terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Talvez

Há um conto Taoísta sobre um velho fazendeiro que trabalhou em seu campo por muitos anos. Um dia seu cavalo fugiu. Ao saber da notícia, seus vizinhos vieram visitá-lo. “Que má sorte!" Eles disseram solidariamente. “Talvez," o fazendeiro calmamente replicou. Na manhã seguinte o cavalo retornou, trazendo com ele três outros cavalos selvagens. "Que maravilhoso!" Os vizinhos exclamaram. "Talvez," replicou o velho homem. No dia seguinte, seu filho tentou domar um dos cavalos, foi derrubado e quebrou a perna. Os vizinhos novamente vieram para oferecer sua simpatia pela má fortuna. "Que pena," disseram. “Talvez," respondeu o fazendeiro. No próximo dia, oficiais militares vieram à vila para convocar todos os jovens ao serviço obrigatório no exército, que iria entrar em guerra. Vendo que o filho do velho homem estava com a perna quebrada, eles o dispensaram. Os vizinhos congratularam o fazendeiro pela forma com que as coisas tinham-se virado a seu favor. O velho olhou-os, e com um leve sorriso disse suavemente: "Talvez."


(Esta talvez não seja a versão original do conto, mas o fundamental está presente)



Embora tudo seja transitório, há acontecimentos desejáveis e não desejáveis. Num determinado momento, preferimos que certas coisas aconteçam e outras não, isso é perfeitamente natural. Mas, na sua essência, os acontecimentos são bons, maus ou neutros? Há acontecimentos que servem algum propósito? Qual deve ser a nossa atitude perante os acontecimentos? A vida é feita de contradições ou por vezes serão complementos? 



1 comentário:

  1. Gosto muito deste conto... por acaso li-o no outro dia num livro do Osho (com umas ligeiras diferenças). Acho que, de certa forma, é um conto contra a nossa obcessão em classificar as coisas...

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