A caridade é sempre uma coisa
humilhante, porque funciona de cima para baixo. É evidente que quando os outros
estão aflitos é sempre importante ajudá-los. Se realmente precisarem, fazemos o
que estiver ao nosso alcance e o que nos for possível. Contudo, muito melhor do
que isso é a solidariedade que consiste em criarmos condições (como colectivo)
para que não haja necessidade de recorrer à caridade. E isso consegue-se quando
atacamos precisamente as causas dos problemas!
E cuidado, porque muitas pessoas
preferem sempre a caridade e não querem nada com a solidariedade. Essas
pessoas, na realidade, são egoístas e/ou têm a cabeça contaminada por uma
determinada ideologia. Gostam da caridade porque ela lhes dá prazer, mas a
verdade é que é sempre humilhante para quem recebe. “É tão bom ajudar os
pobrezinhos. Faz-me sentir tão bem”, “O reino de Deus é dos pobres”- assim não vamos
lá, pessoal! E também não podemos levar tudo à letra! Para além disso, também temos
aquele tipo de caridade que apenas procura reconhecimento público e é tudo
menos desinteressada. Sim, nem tudo é o que parece!
Portanto, a caridade não é um
bem, a caridade é um mal que por vezes torna-se necessário, é certo.
O ser humano pode e deve viver dignamente
e podemos criar abundância. O problema está nas filosofias e nas atitudes
perante as coisas, o problema não está nas coisas!
Há pessoas e instituições que focam-se
exclusivamente na caridade, mas não podemos prevenir certas situações através
da caridade… É óbvio que é sempre bom ajudar os outros e/ou partilhar certas
informações e coisas com os outros, mas há sempre situações que são
naturalmente humilhantes e sobretudo desnecessárias…
Existe também aquilo que eu chamo
de caridade capitalista e é destinada a convencer as pessoas de que o actual
sistema pode fazer muito pelos que mais precisam, etc. Portanto, é algo com
fins propagandísticos e que serve para tapar os olhos às pessoas e temos vários
exemplos deste tipo de táctica… Se algum dia o capitalismo foi um sistema
necessário para produzir abundância (assim como muitos defendem), então hoje
torna-se demasiado evidente que esse sistema precisa de dar lugar a outro mais
inteligente, harmonioso e respeitador da liberdade e individualidade!
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