quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Os mistérios das catedrais e templos góticos

Para muitos, as catedrais e templos góticos, para além de serem edifícios católicos, são também livros de pedra que contêm símbolos e ensinamentos esotéricos. Estes edifícios, principalmente as grandes catedrais, sempre exerceram um estranho fascínio sobre a maioria das pessoas e muitos defendem que os seus construtores medievais usaram-nas para transmitir a doutrina hermética. Por isso, tradições antigas como a Cabala ou a alquimia convivem lado a lado com o cristianismo. (É importante salientar que algumas destas tradições herméticas eram proibidas pela religião católica).

Neste contexto, as catedrais, assim como outros templos, convidam-nos a fazer uma viagem e a ver para além das aparências.

A sua beleza, a sua grandeza, o seu silêncio e a luz que passa pelos vitrais coloridos, para além de criarem condições que nos podem levar à reflexão ou mesmo à meditação, facilmente provocam em nós um estado de tranquilidade.

Há até quem sugira que as catedrais são uma espécie de bosques de pedra, ou seja, seriam uma forma de reproduzir a magia dos bosques e o seu carácter sagrado. Mas, apesar destas construções serem realmente fantásticas, eu penso que o bosque natural pode cumprir a mesma função da catedral e até com mais eficácia…






Mosteiro da Batalha-Portugal

Existem alguns exemplos de arquitectura gótica em Portugal e o Mosteiro da Batalha é um desses exemplos.

O Mosteiro de Santa Maria da Vitória, mais conhecido como Mosteiro da Batalha, estilo gótico, foi construído para cumprir uma promessa feita por D. João I e comemora a vitória de Portugal sobre Castela na Batalha de Aljubarrota.

Segundo alguns, D. João I, mestre de Avis, foi iniciado nos mistérios templários. Para além disso, também afirmam que o mosteiro é um monumento maçónico operativo, não sendo o único em Portugal.

Esta obra ficou incompleta e há quem sugira que as chamadas Capelas Imperfeitas estão incompletas assim como está incompleta a missão universalista de Portugal: a criação do Quinto Império.


O Monumento possui várias mensagens e símbolos e apresenta-se como se fosse um mapa (do ocidente e península ibérica ao oriente, com a europa pelo meio). Na sua construção, nada foi fruto do acaso…










Fulcanelli e os mistérios das catedrais

No seu livro "O Mistério das Catedrais", Fulcanelli diz-nos que, paralelamente ao cristianismo, existe uma outra dimensão escondida dentro das catedrais e essa dimensão corresponde à alquimia e ao hermetismo. Fulcanelli procura então desvendar esses mistérios, interpretando a simbologia existente nas catedrais. (E quem gostar de temas relacionados com profecias e enigmas desse género, certamente irá lembrar-se da cruz de Hendaye e seus símbolos enigmáticos, assunto também analisado por Fulcanelli em “ O Mistério das Catedrais”).






segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Os mistérios do espaço, do tempo e dos seres que neles habitam, a consciência, o Universo e a realidade. (2ª parte)

A realidade tem truques?

Existem as “mecânicas “e os funcionamentos da vida, situações que podemos observar dentro e fora de nós. Padrões que se repetem e que geralmente não recebem a nossa atenção. É certo que nem todas são leis absolutas. Umas baseiam-se em tradições e filosofias antigas e outras são mais modernas, mas todas requerem atenção, até porque por vezes são situações subtis.

Podemos encontrar imensas coisas sobre estes temas, desde livros, palestras, cursos, etc- desde o âmbito mais alternativo até ao âmbito mais convencional e ortodoxo, e tudo com objectivos semelhantes: ajudar as pessoas a concretizarem os seus objectivos, ajudar as pessoas a serem mais felizes, etc. Ferramentas, ideias, “truques”, dicas, sugestões. Umas talvez mais credíveis do que outras. Cada uma baseada em diferentes pressupostos e paradigmas acerca da realidade. Umas talvez mais sábias, outras talvez menos sábias. Umas mais materialistas e egocêntricas e outras de natureza mais espiritual, digamos assim.

Mas vamos dar um exemplo e, para comentar, escolho algo saído da área mais alternativa: a famosa “lei” da atracção!

Muito se tem escrito e falado sobre isto recentemente: filmes, livros, cursos, etc, etc. No entanto, resumir tudo a uma única “lei” talvez seja demasiado redutor, por isso não concordo com tudo o que já foi dito e escrito em relação a este tema e certas coisas podem até ser enganadoras. Nem tudo é tão simples, linear e imediato como alguns defendem. Quer dizer, há pessoas que passaram a vida inteira com medo de ficarem pobres, foram forretas, e a pobreza nunca chegou. Outros fizeram tudo para conseguir algo e nunca conseguiram… E outros até tinham medo que o céu lhes caísse em cima da cabeça e o céu nunca caiu!

Até sou capaz de aceitar a existência e realidade desta “lei”, mas só até certo ponto. Suspeito que todos temos potencialidades escondidas ou adormecidas dentro de nós, mas a verdade é que também temos imperfeições, limitações, coisas e razões que desconhecemos e, por tudo isto, com certeza não podemos fazer, ter ou concretizar absolutamente tudo que queremos num determinado momento da vida… Para além disso, as comparações com as vidas de algumas pessoas e o imitar os métodos e concretizações dessas pessoas- tudo isso deve ser abordado com cautela e deve ser motivo de reflexão, porque as circunstâncias e as naturezas das pessoas são muito diferentes… Com isto não quero dizer que as pessoas não devem mentalizar ou focar a sua atenção nos seus objectivos (objectivos que podem ser bastante possíveis de serem alcançados e até mais do que legítimos), mas às vezes é necessário reflectir e colocar um pouco os pés no chão, ser realista sem ao mesmo tempo deixar de sonhar! No fundo, é isso.   

Depois é também importante referir que, por vezes, mais importante do que pensar ou visualizar um determinado objectivo é simplesmente estar atento aos pormenores e às várias possibilidades que se apresentam no nosso caminho e que geralmente não recebem a nossa atenção (coisa não muito fácil de fazer). E às vezes parece que a vida brinca connosco e é só quando nos desprendemos do objectivo inicial que ele aparece mais tarde, espontaneamente e inesperadamente, porque até já estávamos concentrados noutro caminho ou noutra possibilidade. E isso aconteceu talvez porque estávamos demasiado obcecados por esse aspecto ou objectivo? Demasiada obsessão por conseguir ou ter algo pode gerar preocupação e isso pode atrapalhar. A preocupação e a ansiedade geradas funcionam destruindo a pessoa e surgem associadas a uma elevada expectativa e apego a um determinado resultado. Por isso, para além de tentar reduzir essa expectativa e escolher “estratégias laterais” que rodeiam o “inimigo” em vez de “estratégias” que pretendem enfrentá-lo pela frente, talvez também seja importante às vezes mudar o foco da atenção e até “investir” um pouco mais em “estratégias” menos egocêntricas, transferindo a “energia” do ter e conseguir para o dar, ajudar e inspirar outros.

Também não é difícil verificar que muitas vezes a própria procura pela felicidade pode se tornar num problema. No momento em que dizemos: “Eu tenho de…” podemos estar a construir situações indesejadas. Esta afirmação, por si só, pode fazer muitos estragos… O desprendimento tomado na dose apropriada pode ser uma grande ajuda.

Podemos atrair acontecimentos que classificamos como maus e bons?

Umas vezes parece que sim e outras vezes parece que não, mas sem dúvida que há certas coisas em que não convém focar a nossa atenção, principalmente porque podem ter uma influência emocional e psicológica negativa e podemos entrar facilmente em sintonias indesejáveis. Hoje está bastante claro que, embora nem sempre consigamos colocá-lo em prática, pensar de forma positiva influencia positivamente o nosso corpo. Pensamentos e emoções positivas têm um efeito benéfico na nossa saúde, etc.

Mais cedo ou mais tarde, colhemos aquilo que semeamos?

Talvez…

Depois temos também aqueles que defendem que devemos insistir e ser persistentes e eu acho que têm razão, concordo! Mas atenção porque nem sempre é bom persistir. Se alguém quiser ir em frente e tiver uma parede no seu caminho, ao persistir só arranjará hematomas! Talvez seja melhor passar por cima do muro com a ajuda de um escadote! Às vezes é preciso mudar de táctica ou então mudar de caminho!

Mas esta coisa muito New age da “lei” da atracção também pode ser muito desagradável nas mãos ou, melhor dizendo, na boca de algumas pessoas. Há pessoas que estão sempre a doutrinar, mesmo quando ninguém lhes pediu ou perguntou coisa nenhuma, e dizem todo o tipo de trapalhadas e coisas inconvenientes. São peritos em criar sentimentos de culpa nos outros. Há quem critique por criticar porque ou apenas querem destruir ou simplesmente são pessoas negativas e desmancha-prazeres, não sonham nem deixam sonhar. E depois temos alguns defensores desta “lei” magnética que afirmam serem pessoas positivas, mas ao mesmo tempo destroem quem não consegue pôr a tal “lei” a funcionar. Afirmam cruelmente que se alguém está metido numa determinada situação e não consegue sair da mesma, então é por culpa própria e porque, coitados, não têm vontade suficiente (para esses iluminados, tudo é fácil e, principalmente, rápido). Ou então, principalmente hoje, e numa lógica capitalista, podemos encontrar aqueles que dizem: “Então, já foste empreendedor hoje? Estás nessa situação? Pois, isso é porque não és empreendedor!”

Todos nós já cometemos erros e já dissemos coisas que não devíamos ter dito, mas há pessoas que abusam e muitos destes defensores da “lei do íman” são uns aproveitadores e parasitas que procuram sentir-se superiores à custa dos outros! Mas depois, mais tarde, descobrem que afinal não eram assim tão fortes de ânimo, espirituais ou superiores… Como se já não bastasse a mentalidade competitiva e oportunista da realidade mundana onde quase tudo é feito para impressionar o outro, agora temos também de aturar este tipo de competitividade espiritual, digamos assim.

Mas situações semelhantes podem ser encontradas por todo o lado, não é só no âmbito New age ou mais alternativo. O âmbito mais ortodoxo também tem os seus “joguinhos”…

Depois há também quem diga: “ eu consegui x situação ou concretizei x objectivo porque mentalizei, visualizei e soube usar a “lei” na perfeição…” É evidente que respeito a opinião da pessoa e ela pode até estar mais do que certa. Mas será que ela não conseguiria essa situação x de qualquer maneira? Essa é a questão! É a tal coisa: destino e livre arbítrio- quando é que começa um e acaba o outro?

Por isso, nós desconhecemos muito e às vezes as coisas têm de ser vistas num quadro mais amplo. É necessário respeitar as pessoas e dar-lhes tempo porque nem tudo acontece de forma instantânea nas suas vidas, nem tudo acontece segundo a sua vontade imediata. Por vezes as coisas desenrolam-se dentro de esquemas próprios e que podem até servir um propósito desconhecido. Na verdade, não sabemos. Então cuidado com o que dizemos aos outros e, não raras vezes, as boas intenções só fazem é asneira! Podemos até fazer sugestões, mas a forma como abordamos as situações é sempre importante. E isso requer principalmente sensibilidade e perspicácia que podem ser aprendidas ou inatas… Em certas situações, basta apenas perguntar à pessoa se ela precisa de alguma coisa! E a resposta será dada!

E isto leva-me a pensar que devemos tratar os outros da mesma forma que gostaríamos de ser tratados. É essencial respeitar os outros (mesmo que esses outros não sejam humanos). Isto já é uma frase gasta, mas falhamos frequentemente neste capítulo e existem razões para isso acontecer… Outros “mandamentos” seriam: ter a liberdade para fazer o que nos apetece ou experienciar o que desejamos ou o que sentimos que precisamos, desde que isso não prejudique nada nem ninguém; cuidado com certos julgamentos, principalmente os desnecessários, porque somos todos (quase todos) imperfeitos e estamos todos metidos na mesma alhada; respeitar as opiniões e crenças dos outros. Não forçar ninguém a acreditar nas nossas ideias e opiniões, não querer mudar os outros à força porque isso geralmente não dá bom resultado.

E se formos consultados em relação a algo, damos a nossa opinião uma vez e o resto depois é com a pessoa que recebeu essa opinião, não temos de estar sempre a insistir!

Claro que muitas vezes as pessoas estão enganadas nas suas crenças e opiniões e essas crenças e opiniões podem até prejudicar-nos… E algumas prejudicam mesmo! Para além disso, se alguém estiver perigosamente a caminhar no meio de uma estrada, pode ser conveniente e necessário alertá-lo sobre os perigos e isso poderá ser feito mais do que uma vez! Quero dizer que há sempre excepções, mas às vezes é melhor deixar as pessoas em paz e não insistir.

Concluindo, ao contrário de grandes truques e “leis”, a resposta pode até ser muito mais simples do que imaginamos, mas não a conseguimos ver ou então não a queremos ver…

Se as “mecânicas” da vida realmente existem, que cada um se estude a si próprio (auto-conhecimento) e observe o meio que o rodeia. Que cada um faça as suas próprias experiências e, se possível, não complique o que já é complicado!


domingo, 26 de janeiro de 2014

Os mistérios do espaço, do tempo e dos seres que neles habitam, a consciência, o Universo e a realidade (1ª parte)

Antes de mais, em relação a este e a outros artigos que já escrevi, queria realçar que falo (neste caso, escrevo) segundo a perspectiva de quem reflecte sobre estes assuntos, não falo segundo a perspectiva de quem domina totalmente ou tem mestria e pretende dar lições aos outros. Também não escrevo o que mais me convém, não escrevo o que me dá jeito escrever, escrevo o que me parece mais certo e correcto, dentro daquilo que é a minha intuição pessoal, reflexão e conhecimento actual que é sempre incompleto, e é certo que amanhã sempre posso mudar de ideias, pois não somos seres estáticos, estamos sempre a aprender! Para além disso, tenho a liberdade de escrever e dizer o que me apetece, sem nenhum tipo de receio, pois não estou ligado a nenhuma cartilha científica, religiosa, céptica, esotérica, politica ou de outra natureza qualquer. Portanto, neste momento, sou livre para dizer todos os “disparates” que me apetecerem! Por isso, acho que é sempre bom não estar demasiado apegado a uma determinada doutrina ou sistema em particular, porque isso dá-nos uma certa liberdade de pensamento e liberdade a todos os níveis e, se as circunstâncias assim exigirem, isso permite-nos mudar ou evoluir nalgum sentido. É importante também referir que uma certa filtragem pessoal é necessária em tudo.

A realidade tem truques? A realidade tem segredos? A realidade existe da forma que julgamos? Que tipo de “ Matrix” é este em que vivemos? Existe uma consciência cósmica? Podemos experienciá-la? A natureza do Universo é holográfica? Será o Universo de natureza fractal, assim como podemos observar através de alguns exemplos na natureza? Qual é a verdadeira relação entre a consciência e a realidade? Serão a mesma coisa? E se forem distintas, como se relacionam? Podemos “mexer” e modificar a realidade com os nossos pensamentos, atitudes e comportamentos? Existe livre arbítrio? Podemos atrair coisas e situações? A realidade responde às nossas perguntas? A realidade envia-nos sinais e mensagens? Devemos estar atentos e alerta? Somos guiados? Qual é a função das sincronicidades? São fruto do acaso? Seremos participantes activos ou passivos nesta história? Qual é o propósito dos acontecimentos? O Universo, a natureza, a consciência, a vida-será tudo fruto do acaso? Existia algo antes deste Universo? Provavelmente! Evolutivamente falando, estaremos em condições de entender tudo isto? Ou ainda estaremos num estágio infantil?

Espaço e tempo: será que realmente compreendemos estas coisas? Será o tempo uma ilusão? Será que o tempo não é aquilo que nós julgamos? Passado, presente e futuro existirão todos ao mesmo tempo?

Estas são questões que surgem com alguma frequência e nem sempre são de fácil resposta.

Há quem afirme que a vida não tem sentido e que as coisas não têm nenhum propósito e, perante o absurdo da vida e o sofrimento, tentamos desesperadamente encontrar um sentido para tudo, para não cairmos no vazio e no desespero. De certa maneira, talvez até nem haja nenhum grande propósito e o ser humano (a maior parte) leve tudo demasiado a sério. Pode ser que tudo seja apenas um jogo (mesmo que às vezes fiquemos com a sensação de que esse jogo aparentemente não tem piada nenhuma…). Por outro lado, e aceitando que é apenas um jogo, isto implica que existe um sentido e um propósito, um fim a ser atingido, um fim que até poderá renovar-se constantemente e infinitamente…E, no final, podemos até surpreender-nos porque depois descobrimos que esse tal propósito não era bem o que estávamos à espera! 

A verdade é que apenas percepcionamos uma pequena parte da realidade e pode até ser que essa realidade apenas exista dentro da nossa cabeça (e, de certa forma, apenas existe!). Para além disso, somos formatados pela sociedade em vários sentidos e isso influencia as nossas visões, crenças e perspectivas de várias maneiras.

E, se for tudo uma questão de perspectiva, podemos até colocar a hipótese de habitarmos dentro do organismo de um ser qualquer. E, se assim for, nem nos apercebemos disso! Será que uma célula do nosso organismo saberá quem nós somos? Terá consciência de que faz parte de um corpo humano e que esse corpo humano tem também uma consciência? Mundos dentro de mundos, universos dentro de universos e organismos dentro de organismos… Muitos mundos, muitos universos, muitas dimensões, muitos organismos, diferentes consciências e formas de existência… O microcosmo é um reflexo do macrocosmo? Etc…

E se um grão de areia contém todo o universo, então até um grão de areia possui alguma forma de consciência e, apesar das aparências, tudo pode ser uma única coisa ou, melhor dizendo, um único ser, um único algo, embora apenas captemos partes separadas ou isoladas desse algo.


Portanto, dentro de uma determinada visão que é partilhada por muitos, o universo seria um organismo e todos nós faríamos parte dele. Ao mesmo tempo, o universo está dentro de cada um de nós e, na verdade, nós somos o universo, temos dentro de nós a consciência da totalidade, digamos assim. Nós e o universo somos um só! Todas as coisas e seres não são mais do que diferentes expressões de uma única consciência. De maneira que tudo no universo está interconectado: o que acontece num determinado lado afecta automaticamente os outros lados… E podemos até ir buscar alguns exemplos que nos demonstram essa conexão que falei anteriormente. Mas apenas irei falar de um que talvez até nem seja o mais fantástico de todos, mas mesmo assim não deixa de ser curioso: não sei se já repararam, mas em determinados períodos da História, quando alguém teve determinadas ideias, quer seja a nível politico, científico, artístico, etc, imediatamente noutras partes do globo, outras pessoas começaram estranhamente a ter também ideias semelhantes e isto traduz-se a nível de invenções e outro tipo de situações. É como se realmente houvesse uma ligação qualquer e algo ficasse no “ar” e, de alguma forma, “contaminasse” outras pessoas.  E muitas vezes não existiu nenhum tipo de contacto entre essas pessoas. Inicialmente, pode ser iniciado por uma única pessoa ou então começa de forma sincrónica… Obviamente, verificamos mais esta situação quando estamos a falar de culturas iguais ou semelhantes.



Jogo de Polaridades

A dualidade está presente na “mecânica” da nossa realidade. Pelo menos, temos essa percepção, mas poderá essa percepção ser uma ilusão? Para uns, os opostos complementam-se e são diferentes aspectos de uma mesma coisa. Para outros, são coisas distintas.

O prazer e o sofrimento andam de mãos dadas, um esconde-se por detrás do outro. Parecem ser duas polaridades opostas, mas, ao contrário de outro tipo de polaridades, talvez estejam assentes numa lógica diferente… Não sei!

São, de facto, duas experiências que fazem parte da vida:

Para uns, a vida consiste em experienciar ambas as polaridades de forma intensa, o que significa que tanto podem ter momentos de grande prazer assim como momentos de grande sofrimento. Neste caso, existe uma alternância entre dois picos extremos;

Para outros, a vida consiste em experienciar mais uma polaridade do que outra e em diferentes graus;

Depois existem também aqueles que experienciam um equilíbrio entre as duas polaridades, mas sem atingir picos extremos de cada uma delas;

Podemos fazer muitos tipos de comparações e medições, mas, de certa forma, cada um sente as coisas à sua maneira e situações semelhantes podem provocar diferentes emoções e reacções em cada um de nós.

Não sei se há quem sinta sofrimento no prazer, mas parece que há quem sinta prazer no sofrimento.

Dizem que ambos cumprem uma função na vida (assim como algumas características pessoais que apenas se transformam em defeitos quando o outro não as considera bem-vindas, desaprovando-as…), dependendo da perspectiva que se queira ter (biológica, psicológica, espiritual, transcendental, etc.). Mas, apesar de tudo isso, e por razões óbvias, a maior parte de nós tende a evitar o sofrimento!

O prazer e o sofrimento terão o mesmo grau de complementaridade que outras coisas? Poderemos prescindir de um e ficar só com o outro?

Se puxarmos o prazer até um certo limite, em seguida poderemos ter a conversão ou transformação na polaridade oposta- o sofrimento (por exemplo, esse limite pode ser entendido em termos de frequência elevada e excesso de estimulação. E o sofrimento pode vir na forma de insatisfação permanente, mas não se resume apenas a isso…). Da mesma forma, se o sofrimento for esticado até um certo limite, eventualmente cessará e em seguida o alivio proporcionado virá na forma de prazer. Neste caso, na presença de um certo sofrimento, também apelamos mais ao prazer, esse prazer é mais desejado e poderá até ser sentido de forma mais intensa.

No entanto, não faz nenhum sentido querer sofrer para a seguir experienciar o prazer de forma mais intensa. Podemos conseguir essa intensidade sem primeiro passar pelo sofrimento (provocado ou não). Apenas não precisamos de forçar esse prazer, ou seja, a chave está na moderação e na criação de intervalos de privação que nos permitam depois atingir o objectivo pretendido.  

Se o prazer e o desejo não têm nenhum tipo de freios e são procurados a todo o momento, o sofrimento e a insatisfação estarão logo ali ao virar da esquina, estarão bem perto e instalar-se-ão!

É evidente que a vida, se possível, pode e deve ser um prazer constante. É legítimo ter ou buscar o prazer e o bem-estar e certas situações são naturalmente possíveis de serem vividas continuamente (por exemplo, o prazer de fazermos o que gostamos, profissionalmente, artisticamente, etc). Mas já em relação a outros prazeres ou situações, eles devem ser sabiamente geridos, pois objectivamente podem provocar-nos insatisfação e até sofrimento.

Por outro lado, há, por exemplo, um tipo de “sofrimento” que não é bem um sofrimento: o exercício físico! (claro que tudo depende da intensidade e do tipo de exercício). Este não é de evitar (caso não haja contra-indicações).

O exercício físico pode ser facilmente controlado por nós e se for abordado convenientemente, geralmente provoca um bem-estar que surge logo a seguir a esse “sofrimento”. Neste sentido, é uma das formas de se conseguir obter uma sensação de prazer e relaxamento e encaixa nesta ideia de conversão de polaridade.

Na prática, nem sempre conseguimos atingir o equilíbrio desejado, mas tudo o que escrevi até aqui pode ser facilmente verificável (não se trata de morais religiosas ou de outra natureza similar, mas simplesmente consiste em estar atento e gerir as coisas no sentido de melhor desfrutar delas…).

Há também quem diga que a eliminação completa do sofrimento poderá ser atingida através da cessação do desejo (de forma geral) e de uma espécie de transcendência, e temos várias correntes religiosas e filosóficas que falam precisamente disso. Neste caso, seria talvez a obtenção de um prazer diferente e duradouro.


Na minha perspectiva, é uma boa ideia simplificar a vida, sim, mas só até certo ponto… (já falei sobre este assunto, por isso não vou repetir). Mas cada um encontra o seu próprio caminho e o seu próprio equilíbrio. Filtramos as coisas à nossa maneira, não há que seguir doutrinas ou cartilhas rigidamente estabelecidas! Talvez não haja receitas perfeitas e cada um tenha de encontrar a sua própria receita…



quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Caridade ou Solidariedade?

A caridade é sempre uma coisa humilhante, porque funciona de cima para baixo. É evidente que quando os outros estão aflitos é sempre importante ajudá-los. Se realmente precisarem, fazemos o que estiver ao nosso alcance e o que nos for possível. Contudo, muito melhor do que isso é a solidariedade que consiste em criarmos condições (como colectivo) para que não haja necessidade de recorrer à caridade. E isso consegue-se quando atacamos precisamente as causas dos problemas!

E cuidado, porque muitas pessoas preferem sempre a caridade e não querem nada com a solidariedade. Essas pessoas, na realidade, são egoístas e/ou têm a cabeça contaminada por uma determinada ideologia. Gostam da caridade porque ela lhes dá prazer, mas a verdade é que é sempre humilhante para quem recebe. “É tão bom ajudar os pobrezinhos. Faz-me sentir tão bem”, “O reino de Deus é dos pobres”- assim não vamos lá, pessoal! E também não podemos levar tudo à letra! Para além disso, também temos aquele tipo de caridade que apenas procura reconhecimento público e é tudo menos desinteressada. Sim, nem tudo é o que parece!

Portanto, a caridade não é um bem, a caridade é um mal que por vezes torna-se necessário, é certo.

O ser humano pode e deve viver dignamente e podemos criar abundância. O problema está nas filosofias e nas atitudes perante as coisas, o problema não está nas coisas!

Há pessoas e instituições que focam-se exclusivamente na caridade, mas não podemos prevenir certas situações através da caridade… É óbvio que é sempre bom ajudar os outros e/ou partilhar certas informações e coisas com os outros, mas há sempre situações que são naturalmente humilhantes e sobretudo desnecessárias…

Existe também aquilo que eu chamo de caridade capitalista e é destinada a convencer as pessoas de que o actual sistema pode fazer muito pelos que mais precisam, etc. Portanto, é algo com fins propagandísticos e que serve para tapar os olhos às pessoas e temos vários exemplos deste tipo de táctica… Se algum dia o capitalismo foi um sistema necessário para produzir abundância (assim como muitos defendem), então hoje torna-se demasiado evidente que esse sistema precisa de dar lugar a outro mais inteligente, harmonioso e respeitador da liberdade e individualidade!



terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Talvez

Há um conto Taoísta sobre um velho fazendeiro que trabalhou em seu campo por muitos anos. Um dia seu cavalo fugiu. Ao saber da notícia, seus vizinhos vieram visitá-lo. “Que má sorte!" Eles disseram solidariamente. “Talvez," o fazendeiro calmamente replicou. Na manhã seguinte o cavalo retornou, trazendo com ele três outros cavalos selvagens. "Que maravilhoso!" Os vizinhos exclamaram. "Talvez," replicou o velho homem. No dia seguinte, seu filho tentou domar um dos cavalos, foi derrubado e quebrou a perna. Os vizinhos novamente vieram para oferecer sua simpatia pela má fortuna. "Que pena," disseram. “Talvez," respondeu o fazendeiro. No próximo dia, oficiais militares vieram à vila para convocar todos os jovens ao serviço obrigatório no exército, que iria entrar em guerra. Vendo que o filho do velho homem estava com a perna quebrada, eles o dispensaram. Os vizinhos congratularam o fazendeiro pela forma com que as coisas tinham-se virado a seu favor. O velho olhou-os, e com um leve sorriso disse suavemente: "Talvez."


(Esta talvez não seja a versão original do conto, mas o fundamental está presente)



Embora tudo seja transitório, há acontecimentos desejáveis e não desejáveis. Num determinado momento, preferimos que certas coisas aconteçam e outras não, isso é perfeitamente natural. Mas, na sua essência, os acontecimentos são bons, maus ou neutros? Há acontecimentos que servem algum propósito? Qual deve ser a nossa atitude perante os acontecimentos? A vida é feita de contradições ou por vezes serão complementos? 



domingo, 12 de janeiro de 2014

"Juramento de Hipócritas"

O que é que sabemos realmente? Onde está a verdade? Onde está a mentira ou o engano?

Há situações duvidosas, há mentiras grossas, e existem ainda outros temas que merecem mais pesquisa, análise, debate, reflexão e procura de alternativas. De facto, a medicina não é o que as pessoas pensam! E quem quiser ir contra a corrente, certamente irá passar um mau bocado... Os hereges são severamente punidos! Mas, infelizmente, podemos observar situações semelhantes noutras áreas (atenção, olhos bem abertos! Somos comidos todos os dias! Ainda ontem soube que foram oferecidos cargos em instituições a dois políticos que estavam no governo e isto é prática comum e resulta do “bom comportamento” desses políticos…). Não sou um "conspiranóico", pois não acredito em tudo aquilo que esteja relacionado com conspirações, nem acho que toda e qualquer informação seja falseada ou erradamente tida como verdade, mas há muita coisa realmente duvidosa e outras são demasiado evidentes.   

Em geral, as pessoas não pensam ou não querem pensar, preferem confiar num sistema perigoso e enganador e deixam-se levar. Seguir o rebanho, seguir um determinado sistema cultural tem também os seus riscos… A cultura é sempre quem manda e às vezes é necessário colocar-se à margem dessa cultura e até comparar com outras (nada disto é fácil...).

Em relação à medicina e à saúde, deixo aqui um artigo interessante:


As vacinas são um mito? O tema das vacinas, por exemplo, tem gerado alguma controvérsia (mas não é o único…) e inclusivamente alguns profissionais de saúde começam a pôr muita coisa em causa. Em relação a isto, não vou entrincheirar-me defendendo um determinado lado, mas realmente penso que há coisas que merecem ser melhor analisadas e debatidas e devemos evitar posturas demasiado dogmáticas.

Artigo: 


Vídeo: 






sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

O Quinto Império

O que é o Quinto Império?

Muito se tem escrito sobre este tema. Uns adoptam uma visão mais poética, profética, mística e esotérica, e outros interpretam e encaram esta ideia de uma forma diferente, com outro tipo de interesse que não envolve a crença no tema.

Confesso que não conheço muito sobre este tema, mas como encaixa no “Portugal Misterioso” e como é um assunto que já foi falado e escrito por tantas pessoas, decidi colocar alguma coisa sobre o mesmo.

É curioso verificar que, para alguns, o Quinto Império é um projecto ou missão que não está relacionada exclusivamente com os portugueses, mas estende-se a toda aquela “gente que foi tocada por esta cultura que se originou daqui” (segundo Agostinho da Silva). O Quinto Império será diferente dos anteriores, pois assentará em valores distintos e não pretenderá dominar os outros povos.

Fantasia? Ficção? Profecia por cumprir? Real possibilidade?

Qual é a semelhança entre esta e outras profecias?

E, já agora, de que forma é que esta ideia de Quinto Império se encaixa, por exemplo, com a nova civilização que eu e tantos outros imaginamos e vemos, principalmente, como necessária?


O que pensava Agostinho da Silva sobre tudo isto? 




sábado, 4 de janeiro de 2014

A Era dos Descobrimentos

Não querendo ser demasiado nacionalista ou patriótico (não me agrada nada essas posturas arcaicas), penso que a era dos descobrimentos portugueses foi de extrema importância para a humanidade, não só a nível científico, mas também porque foi a primeira grande globalização.

Quem eram aquelas pessoas? Quais eram as suas motivações? Que tecnologias usavam? Como eram os seus barcos? Como é que conseguiram realizar tais proezas?  

E porque nasci aqui, este é um daqueles mistérios que está mais perto e por isso torna-se mais fácil falar dele!

Talvez não seja má ideia recuperar aquele espírito antigo e partir para novas descobertas, mas desta vez seguindo uma lógica completamente diferente e escolhendo um outro contexto igualmente importante e necessário… (é claro que não estou a falar daquela propaganda mais ideológica que por aí costuma circular nem de outras propostas mais ou menos convencionalistas e divulgadas pela comunicação social…)