quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Caridade ou Solidariedade?

A caridade é sempre uma coisa humilhante, porque funciona de cima para baixo. É evidente que quando os outros estão aflitos é sempre importante ajudá-los. Se realmente precisarem, fazemos o que estiver ao nosso alcance e o que nos for possível. Contudo, muito melhor do que isso é a solidariedade que consiste em criarmos condições (como colectivo) para que não haja necessidade de recorrer à caridade. E isso consegue-se quando atacamos precisamente as causas dos problemas!

E cuidado, porque muitas pessoas preferem sempre a caridade e não querem nada com a solidariedade. Essas pessoas, na realidade, são egoístas e/ou têm a cabeça contaminada por uma determinada ideologia. Gostam da caridade porque ela lhes dá prazer, mas a verdade é que é sempre humilhante para quem recebe. “É tão bom ajudar os pobrezinhos. Faz-me sentir tão bem”, “O reino de Deus é dos pobres”- assim não vamos lá, pessoal! E também não podemos levar tudo à letra! Para além disso, também temos aquele tipo de caridade que apenas procura reconhecimento público e é tudo menos desinteressada. Sim, nem tudo é o que parece!

Portanto, a caridade não é um bem, a caridade é um mal que por vezes torna-se necessário, é certo.

O ser humano pode e deve viver dignamente e podemos criar abundância. O problema está nas filosofias e nas atitudes perante as coisas, o problema não está nas coisas!

Há pessoas e instituições que focam-se exclusivamente na caridade, mas não podemos prevenir certas situações através da caridade… É óbvio que é sempre bom ajudar os outros e/ou partilhar certas informações e coisas com os outros, mas há sempre situações que são naturalmente humilhantes e sobretudo desnecessárias…

Existe também aquilo que eu chamo de caridade capitalista e é destinada a convencer as pessoas de que o actual sistema pode fazer muito pelos que mais precisam, etc. Portanto, é algo com fins propagandísticos e que serve para tapar os olhos às pessoas e temos vários exemplos deste tipo de táctica… Se algum dia o capitalismo foi um sistema necessário para produzir abundância (assim como muitos defendem), então hoje torna-se demasiado evidente que esse sistema precisa de dar lugar a outro mais inteligente, harmonioso e respeitador da liberdade e individualidade!



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