeito ao âmbito da investigação policial, criminologia e afins.

Este caso é bem ilustrativo das dinâmicas e esquemas para os quais chamei a atenção e critiquei em anteriores artigos e comentários aqui publicados. Exemplifica na perfeição certas abordagens e comportamentos dos media.

Embora este caso não esteja relacionado com os media portugueses, a verdade é que comportamentos semelhantes podem ser encontrados também aqui (embora de forma talvez menos agressiva do que noutros países). Ainda muito recentemente, pude identificar aqui nalguns meios de comunicação nacionais tentativas de manipulação da opinião pública (com sucesso, de uma forma geral) lançando informação incompleta e numa primeira fase divulgando informações incorrectas. Mesmo que tenha sido com boas intenções, porque se tratava de um problema relacionado com a saúde pública e isso gerou um certo alarme, penso que a comunicação social deveria ter mais cuidado e ser menos tendenciosa. Outras coisas puderam também ser confirmadas…