E porque existem muitas realidades dentro da realidade e outras possibilidades dentro das impossibilidades, surge este espaço dedicado a todos aqueles que gostam de divagar por aí ( sempre sem perder de vista o chão ) e aos outros que simplesmente têm curiosidade.
Um espaço aberto a todos os amantes do mistério, viciados em utopias, filosofeiros da vida, buscadores de algo e poetas à solta. Os mais curiosos também podem entrar e talvez também deixem ficar a sua opinião.
Uma revista científica (pelo menos, segundo dizem, parece obedecer a critérios considerados científicos) chamada "Neuroquantology Journal" publicou um estudo pormenorizado sobre o EVP (fenómeno electrónico de voz). A investigação foi dirigida por Anabela Cardoso e teve a colaboração de cientistas de outros países, tendo sido realizada nos laboratórios da Universidade de Vigo.
Mais um episódio da série documental " UFO Europe Untold Stories" e desta vez é abordado o caso ocorrido em Alfena- Portugal, em 1990.
Um misterioso e estranho objecto voador capta a atenção dos habitantes de Alfena. Um objecto que quase parece ter sido tirado de um livro de H.G.Wells. Este caso teve múltiplas testemunhas, tendo o objecto sido fotografado.
Podemos dizer que, de uma forma
ou de outra, toda a gente é extraordinária, no sentido em que cada pessoa é
única e por isso possuidora de características também únicas, quer seja pela
forma distinta de fazer algo, uma habilidade especial (fruto de um treino
intenso ou que surge de forma natural e espontânea), etc. Como seres humanos somos
diferentes e únicos nos defeitos (que às vezes são virtudes para uns), nas virtudes
(que às vezes são defeitos para outros), nas dificuldades, na personalidade,
nas capacidades e habilidades pessoais, nas tendências e, mesmo aceitando que
existem pessoas que são bastante semelhantes a outras, ninguém é exactamente
igual (mesmo quando pretendem ou são “forçadas” a serem iguais).
No entanto,
existem casos de habilidades pessoais ou características pessoais que
naturalmente despertam mais a nossa atenção por serem realmente surpreendentes.
Teremos todos poderes adormecidos
dentro nós ou estarão esses poderes reservados apenas a uma minoria? Serão
estes casos apenas a ponta do icebergue no que diz respeito às nossas capacidades
humanas? Possuiremos capacidades inimagináveis mas apenas não acreditamos nelas
ou não sabemos como despertá-las?
Somos aquilo que o destino faz de
nós ou teremos livre arbítrio? Talvez seja uma mistura das duas coisas e nunca
chegamos a perceber bem quando é que acaba uma e começa a outra!
Talvez entre todas essas
capacidades haja uma que é realmente a mais importante de todas e ela não é
abordada nestes documentários…
A água, elemento essencial para a vida, poderá ter propriedades desconhecidas?
Este documentário mostra-nos experiências que parecem indicar que a água possui memória e, segundo alguns, ela é capaz de receber, armazenar e transmitir informação, ou seja, para além de ser influenciada por outros factores, a estrutura da água também é influenciada pelos nossos pensamentos, intenções, emoções e palavras. Por isso, há quem defenda que a qualidade e o tipo de estrutura apresentado pela água pode ter uma grande influência na nossa saúde, comportamento, etc.
Claro que não podemos ficar
apenas pela educação, isto é um problema sistémico. Talvez seja necessário
criar uma nova civilização.
Cada vez mais fico com a sensação
de que a Internet pode fazer (e tem feito) muito mais pela mudança e partilha
de ideias do que a comunicação social/jornalismo convencional (que deixa muito
a desejar).
Nikola Tesla foi um importante
inventor e cientista e conseguiu mudar o mundo como poucos conseguiram na
História. Para muitos, é considerado um génio e o pai de todos os grandes
inventos do séc. XX. A electricidade, tal como a conhecemos hoje, nasceu com
Tesla.
Envolto em enigmas, parece que nunca
se interessou pelo seu próprio benefício económico e apenas queria que os seus
inventos e descobertas beneficiassem gratuitamente toda a humanidade. Isso, naturalmente,
trouxe-lhe algumas desvantagens e logicamente é o tipo de atitude que quase não
tem lugar neste mundo, principalmente num país altamente capitalista como os
EUA.
Tesla era claramente alguém que
estava à frente de seu tempo e por vezes há sempre um preço a pagar por isso.
Devido a certas características da sua personalidade e ao facto de fazer afirmações
bizarras e inacreditáveis sobre possíveis desenvolvimentos científicos futuros,
terá sido provavelmente ostracizado.
O que é a consciência? Qual é a
origem da consciência? Muitas outras questões poderiam se colocar, mas talvez a
próxima e mais natural pergunta seja: Quando é que tudo começou? Quando é que
começou o nosso ponto de partida? Começou no momento da concepção ou nascimento
ou terá começado uma eternidade antes?
Na tentativa de responder a estas
questões, não podemos evitar ou deixar de falar num conceito muito antigo e que
está presente em várias religiões e filosofias antigas (embora com algumas diferenças)
- a reencarnação.
A reencarnação, basicamente,
consiste na ideia de que existe um espírito ou alma (muitas pessoas costumam
fazer uma distinção entre espírito e alma, por isso muitas vezes opto por usar
a palavra consciência) que é imortal e capaz de ligar-se sucessivamente a
diversos corpos com um fim específico que pode ser o auto-aperfeiçoamento, a vivência
de certo tipo de experiências e aprendizagens ou razões relacionadas com um
outro conceito chamado karma (do sânscrito e significa acção) que, segundo
alguns, enquanto não for extinto, manter-nos-á presos a este ciclo de morte e
renascimento.
Nesta teoria, a consciência teria
um ponto de origem e faria um percurso de evolução, progredindo e encarnando em
diversas formas de existência ou corpos cada vez mais evoluídos até chegar a
uma libertação deste processo e, como consequência, voltar novamente a esse
ponto de origem que constitui a verdadeira essência e identidade de todas as
coisas e seres.
Dentro desta visão, os animais e
outros organismos menos complexos também possuem uma consciência sujeita a
estes processos e, para alguns, também nós humanos passámos por esses estágios.
Outros termos que surgem
associados à reencarnação, sendo parentes dela, são o renascimento e a metempsicose.
Segundo algumas fontes, a metempsicose é uma teoria diferente de reencarnação
em alguns aspectos. Quanto ao renascimento budista, é um conceito, de facto,
com algumas diferenças.
Mas que provas temos em relação à
reencarnação?
Embora muitos defendam que não se
pode provar tal coisa, pois a objectividade não se aplica neste contexto, têm
surgido alguns estudos e casos que sugerem que a reencarnação poderá ser um
fenómeno real.
Entre esses estudos, destaca-se,
por exemplo, o trabalho realizado por Ian Stevenson, da Universidade de
Virgínia nos Estados Unidos. Ele estudou uma grande quantidade de casos em todo
o mundo e encontrou evidências que apoiam a possibilidade da reencarnação. Segundo Stevenson, os relatos de
vidas passadas surgem geralmente aos dois anos de idade, desaparecendo com o
desenvolvimento do cérebro.
Outra possível prova é a chamada regressão
hipnótica (contestada e rejeitada por muitos e aceite por outros como reveladora
de memórias reais). Para Brian weiss, autor e terapeuta, a regressão, para quem
consegue fazê-la, pode ser transformadora e revela pormenores de vidas
passadas, pormenores que podem ser verificados. Brian, de acordo com a sua
prática, defende que a regressão tem ajudado e solucionado problemas de muitas
pessoas. Refere que acontecimentos traumáticos e situações que ficaram por resolver
noutras vidas podem ser a causa de muitos tipos de problemas nesta vida actual.
De lembrar, e pelo que sei, a
regressão não é possível para todas as pessoas, por razões que talvez
desconheçamos, mas uma delas, por exemplo, pode ser devido ao facto de nem toda
a gente ser hipnosensível. Também é importante dizer que muitos factos foram
confirmados posteriormente e assim foi dada maior credibilidade às histórias.
Em relação aos críticos da regressão, pois com certeza que estão no direito de
duvidar, mas não nos podemos esquecer que, à partida, muitas vezes existe um
preconceito devido ao paradigma materialista cientifico actual e isso dificulta
muita coisa. A verdade é que, em termos de evidência, também existem muitas críticas
e dúvidas por parte de algumas pessoas em relação à psicoterapia convencional,
mas como ela se encaixa dentro de um paradigma mais “normalzinho” digamos
assim, então já existe uma maior facilidade em ser aceite pela grande maioria
das pessoas.
Tudo no universo e na natureza é
feito de ciclos: vida, morte e renascimento. A nossa consciência, através da
encarnação em vários seres, realiza também vários ciclos, ciclos que se
perpetuam no tempo e que, para alguns, poderão ser ultrapassados e transcendidos.
Numa outra perspectiva, também
poderíamos dizer que, mesmo dentro desta vida, morremos e renascemos uma série
de vezes. Onde está a criança que um dia já fomos? Ela morreu e deu lugar a
outra pessoa completamente diferente que, embora não seja totalmente diferente,
completamente igual também não é. Também podemos experienciar a morte e
nascimento de diferentes estados mentais num curto espaço de tempo. Por isso,
os ciclos estão sempre presentes e as mudanças ocorrem mesmo sem o corpo físico
morrer. De certa forma, não somos uma verdadeira identidade permanente, estamos
sempre em constante mudança! A pessoa que entra e senta-se numa cadeira de comboio
pode ser uma pessoa diferente daquela que se levanta e sai do comboio, embora
aparentemente sejam a mesma pessoa.
Haverá, no entanto, uma parte de
nós que nunca muda? Talvez haja e, de uma forma ou de outra, quando o tempo
chegar, todos iremos saber a resposta.
Fantasma, segundo a crença
popular, é a alma ou espírito de uma pessoa ou animal falecido que poderá
manifestar-se de uma forma visível (aparição) ou através de outro tipo de
manifestações.
O fantasma é muitas vezes
descrito como uma entidade solitária que assombra um determinado local (e não
só) onde provavelmente viveu. No entanto, já foram relatadas aparições de
objectos enormes (por exemplo, barcos) e de um grande número de pessoas que,
devido a determinadas circunstâncias trágicas, faleceram juntas.
É importante também salientar que
muitas vezes são descritas aparições de entidades estranhas (nem sempre
amigáveis) que parecem ser não-humanas e, segundo algumas pessoas, são
habitantes do chamado plano astral.*
Quanto ao fenómeno, penso que ele
é real e não faz sentido afirmar que tudo se resume a explicações naturais e
psicológicas, embora, e em certos casos, não seja de descartar essa hipótese. Excluindo
as explicações naturais, penso que o fenómeno poderá ter não uma, mas várias
explicações paranormais, sendo que muitas vezes torna-se claro que algo ou
alguém interage com a nossa realidade material.
Este tipo de experiências é quase
tão antigo quanto o próprio ser humano e poderão surgir associadas a outros
fenómenos como o EVP (“electronic voice phenomena”- são sons capturados através
de um gravador e que se assemelham a palavras) e a mediunidade (que me parece
ser outro fenómeno bem real e não imaginário. Acredito na mediunidade, mas não
acredito em todos os médiuns. Com isto quero dizer que nem toda a gente é o que
diz ser e nem toda a gente possui realmente características surpreendentes e
aqueles que as possuem não abundam. É necessário ter alguma cautela e, para além
de muitas vezes essas comunicações passarem por um filtro que envolve preconceitos
e doutrinas pessoais que fazem com que a mensagem não chegue de uma forma mais
pura, digamos assim, também poderíamos dizer que, uma vez que quase ninguém tem
total controlo sobre essas características, elas não poderão ser usadas da
mesma maneira em todas as circunstâncias e muitas vezes não dependem da simples
vontade de usá-las em determinado momento, ou seja, nem sempre estão
disponíveis quando e como queremos).
Podemos dizer que este tipo de
fenómenos são interessantes e mais reais do que aquilo que algumas pessoas possam
pensar, mas, devido à sua natureza e às nossas capacidades actuais, nem sempre
são fáceis de abordar e entender.
* Em relação a
este ponto, sei que muitas pessoas, por várias razões, mostram curiosidade e ânsia
em comunicar com estes planos ou dimensões, mas é necessário cuidado, pois
muitas pessoas escolhem métodos errados (como o tabuleiro de Ouija), métodos
que podem ser perigosos, têm dado valentes sustos a algumas pessoas e
transformado para pior a vida de outras pessoas.
Muitos referem
que existem outras explicações e que estão relacionadas com o efeito ideomotor,
o inconsciente da pessoa (ou pessoas envolvidas na sessão) e com facto de
algumas pessoas serem mais sugestionáveis ou terem determinadas características
psicológicas que as tornam mais vulneráveis. O facto é que o indicador de
madeira ou copo (em algumas versões) ganha vida própria e em certas situações
são descritos outros fenómenos estranhos na sala. Penso que não podemos
descartar a hipótese mais sobrenatural e, uma vez que há pessoas com mais
sensibilidade do que outras, é necessário cautela, pois estamos a abrir uma
porta e não sabemos o que poderá entrar por ela.
O tema das EQM volta a estar em discussão depois da revista
Newsweek publicar uma reportagem que fala sobre a experiência vivida por um
neurocirurgião.
Nesta entrevista de rádio, Eben Alexander fala sobre a sua
experiência e revela-nos como ela foi transformadora e mudou a sua visão materialista.
Para Eben já não existem dúvidas, ele refere que a consciência é independente
do cérebro.
Comunicar de forma não-violenta é
algo que por vezes torna-se difícil de atingir ou manter, por várias razões.
Por isso, e no sentido de ultrapassar este problema, têm surgido formas de
comunicar que procuram estabelecer relações de cooperação, em que predomina a
comunicação eficaz e empática.
Neste contexto, surge a ''Comunicação
Não-Violenta’’ desenvolvida por Marshall Rosenberg e que pretende fazer uma
distinção clara entre: observações e juízos de valor; sentimentos e opiniões;
necessidades (valores universais) e estratégias; pedidos e exigências/ameaças.
Para aqueles que apoiam este tipo
de comunicação é importante fazer estas distinções no sentido de evitar
situações menos boas. Para além disso, consideram que todas as acções têm
origem numa tentativa de satisfazer necessidades humanas, mas essas tentativas
devem ser realizadas evitando o uso do medo, vergonha, acusação, ideia de
falha, coerção ou ameaças. O ideal seria conseguir que as nossas necessidades,
desejos, anseios e esperanças não sejam satisfeitas às custas de outras pessoas.
Rosenberg aprova o uso defensivo
da força, mas não com sentido punitivo. Afirma que esse desejo de punir e o uso
de medidas punitivas existe somente nas culturas que têm visões moralistas do
mundo e que usam as categorias de bom e mau. Refere que as culturas que não
possuem tais classificações tendem a ser pacíficas.
Sincronicidade foi um termo cunhado
por Jung e descreve acontecimentos que não estão ligados através de uma
relação causal, mas sim através de uma relação de significado.
A sincronicidade, também muitas
vezes designada por coincidência significativa, implica um padrão subjacente que
é expresso através de eventos ou relações significativas. Ou seja, são
situações onde ocorrem dois ou mais eventos que coincidem de uma maneira que
seja significativa para a pessoa ou pessoas que vivenciaram essas coincidências
significativas.
Acredita-se que a sincronicidade
pode revelar-nos algo e necessita de uma compreensão que por vezes surge
espontaneamente.
Alan Watts fala sobre o antigo e
misterioso conceito Chinês de Tao, contrastando-o com o conceito Abraâmico de
Deus e comparando-o com a teoria da relatividade de Einstein.
A experiência de Milgram foi uma experiência científica realizada por Stanley Milgram e pretendia saber de que forma as pessoas tendem a obedecer às autoridades, mesmo em situações que vão claramente contra o bom senso.
Esta experiência é realmente impressionante e serve para explicar muita coisa, não só no que diz respeito a acontecimentos do passado, mas também no que diz respeito a coisas que se passam nos dias de hoje.
As experiências de conformidade de Asch consistem num conjunto de experiências realizadas em 1951 e demonstram de forma significativa o poder da conformidade nos grupos.
A experiência é interessante e vem confirmar aquilo que todos nós podemos constatar, ou seja, a pressão (seja qual for a forma que ela assuma) para estar em conformidade com um grupo e com a sociedade em geral por vezes é enorme, mesmo quando sentimos e pensamos as coisas de forma diferente.
Um bom exemplo disto é o comportamento demonstrado pelos adolescentes e jovens que, na sua larga maioria, adquirem rapidamente uma mentalidade de rebanho. A praxe é outro grande exemplo de como alguém pode anular-se e submeter-se a qualquer tipo de disparates e humilhações apenas para integrar-se num grupo. Mas, a conformidade está presente em todas as idades... A maior parte das pessoas, de uma forma ou de outra, já sentiu (e ainda sente) estas pressões e, infelizmente, muitas vezes isso não nos favorece.
Matrix não é apenas um filme de ficção científica com efeitos especiais inovadores, Matrix é o mito da caverna dos tempos modernos. Alguns filmes de ficção cientifica (e não só) têm essa virtude de transportar-nos para outras realidades, estimulando a nossa imaginação e, ao mesmo tempo, levantam questões importantes. Por isso, são muito mais do que simples entretenimento, estimulam a reflexão e carregam uma mensagem que nem sempre é facilmente compreendida pela maioria das pessoas (talvez isso seja feito propositadamente) e, por exemplo, estou a lembrar-me de um clássico, o filme "2001-Odisseia no espaço" que tem sido sujeito a diferentes interpretações e especulações acerca do seu significado. O documentário apresentado em baixo ( 2º video) revela-nos os conceitos filosóficos que inspiraram a trilogia Matrix.
O documentário em baixo tem
gerado alguma discussão, muitos dizem que se trata de uma “caça às bruxas” e
uma tentativa de destruir os psiquiatras e também criticam quem está por detrás
da elaboração do documentário. O documentário, de facto, coloca em causa a
psiquiatria, toma em conta a opinião de várias pessoas, entre elas estão
profissionais de saúde que criticam a psiquiatria.
Pessoalmente, não pretendo fazer
“caça às bruxas” a quem quer que seja, mas concordo com muita coisa que é
defendida pela chamada antipsiquiatria e considero válidas e correctas muitas críticas
que são feitas no documentário em baixo. Por isso, o objectivo não é destruir
os psiquiatras, mas sim questionar e pôr em causa algumas abordagens, práticas
e paradigmas da psiquiatria. Também não nego que os problemas existem e o
sofrimento psicológico existe (como é lógico) e, quanto ao uso de psicofármacos,
já disse o que pensava sobre isso na publicação com o título “Drogas”, e
portanto não vale a pena repetir.
Não faço “caça às bruxas” a
ninguém, mas, sem querer generalizar, sabemos que muitos psiquiatras fazem “caça
às bruxas” e, ultimamente, uma das armas usadas são abaixo-assinados e outras
habilidades como processos em tribunal. Aliás, se este blogue não fosse quase “clandestino”
e anónimo, se calhar também deveria preocupar-me, porque podiam fazer também um
abaixo-assinado para me obrigar a calar… Afinal de contas, não brinquem com a
autoridade! Mas será que essa autoridade que lhes foi concedida é legítima?
Será que algumas das suas práticas são aceitáveis e seguras? Será que tudo o
que eles dizem é verdade?
Em primeiro lugar, quando falamos
nesta especialidade de medicina, é importante ter em atenção que não se trata
propriamente de medicina no sentido mais convencional do termo, pois não existe
um diagnóstico baseado em critérios objectivos (como análises laboratoriais,
por exemplo) e algumas avaliações podem ser largamente subjectivas e abertas a
interpretações. E, quando hoje em dia se criticam muitas abordagens que são
consideradas pouco cientificas e que são rotuladas de pseudociências, é bom
também referir que, de facto, há muita coisa na psiquiatria que também possui
todas as condições para encaixar nessa categoria. Ou então que valorizem a
subjectividade, mas valorizem todas as subjectividades, porque não podemos ter
dois critérios e criticar umas coisas e depois fechar os olhos a outras, só
porque vêm daquilo que consideramos fontes oficiais. Por isso, não estou a
dizer que tudo o que eles fazem é uma porcaria e para algumas pessoas não é (e há
imensas outras que se sentiram prejudicadas), mas há que duvidar de muita coisa
e criou-se um mito que é acreditar que a psiquiatria trabalha com ciência exacta
e isso não corresponde inteiramente à verdade!
Depois, e no seguimento do que
disse em cima: há que reflectir e tentar perceber o que é uma doença e se
certas coisas são realmente doenças mentais ou se classificar as coisas como
doenças não será inapropriado; lembrar que passaram a vida a lançar propaganda
e a fazer-nos acreditar que aquilo a que chamamos de depressão é provocado pela
falta de serotonina no cérebro e dizem isso com a maior desfaçatez do mundo. No
entanto, não há nenhum exame de diagnóstico que possa comprovar essa afirmação
e, seja qual for o efeito que os antidepressivos possam ter (muitos são até perigosos
para a saúde e de eficácia duvidosa, não são rebuçados), não sabemos se
realmente estão a acertar quimicamente alguma coisa e provavelmente podem até
desacertar; Há também quem refira, e com razão, que boa parte das
classificações psiquiátricas são uma trapalhada, uma confusão que se adensa com
o tempo e que rotular as pessoas e reduzi-las a uma classificação psiquiátrica
é uma forma de estigmatização; etc, etc.
Outra crítica que aparece, não só
em relação à psiquiatria, mas também em relação à psicoterapia (uma certa vertente
da psicoterapia) é que muitas vezes não tem como objectivo libertar a pessoa,
mas teria a função de uniformizar comportamentos e ajustar as pessoas a uma
normalidade que muitas vezes nada tem de normal no sentido de ser algo natural
e que faça sentido para a própria pessoa. Claro que há muitos tipos de
psicoterapias (umas mais em moda, outras menos) e, dependendo das opiniões,
umas serão melhores, outras piores. Para uns, é algo totalmente inútil e desnecessário
e, para outros, é algo que pode fazer a diferença. Cabe a cada um tirar suas
conclusões.
Voltando ao assunto inicial, torna-se
necessário verificar alternativas para solucionar problemas e buscar
interpretações diferentes para algumas coisas e saber que muitas vezes a solução
de uma pessoa não tem de ser necessariamente a solução para todas as pessoas. E,
antes de partirmos para soluções mais pesadas e arriscadas, há muita coisa que
pode ser experimentada primeiro.
Hoje em dia, devido à crise,
parece que estão a querer voltar à carga, assustando as pessoas e oferecendo-se
como salvadores, e as pessoas têm de estar alerta para isso e ponderar bem.
Já falei neste assunto noutra publicação, mas aqui neste documentário é mostrada a grande máquina e os seus lucros. A grande máquina tem sido altamente proveitosa para muita gente, com muita falta de ética à mistura e, se é verdade que trouxe-nos alguns benefícios, também é verdade que nos tem trazido algumas desvantagens e, acima de tudo, a desconfiança nestas estruturas é cada vez mais acentuada, pois nunca sabemos quando realmente nos dizem a verdade ou até que ponto essa verdade é inteiramente verdadeira, até porque a mentira tem sido usada várias vezes.
Neste cantinho, a máquina também tem sido proveitosa. Certos corporativismos têm reinado e beneficiado imensamente, desequilibrando muita coisa durante o processo. Mas agora apareceu uma lei que estragou a festa (mais vale tarde do que nunca), não sei se irá acabar definitivamente com certas habilidades, mas com certeza que essas habilidades irão diminuir consideravelmente.
Aqui estão dois exemplos de
pessoas que afirmam ser capazes de controlar e usar o Chi (energia vital) de
acordo com a sua vontade e, aparentemente, conseguem demonstrá-lo. A ser
realmente verdade (e no primeiro caso, após ter sido estudado, não encontraram
sinais de fraude), isto transforma automaticamente muitos praticantes,
“mestres” e professores de Chi kung, artes marciais e outras práticas orientais
em meros aprendizes de aprendizes.
Testar os limites do corpo humano, os estados alterados de consciência, o domínio da mente e do corpo. Para uns, são coisas que, mediante uma disciplina rigorosa, treino e a utilização de técnicas específicas, podem ser atingidas por qualquer pessoa. Para outros, são coisas que dependem de diversos factores/condições e talvez não estejam acessíveis para toda a gente da mesma maneira (e com certeza que torna-se muito mais difícil para umas pessoas do que para outras).
Este documentário fala sobre temas como a meditação e os limites do corpo humano, a hipnose, o curandeirismo e a visão remota (capacidade psíquica que, segundo os seus defensores, permite ver ou ter acesso a determinadas informações sobre um determinado local, objecto, lugar ou pessoa que situa-se longe do observador).
Umas situações parecem ser factos já provados ou verificáveis, outras ainda são alvo de controvérsia.
"A servidão moderna é uma escravidão voluntária, consentida pela multidão de escravos que se arrastam pela face da terra. Eles mesmos compram as mercadorias que os escravizam cada vez mais. Eles mesmos procuram um trabalho cada vez mais alienante que lhes é dado, se demonstram estar suficientemente domados. Eles mesmos escolhem os mestres a quem deverão servir. Para que esta tragédia absurda possa ter lugar, foi necessário tirar desta classe a consciência de sua exploração e de sua alienação. Aí está a estranha modernidade da nossa época. Contrariamente aos escravos da antiguidade, aos servos da Idade média e aos operários das primeiras revoluções industriais, estamos hoje em dia frente a uma classe totalmente escravizada, só que não sabe, ou melhor, não quer saber. Eles ignoram o que deveria ser a única e legítima reacção dos explorados. Aceitam sem discutir a vida lamentável que se planeou para eles. A renúncia e a resignação são a fonte de sua desgraça". ("Da servidão moderna"- 2009, de Jean-François Brient ).
Ontem as pessoas fizeram
manifestações e mostraram a sua indignação (e têm razão), só é pena que só
agora estejam indignadas (e porque agora começa a tocar a todos), mas mais vale
tarde do que nunca. Compreendo perfeitamente a situação, mas penso que não é
com violência que chegamos lá (embora, no geral, as manifestações até foram
pacíficas). Para além disso, manifestações, só por si, não resolvem nada (já
foram feitas outras manifestações e não melhorou, aliás até piorou). Mas o que
é que realmente as pessoas querem? Essa é a grande questão. Querem menos
austeridade, mais emprego, etc, mas fica a sensação de que a maior parte das
pessoas não está consciente ou sensibilizada para certas coisas e possivelmente
não querem a verdadeira mudança/revolução, ou seja, desejam que se resolvam os
problemas que estão a ter um impacto directo nas suas vidas (e na vida das suas
famílias), mas dá a sensação de que ainda não estão a ter uma visão total da
situação. Por isso, talvez não queiram a verdadeira mudança (relacionada com a
construção, desde a base, de uma nova civilização com novas filosofias e um
novo modo de viver) ou então simplesmente não acreditam que tal seja possível e
isso é perfeitamente compreensível, porque a máquina está montada de tal
maneira, estamos tão dependentes dela (quer seja no âmbito nacional e
principalmente internacional) que torna-se difícil acreditar que é possível
desmontar isto com segurança e construir algo diferente.
A Ecovila é mais um modelo
alternativo e possui alguns elementos em comum com o projecto Vénus, mas parece
possuir também bastantes diferenças, quer a nível de filosofia, quer a nível de
projecto. Poderá ser implementado em conjunto com projectos como o projecto
Vénus, poderá coexistir com ele e constitui mais uma alternativa ao actual
modelo de sociedade. Um conceito que está associado às ecovilas é a
Permacultura que, muito resumidamente, consiste num método holístico para a
criação de comunidades ambientalmente sustentáveis, socialmente justas e
financeiramente viáveis.
Este modelo baseia-se na produção
local e orgânica de alimentos; sustentabilidade e utilização de energias renováveis;
bioconstrução; preservação dos ecossistemas locais; economia solidária,
cooperação e rede de trocas; Governança circular, empoderamento mútuo e
decisões por consenso; apoio social e familiar; sistema de saúde integral e
preventivo; incentivo à diversidade cultural e espiritual; educação
transdisciplinar e holística e activismo local e global.
Os mantras actuais são: crise; medidas
de austeridade; Troika, desemprego; competitividade; produtividade (com tantos
cortes não vai haver quem compre…e só vale a pena produzir se o ser humano for
o foco principal e não a economia); incentivos à emigração; os mercados (esse
bicho papão); é necessário aumentar a natalidade (com tanta gente desempregada
e falida vai ser difícil. Para além disso, o planeta não aguenta com tanta
gente a consumir, poluir e destruir seus recursos. Não é a quantidade que
interessa e sim a qualidade… Às vezes dá a impressão de que temos de parir
desesperadamente como se estivéssemos a tentar reconstruir a civilização depois
do dilúvio); Novelas e mexericos da vida privada dos jogadores de futebol e
outros famosos e exemplos de como enriqueceram (please!); publicidade (somos
bombardeados); é preciso acreditar no nosso país (a sério? Mesmo sabendo que
nada vai mudar -aquilo que mais interessa), etc, etc.
A minha pergunta é: Até quando
vamos tolerar isto?
Possuímos um sistema económico
altamente complexo, cheio de problemas e corrupção (basta ver como surgiu a
crise mundial) e acredito que a maior parte das pessoas realmente não entende como
estas coisas funcionam (eu pelo menos não entendo muita coisa e penso que isto
tornou-se propositadamente complicado para que seja mais fácil controlar as
pessoas). Também já percebemos que isto é tudo menos uma ciência exacta e está
cheio de opiniões contraditórias. Vemos toda gente a tentar fazer negócio à
custa de toda a gente (aliás, isto já era assim antes mesmo de existir
capitalismo). Pagamos para viver! Sim, pagamos para viver! Por muito que digam
o contrário, neste sistema actual, viver tem um preço!
Segundo dizem, o país está
falido, ou seja, andaram a brincar durante anos, veio a crise mundial, as
fragilidades acentuaram-se e agora anda tudo aflito e a fazer asneira da grossa
na tentativa de emendar os erros do passado. Tudo isto já era de esperar e, mesmo
que a crise não existisse, eu continuaria a pensar o mesmo: esta porcaria tem
de acabar!
Na verdade, não existem crises,
existe é estupidez e teimosia para não perceber que já devíamos ter mudado de
rumo (gradualmente e de forma constante) há bastante tempo (Portugal e o
mundo).
Saudades do passado? Não!
Saudades do futuro!
Apesar de tudo, ainda acredito
que o futuro vai reservar-nos boas surpresas e a crise pode servir como uma
espécie de mola. Sabemos que existem imensas possibilidades que não estão a ser
exploradas e que estamos a viver em esquemas ultrapassados que já não se
adequam ao nosso tempo. Muita coisa evoluiu, mas outras permanecem
dogmaticamente iguais.
Somos vítimas da nossa própria
cultura, é o nosso “matrix”. As condições, os conhecimentos e a tecnologia
evoluíram e existem condições para construir algo melhor, mas as mentalidades estagnaram
e teimam em não mudar. Podemos dizer que, de facto, ainda não somos
civilizados, caminhamos para lá, mas ainda não chegamos lá. Parece que preferimos
ser constantemente inundados de publicidade que, em boa parte, incentiva-nos a
consumir porcarias que não precisamos para nada. Possuímos um sistema económico
estúpido que só alimenta desequilíbrios e estimula nas pessoas o que nelas há
de pior. E a caridade e a boa acção que sai deste sistema faz lembrar a mão que
dá e depois tira, ou seja, o sistema que lança as bases para os desequilíbrios
acontecerem (globalmente), ao mesmo tempo faz actos de caridade e boas acções
que mais não são do que paliativos, pois não resolvem a causa do problema e muitas
vezes deixam as pessoas nas mesmas condições iniciais e que darão lugar a novos
problemas num futuro próximo.
Vivemos numa espécie de liberdade
que não é bem liberdade, onde tudo é agressivo (mesmo quando não está presente,
essa agressividade está latente e disso todos mais ou menos “sofrem”. Não quero
ser hipócrita, por isso incluo-me também nesse grupo. A coisa contagia por
vezes, mas pelos menos estar consciente disso já é bom). Há sempre uma certa hostilidade
no ar, embora muitas vezes uma certa defesa seja necessária porque nos dias que
correm todos são nossos “inimigos” e torna-se necessário uma certa defesa para
bem da nossa liberdade, torna-se necessário uma certa resposta, não só para
trazer um novo ar, mas também para conservar nossa individualidade que muitas
vezes é atacada severamente pelos mais superficiais ou pela “Gestapo de
sonâmbulos” defensores do sistema. Mas é evidente que isso será a parte
saudável da coisa e há formas de expressar as nossas opiniões e de dizer aquilo
que sentimos sem entrar em esquemas mais pesados, por isso a agressividade que
eu falava no início é de outro género. Embora muitas vezes o silêncio seja a
melhor opção…
Pessoas e instituições (havendo
algumas diferenças entre públicas e privadas pelas razões que todos já
conhecemos) partilham essa agressividade, de forma geral claro, porque vamos
encontrar sempre excepções em quase tudo.
Dentro deste sistema, o cinismo,
a competição, a incompreensão e a inveja são estimulados. Padecemos de uma
espécie de loucura colectiva com contradições difíceis de compreender, onde,
por um lado se fala de ética e, por outro lado, cada um tenta tirar proveito do
outro.
Insistem em escolher políticos e
esquemas antiquados. As pessoas geralmente não têm sabedoria, reflectem pouco
(e, quando o fazem, apenas reflectem dentro de uma caixinha), possuem
conhecimentos insuficientes sobre determinadas coisas (e hoje, mesmo havendo
muita gente com graus académicos, ser licenciado ou doutorado às vezes também
não resolve nada, porque certas coisas não se ensinam nas universidades nem nas
escolas…) e escolhem políticos que também não demonstram muita sabedoria, para
depois passarem a vida a dizer mal deles!
Será que precisamos de políticos
para alguma coisa? Gente que nos engana, limitados e com pouca capacidade de
imaginação. O poder corrompe e, geralmente, quem disser que te quer governar,
provavelmente quer é tirar-te a liberdade e favorecer os interesses do seu
partido e os seus próprios interesses, e, claro, favorecer os interesses dos
mais poderosos e influentes.
Não estará na altura de dar uma
vassourada nestas pessoas (todos os políticos e partidos)? Não estará na altura
de partir para outra coisa qualquer?
O partido que ganhou as eleições
e está no poder nem a maioria obteve, porque, como houve muita abstenção,
acabou por não representar a vontade da maioria da população. Neste contexto, a
democracia ainda é mais falsa…
Para além disso, como é possível
que uma só pessoa ou um conjunto reduzido de pessoas possa governar ou
representar milhões de cidadãos? Parece-me absurdo! É um modelo de democracia
que não me atrai.
Mas eu penso que a culpa não é dos
políticos, a culpa é das pessoas que votam neles. O Estado não é dos políticos,
o Estado é das pessoas e são as pessoas que os metem lá! Estávamos mal e depois
o que aconteceu? As pessoas (algumas) foram escolher políticos ainda mais à
direita, neoliberais e estes ainda servem melhor o seu dono... É por estas e
por outras que eu acho que a democracia (tal como está) é uma treta, é mais uma
forma de ditadura. Deixámos de ter um ditador a decidir por nós e passámos a
ter um conjunto de pessoas que decidem por nós e praticamente não tomamos parte
nas decisões que dizem respeito à nossa própria vida. Por isso, devemos estar
zangados com o povo e não com os políticos, porque os políticos são bastante
previsíveis, já temos muitos anos de experiência.
Uma coisa é certa, não podemos
continuar no mesmo caminho e temos de rever esta forma de democracia que, para
além de não ser directa e de não estabelecer consensos, quase sempre faz escolhas
pouco sábias, por isso o que temos hoje em dia é um conjunto enorme de pessoas
controladas e com lavagem cerebral que exerce ditadura sobre uma minoria
(talvez não seja tão minoria assim) que já percebeu o que se passa e não tem
mais vontade de participar nisto. Não temos realmente liberdade, estamos a
viver o mundo de outras pessoas, é o que é!
Recentemente li um texto que
dizia: “O que nos tem de nortear seja a qualidade de vida, modesta talvez mas
enriquecedora enquanto experiência humana, enquanto ligação com a natureza de
que fazemos parte.” Eu concordo com isto, mas penso que terá de ser modesta num
sentido prático, porque não acredito muito num voltar às raízes vivendo em
cabanas (quem quiser fazê-lo pode), ou seja, não me considero um primitivista. Voltar
às raízes como filosofia e estilo de vida em harmonia com a natureza que nos
rodeia, isso sim, mas não podemos regredir. Hoje temos tecnologia e as
condições suficientes para poder viver bem, com conforto, sem stress ou grandes
problemas.
As estruturas de poder não vão
mudar nada, temos de ser todos nós a exigir essa mudança inteligente e, se eles
não quiserem, temos de deixá-los sozinhos, não cooperar e depois criar outra
coisa qualquer… claro que em teoria tudo é sempre mais fácil…
É evidente que não existem
sociedades perfeitas e as utopias não aparecem feitas instantaneamente, as
utopias vão-se criando, são processos que talvez nunca atinjam 100% de
perfeição porque há sempre algo que se acrescenta, existe um aperfeiçoamento
constante, por isso não podem existir doutrinas totalmente rígidas e, embora
possamos partir de pilares essenciais, tudo tem de estar sempre aberto ao diálogo
e reflexão para não cairmos em coisas duvidosas e até perversas como algumas
que temos hoje. Umas vezes são processos mais rápidos, outras vezes mais lentos,
e, se olharmos para trás, em muitos sentidos estamos a viver hoje uma utopia,
claro que noutros aspectos parece que estamos a regredir.
Podíamos começar a percorrer o
caminho e muito podia já estar feito ou atingido e, se à partida dissermos que
é impossível, então não vale a pena nem tentar. Necessitamos de algo que
permita libertar as pessoas para uma vida mais plena e com sentido, onde a
criatividade e a busca pelo autoconhecimento e novos horizontes possam se
manifestar sem obstáculos desnecessários, onde cada um possa manifestar-se à
sua maneira.
Neste sentido têm surgido
projectos que possuem boas sugestões/alternativas e são baseados em conceitos
interessantes, sustentáveis, mais humanos e respeitosos em relação à nossa
liberdade e dignidade.
Um destes projectos é o projecto
Vénus, criado por Jacque Fresco (que já deu uma conferência em Portugal). O
projecto surge na tentativa de resolver problemas como o aquecimento global, a
destruição do meio ambiente, o desemprego, o crime, a violência, a pobreza, a
fome e a explosão populacional. Tem como objectivos: a criação de uma nova
civilização global; a sustentabilidade; a utilização de energia de forma
eficiente e a gestão dos recursos naturais da Terra usando automação avançada,
focando nos benefícios à sociedade; economia baseada em recursos; usar tecnologias
inovadoras e não-nocivas para o meio ambiente; um novo sistema social; a criação
de uma sociedade pacífica em que todas as pessoas formam uma família global no
planeta Terra, onde a competição, ganância e outras porcarias não terão espaço
para se desenvolverem;
Jacque defende que os comportamentos
disfuncionais da sociedade de hoje originam-se directamente do ambiente
desumanizador de um sistema monetário (faz sentido). Refere que é necessário
educar as pessoas (eu prefiro usar a palavra sensibilizar).Penso que se torna
necessário uma nova consciência, porque a maior parte das pessoas acha que não
há outro modo de viver senão este que é amplamente divulgado e incentivado.
Pessoalmente, não concordo com
algumas opiniões pessoais de Jacque (só algumas) e, em relação ao projecto
Vénus, penso que há muitos aspectos que não estão muito claros e devem estar
abertos ao diálogo. No entanto, em geral, concordo com muito do que é aqui
exposto e acho que vale a pena colocar a atenção nestas ideias. Muitos elementos
são interessantes e, em muitos aspectos, a sua visão aproxima-se bastante da minha
e em certos pormenores até a ultrapassa.
Uma das críticas que se costuma
fazer ao projecto é o facto de se assemelhar a uma tecnocracia (Bem, em relação
a isto, eu penso que a tecnocracia é algo que devemos evitar, pois baseia-se no
controlo da sociedade exercido por uma elite). Os defensores do projecto
afirmam que não é uma tecnocracia, pois existem algumas diferenças: o ser
humano está sempre no centro, as pessoas estão em primeiro lugar e a tecnologia
sem preocupação humana não tem sentido, a técnica existe para ajudar as pessoas
e não o contrário; as equipas científicas não são círculos fechados e qualquer
pessoa com o desejo de apresentar ideias pode entrar e oferecer soluções; o
sistema baseia-se numa democracia real, onde todos têm o direito de participar;
a ciência e o conhecimento estarão disponíveis para qualquer pessoa e não
apenas para uma percentagem baixa da população que se transforma numa elite e
toma as decisões isoladamente.
Parece-me claro que, devido a
vários factores, este sistema monetário e social não tem futuro, ele irá acabar,
isso é inevitável. O que podíamos fazer era acelerar muito esse processo e, com
isso, evitaríamos problemas no futuro. Fazer uma transição mais ou menos rápida
e mudar o sistema social.
Hoje, a adaptação tornou-se a palavra-chave
na nossa sociedade e "salve-se quem puder", transformámo-nos (há
muito tempo) em seres duvidosos. Sem ideais ou ideias que se encaixem dentro
daquilo que é o mais saudável e natural para nós, a nossa individualidade fica
em risco e a relação entre as pessoas torna-se complicada. Tudo está ligado, por
isso não devemos negligenciar nada e neste momento é evidente que “não podemos
resolver problemas usando o mesmo padrão de pensamento que tivemos para
criá-los”.
O tema da droga é sempre polémico
e, uma vez que há pessoas que parecem possuir dogmas e atitudes autoritárias em
relação a isto (produto de uma lavagem cerebral feita durante quase uma vida),
o diálogo pode tornar-se difícil. Por isso, antes de dizer seja o que for,
queria apenas deixar bem claro que, apesar de eu achar que nenhum tipo de droga
deve ser ilegal ou proibida e um adulto deve ter a liberdade para poder
consumir aquilo que quiser, penso que as pessoas devem ser responsáveis em
relação àquilo que consomem (sejam drogas ou alimentos) e, como é evidente, não
estou aqui a defender a toxicodependência, antes pelo contrário. E, no caso de
alguém querer consumir, o mais importante é consumir em privado e sem
prejudicar a saúde dos outros!
Em relação a este tema, podemos
verificar certas incongruências e coisas curiosas. Embora as leis variem de país
para país, a venda, produção e consumo de algumas substâncias (as chamadas
drogas ilícitas) é punida por lei, porque as autoridades alegam que estas são
substâncias muito perigosas. No entanto, é permitido:
- A venda de armas,
inclusivamente através da internet, com extrema facilidade (como nos USA), com
os resultados que estamos todos habituados a ver!
-A abertura de estabelecimentos e
até mesmo ruas inteiras que se dedicam à venda de bebidas alcoólicas para que
os mais jovens (e os menos jovens), juntamente com os seus amigos e amigas, tenham
a possibilidade de se alcoolizarem até não poderem mais. E, segundo alguns, é
tudo perfeitamente normal! Na minha opinião, faz parte de um ritual juvenil de
estupidificação em forma de rebanho (a pressão é grande, nós sabemos. A pressão
para a conformidade é grande para todas as idades, mas nestas idades assume
proporções e tácticas cruéis). Neste momento, muitas pessoas andam preocupadas
com o problema do alcoolismo nos jovens (entre essas pessoas estão algumas que
diziam que tudo era perfeitamente normal!). Mas eu pergunto: será que o álcool
não causa dependência? Será que o álcool também não pode ser muito perigoso
para a sociedade? Não é umas das principais causas de acidentes de viação e
violência doméstica? Então porque é que não proíbem o álcool? O que é que causa
mais dano, a canábis ou o álcool? Sabemos que é o álcool… É tudo uma questão
cultural.
As “salas de chuto” escandalizavam muita
gente, mas estes estabelecimentos de venda de álcool aparentemente não. Depois
também dizem: “ah, mas o álcool é diferente, porque tudo depende da dose”. E
nos outros casos não? É evidente que há drogas mais pesadas do que outras, mas
de certa forma tudo depende da dose e, como já vimos, nem todas as drogas
ilícitas encaixam nesse argumento. Para
além disso, podemos dizer que o consumo excessivo de drogas leves pode ser tão
perigoso quanto o consumo moderado de drogas duras.
-Dar oportunidade a determinadas
pessoas “certificadas” para que façam todo e qualquer tipo de experiências com
os seus clientes (ou utentes), drogando-os vezes sem conta, muitas vezes sem
qualquer tipo de critério e bom senso!
Em relação a este ponto, a minha
opinião é que, com ou sem prescrição médica, cada um deve ter a liberdade para
consumir os fármacos que quiser e ninguém tem nada a ver com isso. Depois acho
que os cidadãos em geral não são informados sobre tudo o que diz respeito a este
tipo de substâncias, ou seja, tenta-se exagerar nos efeitos chamados
“terapêuticos” e encobrir os efeitos prejudiciais decorrentes da toma. Não sou
absolutamente contra o uso de alguns psicofármacos (outros excluiria
completamente) em situações muito pontuais e/ou especificas, por exemplo, antes
de realizar determinadas intervenções e em situações de outra natureza. Mas,
acho que estamos a assistir a um abuso na prescrição destas coisas, as pessoas
consomem demasiadas drogas destas, passam a tomar isto a longo prazo, quando
por vezes a indicação deveria ser apenas para curto prazo, está generalizado
para tudo e mais alguma coisa, muitas vezes sem grande critério e negligenciando-se
outras alternativas que porventura deviam ser experimentadas primeiro, etc. Por
isso, tenho muitas reservas em relação a estas coisas e não confio nas pessoas
que as prescrevem, vejo muita asneirada por aí e modelos completamente
duvidosos e questionáveis. E, claro, o nosso velho amigo está por detrás disto
tudo. Quem é ele? O negócio! Quando enormes lucros são gerados, a verdade pode
ser sempre distorcida, não tenham dúvidas disso!
- A venda de tabaco, mesmo quando
sabemos que o cigarro mata! Até consumir café em excesso pode provocar
problemas de saúde, embora o café também tenha propriedades benéficas.
- Certos conteúdos que passam na
TV, quer pela sua natureza violenta e outros aspectos, também não podem ser
geradores de comportamentos perigosos? E que tal a publicidade? E as notícias
dos telejornais, não são um abuso? Porque é que não proíbem o consumismo
desenfreado que também causa tantos problemas? (agora, devido às condições
actuais, até diminuiu). Porque é que não proíbem as pessoas de trabalharem mais
do que deviam, porque, cansados, poderão tornar-se perigosos e desconcentrados?
(e agora, como é preciso produzir, incentiva-se o abuso e, devido ao
desemprego, há pessoas a tentar escravizar os outros). Porque não proibir a
poluição e a degradação do meio ambiente? (na prática e a sério). Porque não
proibir tantas outras coisas nefastas? (coisas que realmente nos afectam a todos).
O que é que verdadeiramente se
esconde por detrás da proibição e penalização da droga?
Em Portugal existe um modelo que
já descriminalizou o consumo (apenas o consumo e nos casos em que a quantidade
de produto detido não for superior ao consumo individual correspondente a 10
dias, ou seja, o consumo é penalizado, mas nestes casos o crime passa a ser apenas
uma contra-ordenação) e assenta no tratamento da toxicodependência. Este
modelo, segundo dizem, tem tido bons resultados e foi elogiado por outros
países que pensam em seguir o mesmo caminho. Embora, no que diz respeito ao
tratamento e reabilitação, tenham surgido algumas críticas em relação a certas
abordagens, nomeadamente no que diz respeito ao uso da metadona e aos critérios
e duração da administração da mesma.
Penso que ninguém tem nada a ver
com aquilo que cada um consome ou deixa de consumir e não faz qualquer sentido
um Estado ou Entidade proibir coisas deste género. É um problema de cada um.
Cada pessoa tem de ser responsável pelos seus actos e por aquilo que decide
consumir e ponto final! Nada deveria ser proibido se de facto não está a
afectar, incomodar ou prejudicar o outro de forma directa.
Se o objectivo é de facto acabar
com a toxicodependência, proibir não resulta! O fruto proibido é o mais
apetecido! E penso que isso já foi mais do que provado….É entendendo porque é
que as pessoas procuram essas coisas, é construindo uma sociedade diferente, é
indo às raízes das coisas, é criando condições para que quem tem predisposição
para essas coisas não sinta vontade. Não é penalizando umas coisas e depois
estimulando esquemas, ideias e filosofias sociais que levam as pessoas a
experimentarem essas substâncias que queremos penalizar… há aqui muitos
contra-sensos. E penso que ninguém pode apontar o dedo a ninguém, porque, de
uma forma ou de outra, todos temos as nossas dependências, embora haja coisas
mais limitadoras e preocupantes do que outras, mas há muitas dependências que
não deixam de ser dependências, só que são incentivadas pela sociedade, essa é
a diferença.
O caminho é compreender as causas
profundas (o meio joga sempre um papel muito forte, mas geralmente não se toca
muito nisso, na minha opinião, prefere-se sempre dissecar a pessoa, mas não se
disseca muito o meio…), dar liberdade para que cada um experimente e compre o
que quiser e, ao mesmo tempo, trabalhando para construir uma sociedade saudável
que não seja contraditória. O caminho está aqui, é vendo o quadro todo. É
construindo utopias e desenvolvendo condições para que haja cada vez menos razões
para destruir a vida consumindo substâncias. O caminho está na sensibilização
dos jovens (e não só) para a importância de ser moderado, para a importância de
sermos nós próprios e de reflectirmos sobre as coisas (isso é que é ser fixe,
por muito que os amigos lhes façam crer o contrário) e o divertimento pode viver
juntamente com estes aspectos. Precisamos de uma nova juventude, uma juventude
mais sábia e hoje em dia já se vêem cada vez mais excepções, mas ainda não é
suficiente. Que não se deixem levar pelas armadilhas das modas e por certos
comportamentos de rebanho.
Para finalizar, e não tendo
números exactos, em certas situações e contextos, fico com a sensação de que a
luta, a guerra contra a droga provoca mais sofrimento e mortes do que o próprio
consumo. Acredito que com a legalização, a violência e o tráfico de droga poderiam
diminuir consideravelmente.