Episódio da série "Fenómeno" transmitida pela RTP2.
Restantes partes:
https://www.youtube.com/watch?v=ZLwjVN3Zg1Y
https://www.youtube.com/watch?v=8qotXudXH9U
https://www.youtube.com/watch?v=1aJJkYIVv7c
https://www.youtube.com/watch?v=pOERfwLsyZc
https://www.youtube.com/watch?v=V-h5yXLQH6k
E porque existem muitas realidades dentro da realidade e outras possibilidades dentro das impossibilidades, surge este espaço dedicado a todos aqueles que gostam de divagar por aí ( sempre sem perder de vista o chão ) e aos outros que simplesmente têm curiosidade. Um espaço aberto a todos os amantes do mistério, viciados em utopias, filosofeiros da vida, buscadores de algo e poetas à solta. Os mais curiosos também podem entrar e talvez também deixem ficar a sua opinião.
sexta-feira, 24 de outubro de 2014
Desinformação
Recentemente, tive a oportunidade
de confirmar aquilo que não deveria surpreender ninguém. Dois exemplos que, na
minha opinião, mostram duas coisas: alguns jornalistas não são isentos, e
certos canais de televisão têm uma motivação ideológica e filosófica.
Em relação ao que pude ler numa revista
bastante conhecida e que reúne bastantes leitores, o texto pareceu-me
tendencioso, desinformação completa. E se não é feito de propósito, parece!
Qual teria sido a razão? Bem, algumas dessas razões passam-me neste momento
pela cabeça… Já é um tema gasto!
Sobre o canal de televisão (já
com historial de debunking), o mesmo transmitiu um documentário, supostamente
imparcial, mas que habilmente e em certos momentos pretendia induzir o
espectador a não tirar nenhuma conclusão sobre o tema, criando dúvidas no
espectador, mesmo quando seria legítimo tirar uma conclusão.
Obviamente, ambos falavam sobre
dois temas ligados ao mistério: o fenómeno OVNI (no caso do documentário) e a
natureza da consciência (no caso da revista). Mas, mesmo quando falamos de
outros assuntos menos misteriosos, por vezes também podemos notar falta de
isenção que surge disfarçada de imparcialidade ou aparece de forma mais
descarada.
Não pretendo generalizar, sei que
existem muitos tipos de jornalistas e jornalismos, e compreendo perfeitamente
que por vezes é difícil ir contra a corrente. Mas sabemos muito bem que existem
jornalistas que inclusivamente são pagos para fazerem determinados trabalhinhos,
de forma a influenciar a opinião pública sobre os mais variados assuntos, são
como mercenários. Outros simplesmente têm de obedecer a ordens que vêm de cima,
ou então estão amarrados a determinadas ideias preconcebidas e isso transparece
quando abordam certos temas (vão na corrente, a tal conformidade).
Acredito que os meios de
comunicação mais convencionais exercem uma grande influência na população (em
todo o mundo). Imaginando outras possibilidades, e salvo algumas excepções, não
penso que estejam a fazer um bom trabalho (e para chegar a esta conclusão não
precisamos de recorrer aos temas misteriosos…).
Convém também dizer que o Cepticismo
nasceu na Grécia e nada tem a ver com este tipo de cepticismo vulgarmente
praticado, pois neste caso não se trata da dúvida, mas sim da negação
dogmática, que é uma crença como qualquer outra, portanto trata-se de um
pseudocepticismo. Subtilmente criando a dúvida tendenciosa ou descaradamente
forçando explicações, trata-se de uma atitude ou situação em que algumas
pessoas se auto-intitulam cépticas dizendo que não podemos tirar conclusões, mas
depois acabam por cair em contradição quando afirmam que certos fenómenos são
explicados assim ou assado, quer seja através da química do cérebro ou outra
coisa qualquer.
segunda-feira, 22 de setembro de 2014
Maratona EQM
Antes de mais, é importante dizer
que não se trata de converter pessoas, como se de uma religião se tratasse. Mas
penso que existem boas razões para levar a sério (como sendo real) este tipo de
experiências. É também importante ter bem claro na nossa mente que as EQM
(assim como outros temas) apenas podem ser entendidas com mais clareza quando
tomamos em consideração todos os seus vários aspectos. Embora possamos
construir argumentações baseando-nos em apenas um ou dois aspectos, é
importante juntar tudo e não deixar nada de fora, não ignorar nada. E às EQM
podemos juntar outros fenómenos (alguns não tão raros como se possa pensar) e
estudos (inclusivamente antropológicos, históricos, etc). E é assim, juntando
tudo, que podemos obter uma perspectiva do quadro todo. De forma a obter um
todo coerente.
Porque é que eu penso que não
vale a pena perder tempo a tentar convencer os cépticos (e afins)? (para
aqueles que ainda não tiveram a oportunidade de pensar nisto, volto novamente a
tocar neste assunto. E não podia deixar de tocar neste tópico, porque faz
também parte do “jogo”, vem juntamente com a embalagem)
Em primeiro lugar, no caso daqueles
que dizem que são ateus, principalmente os militantes, é totalmente inútil, uma
tarefa estéril. Qualquer pessoa que fale sobre EQM será vista como um “inimigo
da razão” e outros preconceitos do género. Certos ateus defendem a razão mas
são também eles próprios capazes de dizerem coisas sem sentido e ilógicas. Em
certo sentido, alguns parecem estar ao mesmo nível de um bom fundamentalista
religioso intolerante, noto que ambos têm em comum realizar interpretações
literalistas, ou descontextualizadas, de certos textos e escrituras religiosas,
mitológicas, etc.
Quanto aos auto-intitulados
cépticos, dá a sensação (falsa) de que ainda é possível estabelecer algum tipo
de diálogo. Mas será possível dialogar ou tentar mostrar algo a um materialista
convicto? Evidentemente que não! É perder tempo! Não são imparciais,
independentemente do que possam dizer.
Por isso, este tipo de informação
apenas pode ser destinado a todos aqueles que estão dispostos a aceitar a
ideia, aqueles que podem ter reais dúvidas mas não se fecham a essa
possibilidade, ou então aqueles que já conhecem o tema mas pretendem
aprofundá-lo ou saber mais alguma informação.
Existem também algumas pessoas
religiosas que podem não estar satisfeitas com certas revelações, digamos
assim, e relatos de algumas dessas experiências. Encaram esses mesmos relatos
como totais mentiras porque estão em contradição com a sua doutrina religiosa (ou
relatam situações que não estão de acordo com uma determinada interpretação
das escrituras dessa religião).
Penso que é essencial continuar
com este tipo de pesquisa, incentivá-lo, divulgar toda a informação (mesmo que
não queiramos tirar conclusões, ou seja, pode ser algo puramente descritivo),
para que haja uma compreensão cada vez maior.
Evidentemente respeitar as dúvidas
que possam surgir (as nossas e as dos outros), mas estar sempre atento àqueles
que querem simplesmente negar e forçar argumentos e explicações a todo o
momento (nem que seja necessário tirar coisas fora do contexto ou introduzir),
aqueles que gostam de ludibriar as pessoas, etc. O assunto também não pode ser
abordado de forma superficial! Naturalmente, não sou contra um cepticismo
saudável, devemos ser rigorosos com certas coisas, devemos estar atentos, mas
existe uma diferença entre possuir uma certa dose de cepticismo e disparar
balas em tudo aquilo que sai fora do paradigma materialista.
Uma certa vertente filosófica
encara a sabedoria como um fluir pela vida, ou seja, dentro deste conceito, o
verdadeiro sábio não demonstra uma imensa preocupação em mudar o mundo (seja
qual for o sentido pretendido ou a intenção), ou seja, a sua acção não tenta
forçar nada nem ninguém, de maneira que a mudança no mundo, quando surge, vem
de forma natural, vem como consequência natural e espontânea da sua acção, que é
uma acção particular. Neste sentido, no caso de querermos aplicar esta
filosofia, penso que não vale a pena entrar ou dar demasiada importância a este
tipo de debates, até porque existem várias ratoeiras nestas coisas, o ego
normalmente salienta-se bastante, costuma haver fricções e agressividade (sob
várias formas), e devemos sempre questionarmo-nos se certas coisas realmente
valem a pena. Dito isto, a única função que este género de debate pode ter é
única e exclusivamente fornecer determinado tipo de informações e pontos de
vista (e para isso até nem sequer necessitamos de debates e confrontos). Os
debates (e não só) destinam-se a atingir aquelas pessoas realmente interessadas
e de mente aberta, com reais e sinceras dúvidas ou desconhecedoras dos temas. E
depois cada um tira as suas próprias conclusões. Mas, ao contrário do que
alguns talvez pensem, certos debates (e não só) raramente mudam aqueles que
defendem ou possuem uma posição contrária! Não é possível mudar aquele que já
se decidiu sobre algo (principalmente quando existe uma assistência, na Internet ou fora dela), porque esses oferecerão sempre resistência e temos de
respeitá-los (embora, na minha perspectiva, muitos não têm razão nenhuma nas
afirmações que fazem).
Naturalmente, eu também posso ser
acusado de possuir demasiadas certezas. Bom, o que posso dizer sobre isso é que
certezas absolutas nunca existem, a dúvida está sempre presente, principalmente
para quem não tem a experiência directa das coisas (não só em relação às
EQMs),mas penso que tudo (não só as EQMs) aponta para que a visão materialista
esteja errada.
Em tudo é necessário uma certa
dose de fé, mesmo quando estamos a falar de ciência: fé na ciência, fé nos
paradigmas, fé nos modelos, fé nas pessoas que fazem parte da comunidade
científica, fé nas pessoas que usam as ferramentas científicas (principalmente quando
nada entendemos de determinada área e, para alguns, demasiada dependência nos
técnicos/especialistas pode ser um problema). Para além disso, o verdadeiro
cientista, aquele que procura conhecimento (conhecimento sem sabedoria é
inútil, segundo alguns), tem de ter fé, tem de confiar e saltar para o
desconhecido, tem de, se assim for necessário, estar disposto a deixar velhas
ideias e abraçar novas, e não pode estar apegado a crenças rígidas sobre as
coisas. Quando alguns cientistas seguem por um caminho, eles muitas vezes
sentem uma intuição ou um sentimento que os impulsiona, têm de confiar e depois
logo verão se valeu a pena e muitas vezes vale.
Dizem que, em ciência, devemos
testar as teorias, de maneira que uma teoria apenas pode ser aceite quando “sobreviveu”
e reuniu suficientes evidências. Mas, como todos sabemos, a ciência é feita por
seres humanos, e aqui as dinâmicas de grupo também exercem a sua influência na
produção de conhecimento e na aceitação ou rejeição de determinadas visões do
mundo. A comunidade científica precisa de estabelecer acordos, consensos e as
pressões (vários tipos) para a conformidade também existem neste âmbito,
independentemente da qualidade das evidências ou plausibilidade de uma ideia ou
conjunto de ideias. Não é menos verdade que a opinião de determinados membros
da comunidade científica tem mais influência do que outras, e mesmo os mais
prestigiados podem sofrer consequências, se começarem a defender heresias. A
nossa tão querida ciência também tem tabus: certos temas são rapidamente
aceites, enquanto outros são negados sem hesitar, e muitas vezes aqueles que
são negados chegam a possuir melhores evidências do que alguns daqueles que
foram acolhidos e abraçados. Há coisas proibidas!
Felizmente temos pessoas que pesquisam
seriamente os temas proibidos (não só as EQM), publicam estudos, apresentam
casos, divulgam informação.
Em relação às EQM, se considerarmos
que são apenas alucinações, teremos problemas com esse argumento.
Se decidirmos, tal como alguns
defendem, que este assunto não pode ser tratado pela ciência porque apenas
constitui evidência o que é externamente observável, aquilo que pode ser medido
ou é acessível aos sentidos. Se decidirmos que experiências subjectivas deste
género (devidamente enquadradas, contextualizadas, e cruzadas com outras
informações que as confirmam, etc) não podem ser admitidas, então, na minha
perspectiva, teremos de repensar muitos aspectos que são estudados hoje por
áreas que consideramos científicas, principalmente na área da psicologia,
medicina, neurociências, etc. Ou seja, se nenhum tipo de experiência interna
pode ser objecto de estudo ou fazer parte de um estudo científico, então temos
também um problema.
Por exemplo, eu posso provar que,
durante uma EQM, determinada pessoa não teve uma real experiência fora do
corpo? Não! Realmente, não posso provar que não foi real. (partindo do principio
de que a pessoa não mentiu, claro).
Eu posso provar que, durante uma
EQM, determinada pessoa (ou conjunto de pessoas) teve uma real experiência fora
do corpo (EFC)? Se eu aceitar como prova determinadas descrições e informações
fornecidas por essa pessoa após a experiência ocorrer, então nesse caso sim, existem
provas porque há informações precisas e que seriam impossíveis de saber, se a
pessoa não tivesse tido uma EFC real. Aliás, há estudos feitos nesse sentido.
Claro que estas EFC podem ocorrer
também noutros contextos… Mas neste contexto assume uma outra importância. Para
além disso, uma EFC num contexto de uma EQM dá a sensação de ser uma
experiência muito mais profunda e complexa.
E aqui estamos nós, num momento
de transição, a consciência não consegue ser explicada em termos puramente
materialistas, a consciência dá sinais de ser algo que não se confina a um
cérebro, e esta ideia nada tem de novo. Considero que existem áreas
experimentalmente mais fáceis, digamos assim, e essas áreas podem oferecer evidências
científicas que suportem a ideia de que a consciência não está somente dentro
de um crânio (e já ofereceram...). Quanto às EQM, admito que existem
características diferentes neste caso, e mesmo que alguns continuem a
considerar que esta não é uma área de investigação legitimamente cientifica,
acredito que a curiosidade não desaparecerá e continuarão a existir estudos e
recolhas de relatos, seja qual for o rótulo que lhe queiramos colocar.
Em ultima análise, se de repente
a maior parte das pessoas tivesse tido a “mesma” (nunca é exactamente igual)
experiência e a tivesse encarado como tendo sido real, passaria a ser real para
todos. O real é aquilo que é partilhado por todos!
Quem realmente pode ter a certeza
absoluta de alguma coisa? O que vivemos todos os dias é real ou apenas um
sonho? O que é real? O que é a matéria? Para quem vivenciou as EQM, em muitos
destes casos há algo que sobressai nos relatos deste tipo de experiência: a
experiência foi sentida como tendo sido muito real, demasiado real, mais real
do que esta que vivemos todos os dias, segundo as palavras de muitas dessas
pessoas. Uma dimensão da existência, um plano que em certos aspectos torna-se
difícil de explicar usando a nossa linguagem, está além do tempo e do espaço,
fora do tempo e do espaço. E para essas pessoas já não resta nenhuma dúvida.
quarta-feira, 27 de agosto de 2014
Os fenómenos estranhos partilham a mesma origem?
Algumas pessoas pensam que a
nossa realidade é influenciada por algo desconhecido e poderoso. Referem que
muitos fenómenos e estranhas aparições têm em comum a mesma origem, assumindo
diferentes disfarces ao longo do tempo e em diferentes contextos.
O que me parece é que existem
outros e esses outros interferem neste vasto jogo que é a existência/realidade.
Se esses outros são apenas diferentes disfarces e têm a mesma origem, isso eu
não sei! No entanto, estou inclinado a dizer que existem fenómenos, seres e
situações de origem e naturezas distintas.
terça-feira, 26 de agosto de 2014
Ateísmo
Cada um deve ser livre para
acreditar no que quiser ou não acreditar. Eu também não acredito em tudo e isso
é perfeitamente natural. Mas, por exemplo, tal como vemos em muitos debates, acreditar
(e dizer com total certeza) que não existe nenhuma realidade para além do que
concebemos como material, isso, na verdade, não será mais uma crença?
Se quisermos ser realmente
científicos na abordagem, e não tendo a certeza de algo, ou melhor dizendo, na
ausência de evidências (embora a palavra evidência possa ser mais abrangente e
tolerante do que muitos apregoam por aí...), a atitude mais correcta seria
dizer: não sei!
Para além disso, classificar-se
apenas como ateu pode suscitar dúvidas, uma vez que existem muitos tipos de
ateus: por exemplo, há ateus que são budistas e há ateus que são materialistas.
Depois, na minha opinião, a dificuldade de alguns ateus não está propriamente
em aceitar a existência de algo transcendente, digamos assim (não gosto muito de
usar a palavra Deus, porque talvez, por várias razões, seja inadequado). Os ateus,
simplesmente, têm aversão a um determinado conceito de Deus, aliado ao facto de
não tolerarem a religião, quer seja por motivos pessoais, quer seja por razões
históricas e influências de alguns filósofos do iluminismo que tiveram muita
importância em moldar todo um pensamento.
No caso da religião, há aquilo
que muitas pessoas chamam de espiritualidade, que lhe serve como base e pode
ser visto como algo distinto. Não sou fã de religião organizada, confesso. Faço
a minha própria religião porque, se for preciso, gosto de liberdade para mudar
a qualquer momento, embora entenda que nem tudo é mau na religião. Penso que
existem diversos caminhos e há boas razões para acreditar que existe algo de
transcendente. Não se conhece nenhuma cultura sem esse lado do sobrenatural,
apesar das diferenças e variantes. Não sei se a justificação é simplesmente a
do homem primitivo estar aflito (como podemos estar a qualquer momento) e de
repente inventar um ser sobrenatural, que inicialmente era o divino
despersonalizado, impessoal (que está em tudo e todos) e gradualmente adoptou
uma personalidade humana, tornando-se um criador separado…
É importante perceber que a
religião tem muito de construção humana e foi e é produto de uma certa cultura,
e às vezes torna-se necessário filtrar certos aspectos. Contudo, isso não quer
dizer que o "sobrenatural” não exista!
Sobre a redefinição do ateísmo:
A Ciência e as suas limitações
Certas correntes de pensamento
aceitam a existência de um mundo independente da mente humana, mas referem que
o conhecimento acerca do mundo é sempre uma construção humana e social, por
isso consideram impossível atingir qualquer verdade objectiva e absoluta acerca
do mundo natural. Existem limitações reais e por isso as teorias apenas podem
ser vistas como aproximações à verdade e nunca verdades perfeitas. Apesar
disso, consideram que a ciência, no seu lado prático, pode ser algo que permite
desenvolver ferramentas valiosas e possui uma diversidade de métodos
úteis.
Portanto, esse conhecimento,
construído pela comunidade científica, tem como objectivo explicar o mundo
natural através da elaboração de modelos que podem evoluir à medida que a História
avança, e esses modelos são sempre interpretações da realidade e não verdades
absolutas. Alguns até dizem que determinados modelos aceites pela comunidade científica
não foram e não são especialmente baseados em sólidas evidências, mas foram e
são simplesmente uma espécie de moda, digamos assim.
Para além disso, não podemos
esquecer que, dentro desta cultura actual, devido a várias razões, às vezes
existe uma tentação para distorcer e esconder dados recolhidos em pesquisas. Por
exemplo, por vezes, devido a interesses relacionados com negócio (mas não só),
muitos optam por não publicar os resultados negativos e, como consequência
disso, podemos ficar com uma perspectiva limitada das coisas.
Sob uma determinada perspectiva,
podemos afirmar que a subjectividade, o mundo interior é o nosso único mundo,
independentemente do que possa existir lá fora. A consciência (vou usar a
palavra consciência) é o nosso único mundo. A consciência é o que está mais
próximo de nós. Essa é a única coisa que podemos realmente conhecer. Tudo o
resto é incerto. No sentido em que tudo o resto é conhecido através da mente,
relacionamo-nos com o exterior sempre através dessa consciência ou
subjectividade, como alguns gostam de lhe chamar.
Humor
Atenção porque muitas vezes o
humor serve para propagar e disseminar ideias cruéis e preconceituosas. Certas
coisas são manifestações de preconceito, generalizações e faltas de respeito,
por mais naturais e ingénuas que possam parecer aos olhos de alguns…
Surge disfarçado de humor, mas é
algo perverso, capaz de fazer estragos, e encerra grande irresponsabilidade, e
não faltam exemplos por aí. O humor é saudável, pode ter uma força fantástica, pode
até ser uma arma inteligente e possui aspectos positivos, mas há também o outro
lado, o lado daqueles que não reflectem sobre as coisas que dizem e as suas consequências…
(mas há também aqueles que, conscientemente, sabem muito bem o que estão a
fazer, pois têm um plano mais ou menos definido…).
Alguns podem até pensar que tudo
isto que acabei de dizer não faz qualquer sentido e talvez também pensem que eu
seria a favor de uma espécie de censura em relação a determinado tipo de humor
e certos temas. Errado! Não defendo proibições nem pretendo censurar nada. Apenas
convido à reflexão!
Não vou entrar em pormenores
acerca das situações dignas de serem aceitáveis e inaceitáveis. Isso fica ao
critério de cada um. Eu tenho as minhas ideias e cada um tem o seu próprio
ponto de vista. Cada um é livre para dizer o que quiser, da mesma forma que
cada um é livre para não gostar de certas coisas e, nesse caso, só porque algo
é visto como natural ou normal, não somos obrigados a aplaudir! (aliás não é só
em relação ao humor, mas também no que diz respeito a outras situações e
“modas”/comportamentos). Há quem pense que não deve haver limites para o humor,
mas talvez às vezes seja bom colocarmo-nos no lugar do outro (ou dos outros) e
sermos conscientes daquilo que fazemos e dizemos.
sábado, 23 de agosto de 2014
Manual do Revolucionário
Um manual do revolucionário! Não
sei se existe tal coisa! Possivelmente já existem muitos destes manuais e cada
um defendendo modelos e formas diferentes de realizar revoluções. Nem sequer
pretendo criar uma série de preceitos e normas que guiem uma determinada
revolução, tendo em vista a implementação de um modelo diferente.
Existem muitas ideias, movimentos
e projectos por aí, e cada um de nós poderá participar conforme as nossas possibilidades
e motivações pessoais (mesmo que seja só através da Internet). Posso encontrar muitos
aspectos interessantes nalguns desses movimentos, mas também consigo encontrar
coisas e opiniões com as quais não concordo. Nada parece ser 100% perfeito, ou seja,
100% de acordo com as nossas visões pessoais (pelo menos, falo por mim) e
talvez isso seja muito difícil de alcançar, devido a uma série de factores
relacionados com a individualidade (e devemos caminhar no sentido da defesa
dessa individualidade e ainda há muito a fazer). Mas não vejo assim grande
problema nisso, porque o importante é estarmos de acordo no que diz respeito
aos aspectos essenciais, e esses não são poucos!
O sistema
Só existe uma certeza: a mudança
chega sempre, mesmo que chegue mais tarde (mesmo que não seja para o nosso
tempo de vida), e se as coisas não derem para o torto, claro. Mas haverá gente
que defenderá o sistema instalado (o sistema é algo muito abrangente, não se
restringe apenas a um determinado modelo económico…).Haverá sempre resistência
por parte daqueles que controlam o sistema e por parte dos seus fiéis devotos.
Uns acreditam que é assim que as coisas têm de ser, outros sabem que há sempre
muitas vantagens a sacar deste sistema, muita gente sabe disso e, no caso de
neste momento não estar a sacar vantagens, vivem na esperança de amanhã serem
uma dessas pessoas que sacam vantagens. Todos podemos sacar vantagens hoje ou amanhã,
mas existe sempre um lado perverso nisso tudo.
Certas coisas têm de ser pensadas
a nível global. Desenganem-se aqueles que pensam o contrário, porque hoje podem
estar bem, mas amanhã podem se dar muito mal. Está tudo ligado!
Por outro lado, para quê perder
tempo quando sabemos que há muitas pessoas que não merecem o nosso tempo e a nossa
“luta”? Este pensamento, assim como outros, já passou pela cabeça de muitas
pessoas, inclusivamente pela minha. Será que vale a pena? Talvez seja uma boa
opção pensar apenas naqueles que merecem e nos que merecerão, e assim
contornamos a situação. Ou talvez seja demasiado arrogante pensar que só uns
merecem e outros não! No entanto, não somos obrigados a gostar de toda a gente,
e se alguém disser que gosta, não está a ser sincero! Dito isto, acredito que
certas mudanças beneficiam e melhoram todos, os que merecem e os que não
merecem (nunca esquecendo que este tipo de distinção pode ser sempre perigoso…).
O sistema tem muitas ferramentas
para impedir certas mudanças, inclusivamente há agentes próprios que usam a Internet
e sabem como manipular as coisas de forma a desviar as pessoas de certas ideias
e fortalecer a crença noutras (não estou a inventar nada). Podem inclusivamente
destruir a reputação de muita gente, há formas de o fazer.
Também existe pressão para
uniformizar, a pressão para encaixar no padrão ou modelo que certa propaganda
considera ser o ideal (que são meras convenções, na maior parte das vezes).
Tudo isso existe, não são ilusões. A questão é saber o que é realmente
importante e como podemos manter a nossa individualidade.
Matrix
Ainda sobre o tal sistema,
alegorias e filmes como este podem ter vários níveis de leitura e
interpretações, mas fica claro aqui a critica ao sistema. Filmes como este não
aparecem por acaso (se é que existe tal coisa) e antes existiam outras formas
de passar certas mensagens.
Sobre o passado e o presente
O passado foi o que foi e essas
revoluções possivelmente foram o reflexo de uma determinada época, aconteceram
dentro de um contexto, crença e mentalidade própria. Podiam ter sido feitas de
outra maneira, mas talvez também sejam o resultado das limitações e
imperfeições próprias dessas épocas. Talvez tivesse que ser assim mesmo, não
sei!
O revolucionário pode se
corromper (muitos transformaram-se em reaccionários), pode até ter as
motivações erradas e enganar toda a gente, mas depois também temos aquele tipo
de revolucionário que é genuíno e realmente acredita nas suas ideias, mas
infelizmente não tem a sabedoria ou sensibilidade necessária e por isso realiza
tudo da pior maneira possível, fazendo asneira, e depois até acaba por ser vítima
dos seus próprios ideais (a História dá-nos muitos exemplos). Revoluções
externas sem revoluções internas são um perigo! As duas coisas têm de surgir ao
mesmo tempo, tem de haver um equilíbrio entre as duas e o problema às vezes
está precisamente aí.
De qualquer maneira, para evitar
os erros do passado, é necessário pensar noutra forma de organização. Para além
disso, as revoluções sempre existirão, é cíclico, velhas estruturas dão lugar a
novas estruturas (seja em que área for), existe uma renovação. Já não faz
sentido as revoluções serem feitas com tiros ou simplesmente acções violentas,
as revoluções não se fazem com tiros nem violência, fazem-se mudando a cultura,
mudando as mentalidades e usando estratégias inteligentes e bem organizadas, e
isso já não é pouco! (principalmente este tipo de revolução que falei
anteriormente e no contexto actual).
Ao longo da História
(inclusivamente a recente) o que podemos perceber é que, quando sucedem
revoluções (das mais variadas), permanecem sempre alguns vícios e aspectos que
podem demorar um certo tempo a desaparecer. Ou seja, uma revolução muda
radicalmente a vida de uma civilização ou sociedade, mas é sempre um processo
inacabado e continuo… (tal como o conhecimento, embora haja coisas que nunca mudam…)
Hoje, mais do que nunca, na minha
opinião, e porque tudo tem o seu tempo e o seu momento (e é preciso respeitar
isso também), felizmente temos o que não tínhamos antes, temos os meios e o
mundo está ligado em rede…
Por muito que esses sistemas do
passado tenham-nos feito evoluir (deixando também os seus efeitos secundários e
alguns preocupantes), sabemos que existem alternativas viáveis. O problema pode
estar na transição, isso é que nos pode preocupar e razões não faltam para
assim pensar (hábitos mantidos, falsos valores, fanatismos religiosos, etc).
Naturalmente, apoiarei tudo o que corra nesse sentido, mesmo que não seja para
o meu tempo. Precisamos de educar as pessoas (ou sensibilizá-las) globalmente,
demore o tempo que demorar, de forma a funcionarmos como um só, e não à base de
chico-espertismos, competições e interesses sem um pingo de inteligência ou bom
senso, que jogam fora o conhecimento acumulado e que podia ser posto em
prática.
Depois aparecerão sempre aqueles
que têm um monte de verdades inalteráveis e absolutas sobre como o mundo deve
ser, e aparecem com todo o tipo de argumentos para defender o sistema. Um
desses argumentos é o direito ao trabalho. Só que o trabalho não é um direito,
é uma obrigação imposta, não é uma escolha! O ser humano não nasceu para
trabalhar, o Homem nasceu para criar. A tecnologia avança, a ciência avança, os
meios avançam, e as pessoas querem continuar a ser escravas e a defender as
virtudes do trabalho. Se a lógica for dar um passo de cada vez, então muita coisa
é possível. E hoje já podíamos libertar muita gente, aliás os desempregados já
estão libertos… Por exemplo, quando se falou do rendimento básico incondicional
(proposta petição deixada na UE, feita por cidadãos de países membros), que
poderia ser um dos primeiros passos para a utopia (palavra perigosa na boca de
muita gente), os políticos em Portugal não defenderam essa medida, embora fosse
algo viável na prática, mas sem vontade politica. E porquê? Não é difícil
entender!
quinta-feira, 21 de agosto de 2014
As pirâmides guardam enigmas!
Foram entidades extraterrestres
(em sentido amplo) que construíram ou ajudaram a construir as pirâmides? Não
sei! Não posso afirmar tal coisa!
As pirâmides foram obra de uma
civilização desconhecida e avançada? Não sei!
As pirâmides foram construídas
por escravos? Não. Segundo os egiptólogos, não foram construídas por escravos,
mas sim por trabalhadores livres e especializados.
As pirâmides guardam enigmas?
Sim! Sem dúvida! Há coisas difíceis de explicar e que parecem não encaixar nas
teorias amplamente aceites.
Em relação à tal civilização
avançada, nunca se sabe! Quanto aos ETs, e apenas pensando no nosso universo, é
importante não esquecer que o sistema solar é jovem quando comparado com outras
regiões da nossa galáxia. Há regiões da nossa galáxia muito mais antigas. Por
isso, imaginando que existem outras civilizações mais avançadas, essas
civilizações podem ser milhares ou milhões de anos mais avançadas do que nós!
Conseguimos imaginar tal coisa?! Nós somos patéticos e orgulhosamente arrogantes!
Podemos neste momento estar a viver no “quintal” ou “zoo” de uma dessas
civilizações, sem nos darmos conta disso!
Vamos aos pormenores:
(“A Revelação das Pirâmides”-
documentário- 1ºparte)
Extra: O enigma Core 7, um misterioso cilindro encontrado no Egipto: http://www.dailymotion.com/video/x24wtx1_ancient-impossible-s01-e06-power-tools_shortfilms
quarta-feira, 20 de agosto de 2014
“É a natureza humana!”
O argumento da natureza humana
como desculpa para defender o sistema e determinado (s) tipo (s) de cultura (s)!
Não vale a pena mudar nada porque
a natureza humana é e sempre será assim ou assado, dizem alguns. Algumas
pessoas pegam sempre no argumento de que os seres humanos sempre serão assim ou
assado, porque é a natureza humana e essa é imutável. Mas o que é natureza
humana e o que não é? É o velho debate! Somos levados a acreditar que certos
aspectos fazem parte da natureza humana e são inalteráveis, mas certas coisas
podem ser simplesmente produto de uma cultura e não coisas inatas.
O ser humano tem defeitos e
virtudes em graus diferentes. Nós podemos apenas chamar-lhe características em
vez de dizer que são defeitos ou virtudes, porque às vezes as coisas são
relativas e o que aparenta ser um defeito mais tarde revela-se como uma virtude
e vice-versa… Também sabemos que por vezes o ser humano simplesmente adapta-se
ao que tem pela frente e desenvolve o que for preciso, mesmo que, por exemplo,
tenha de usar certos comportamentos que poderiam ser evitáveis. Por isso, em
vez de moralizar excessivamente, o que podemos fazer é implementar um modelo
diferente para viver em comunidade, respeitando a individualidade de cada um.
Todos temos necessidades humanas
e podemos sempre escolher melhores modelos para viver em comunidade, modelos
que visem preencher essas necessidades, na base da cooperação e partilha, para
o benefício de todos. Isso não vai contra a nossa natureza, antes pelo
contrário.
Há características que podem ser
comuns a todos, há muitas diferenças entre as pessoas, há hábitos muito
difíceis de mudar, mas o que é realmente natureza humana e o que não é?
Ganância, por exemplo, faz parte da natureza humana? Muita gente quer que
acreditemos que a ganancia faz parte da natureza humana e é algo que não pode
ser mudado nunca. Essa crença convém ao sistema, e assim, uma vez que o ser
humano é intrinsecamente ganancioso e egoísta, não vale a pena fazer nenhuma
mudança, até porque qualquer proposta de mudança iria levar-nos para a ruína (tipo união-soviética), é isso que eles querem que todos pensem!
Gradualmente, podemos potenciar
determinadas características e visões do mundo e, com isso, enfraquecer outras
tendências desarmoniosas. Certos comportamentos apenas se manifestam se houver
condições para tal suceder, assim como os genes, o ambiente pode ligá-los e
desligá-los (como alguns referem). Para além disso, agora há pesquisas que
sugerem que os efeitos das mudanças no estilo de vida, os efeitos dos hábitos e
das experiências de vida podem passar para outras gerações (num curto espaço de
tempo). De lembrar que também acreditavam que o cérebro era “estático” e agora
descobriram que o cérebro tem plasticidade e que certos hábitos e práticas
modificam literalmente o cérebro, inclusivamente tendo um impacto nas nossas
emoções e reacções. Para além disso, há boas razões para acreditar que, por
exemplo, o estado emocional de um grupo de pessoas reunidas num determinado
momento pode influenciar o comportamento de uma comunidade inteira. De qualquer
forma, acredito que somos mais do que genes e ambiente (e ainda há muita coisa
nisso da genética que está por explicar), há algo mais em nós e o ponto de
partida pode ter sido muito antes do nascimento.
As pessoas não têm noção da força que o subconsciente
exerce em nós. Os primeiros anos de vida são similares a autênticos estados
hipnóticos, somos demasiado permeáveis a tudo, aprendemos e copiamos um monte
de comportamentos, sentimentos, etc e muitos desses comportamentos e
sentimentos ficam enraizados. Depois ficamos mais conscientes da nossa vida, o
que não quer dizer que a hipnose não continue, ela continua, mas já de forma
diferente. Todas as experiências na vida podem ter a sua importância. E existem
certos aspectos que, de tão enraizados, podem ser muito difíceis de mudar,
embora não seja impossível… A nossa vida é em grande parte gerida por
comportamentos e reacções subconscientes. Por isso, estudar novas ideias, ter
conhecimento de novas ideias, esse conhecimento adquirido, tudo isso é trabalhado
pela mente consciente e a mente consciente, por si só, não pode mudar certos
programas do subconsciente. Se assim fosse, bastaria ler um livro e mudaríamos
automaticamente certas coisas e, na maior parte das vezes, não é assim que
funciona. Ou seja, ter conhecimento não chega! O resto é tema para outras
conversas, digamos assim.
Quanto ao passado, há quem diga
que antes do neolítico o ser humano era muito diferente em certos aspectos e
depois a tendência para se corromper, digamos assim, e complicar certos
aspectos da vida aumentou bastante (não defendo que seja necessário voltar
atrás no tempo, atenção). Há também outras teorias mais arriscadas acerca do
passado da humanidade e de outras civilizações avançadas que se extinguiram…
Penso que não se valoriza devidamente
o meio social, já falei nisto varias vezes. Para certas pessoas (uma certa área
das ciências humanas) não é lucrativo ou conveniente estudar, discutir,
debater, pressionar os governantes, ou tratar de muitos desses aspectos, ou
então colocam a coisa apenas num nível teórico e não saem dele. Outros, por
exemplo, da área da sociologia, quase não se ouve a sua voz, não sabemos o que
pensam nem que estudos fazem, não sabemos que soluções apontam (ou então tenho
andado distraído), mas suponho que não haja unanimidade em termos de teorias e
soluções. Mas seja em que área for (das ciências humanas ou não), o que mais
vemos e ouvimos (nos meios mais convencionais) são as mesmas coisas de sempre
(não concordo com grande parte delas, embora haja algumas também
interessantes), e verificamos, como era de esperar, um domínio absoluto da
economia/politica sobre tudo o resto.
Não sou contra especializações,
mas por vezes verificamos que não existe uma perspectiva total das coisas,
perde-se o todo e nota-se dificuldade em harmonizar, articular e ligar todos
esses conhecimentos provenientes de áreas diferentes. E muitos dos nossos problemas
surgem devido a visões parciais e fragmentadas das coisas, teorias e práticas
desactualizadas e, na minha opinião, pecamos por não simplificar a vida. Não
sou contra especializações, mas por vezes há que ser um pouco generalista ou
então saber como articular tudo (todas as áreas, não só as chamadas ciências
humanas) no sentido de retirar o máximo proveito.
As soluções que tenho tido
conhecimento, com algumas excepções, vêm principalmente de pessoas que no
presente não estão ligadas a universidades ou a instituições mais convencionais
ou ortodoxas, digamos assim. Na maior parte das vezes são sistemas, propostas,
soluções e pensadores livres…
Por isso, voltando aos genes, os
genes não determinam nada, os genes não são sentenças no que diz respeito a
certos comportamentos, os genes podem talvez predispor, mas isso tem muito que
se lhe diga. O meio influencia muito, a cultura influencia muito, a visão das
pessoas é totalmente moldada por uma determinada cultura. O meio ambiental e
social constantemente realizam o seu trabalho, mesmo que certas mudanças
demorem muito tempo...
Alguém poderia argumentar que não
podemos saber exactamente qual é a natureza humana (ou até dizer que não existe
tal coisa) porque é impossível separar o ser humano do ambiente ou do contexto
onde nasce e se desenvolve. É impossível separar o objecto do seu contexto. De
qualquer forma, existe tamanha variabilidade e diferenças que torna-se difícil
tomar uma decisão absoluta. E se existe uma natureza humana bem definida, até
que ponto ela é maleável? O ser humano é adaptável talvez e não fixo. E para
além disso, desconhecemos o futuro. Nada é imutável.
Pessoalmente penso que, por
exemplo ninguém nasce violento ou ganancioso, as pessoas aprendem a ser
violentas ou gananciosas, não é inato. Embora uns tornem-se mais facilmente
gananciosos e violentos do que outros, mas não é algo comum a todos e, sendo
natural e especifico da nossa espécie, tem de ser comum a todos em todos os
contextos.
Existem culturas fora da nossa
civilização e até mesmo comunidades muito específicas dentro da nossa
civilização onde a violência é praticamente nula e ninguém acumula riquezas
desmedidamente… Verificamos cooperação e não competição.
Podemos acabar com a escassez? De
que forma está tudo relacionado? De que forma podemos gerir os recursos da
Terra para benefício de todos, no sentido de evitar problemas e conflitos? Um
sistema monetário ajuda ou prejudica? Podíamos colocar muitas mais questões em
relação ao comportamento humano.
É evidente que existem diferenças
entre países e as diferenças fazem-se notar a diversos níveis, pois existem
razões para assim ser, mas, de uma forma geral, e como já tinha referido outras
vezes, independentemente das diferenças, o sistema e funcionamento básico é
igual para todos. Esse sistema não é seguro e carrega um potencial para problemas,
e uma vez estando todos no mesmo barco, o que acontece noutras partes do mundo
pode afectar-nos e as nossas acções podem igualmente afectar os outros. É
importante perceber o que é um ecossistema e é igualmente importante saber que
existe interdependência a todos os níveis.
O grande erro, na minha opinião,
é achar que a civilização mudou (a nossa), ela não mudou, apenas mudou de
máscara e manteve a mesma raiz, apesar da tecnologia, ciência (que não é
totalmente aplicada), leis e novos direitos. Mas as leis não podem mudar certas
coisas, uma pessoa que age na base da punição e recompensa, essa pessoa nunca
será genuína e suas acções serão baseadas na polaridade do medo e haverá sempre
uma forma de contornar a lei ou mesmo violá-la. As leis são como os
antibióticos, necessários por vezes mas problemáticos a longo prazo. Quantas
mais leis, mais confusões e novos problemas surgirão. As leis existem (muitas),
evidentemente fazem parte do pacote, não resolvem os problemas na raiz, mas é o
que temos neste momento para “segurar as pessoas”, e as elites geralmente
dão-se muito bem com boa parte dessas leis… Penso que o melhor seria começar
realmente a pensar na prevenção e promoção das condições necessárias para
construir esse tal ser humano que tanta gente fala e outros tantos não
acreditam. Penso que não faz mal nenhum pensar em utopias, a Internet já foi
uma utopia (e aparenta ser algo que tem tiques desse futuro. Em certo sentido,
é como um presságio, um prelúdio do que poderá surgir mais à frente).
terça-feira, 19 de agosto de 2014
O caso de Pam Reynolds
Dentro do universo das EQMs,
existem certos casos que se destacam e isso deve-se ao facto de possuírem
características muito particulares. O caso de Pam Reynolds, devido às
circunstâncias em que ocorreu, destaca-se especialmente de todos os outros,
embora haja outros casos também interessantes.
sexta-feira, 30 de maio de 2014
Precognição: Uma prova científica
Há quem diga que experienciamos
na vida (exteriormente) aquilo que já trazemos dentro de nós, tal como se de um
espelho se tratasse, e muitas vezes não temos plena consciência desses aspectos
porque não os conseguimos identificar ou então devido ao facto de estarem de
certa forma escondidos, encobertos. Se assim for, e mesmo que não aconteça
sempre, tal concepção da realidade pode gerar algum desconforto e desconfiança…
A ideia da realidade funcionar como se fosse um espelho não é absurda, na minha
opinião, mas continuo a achar que há certos exageros que são defendidos por
algumas pessoas e que não correspondem à verdade.
Por outro lado, o que não existir
dentro nós passa a existir devido a condicionamentos vários e “contágios”.
Mas, e o futuro? O futuro pode
influenciar-nos? Se a resposta for afirmativa, então quantos futuros poderão
existir? Ou existe apenas um futuro? Se calhar fazemos demasiadas perguntas, ou
talvez faça sentido continuar a fazê-las!
Novos estudos científicos
demonstram que a precognição existe e é mais comum do que se possa imaginar.
Estamos a falar de experiências realizadas em laboratório e que foram replicadas
com sucesso. Tendo em conta todos os estudos feitos até ao momento, a conclusão
é que existe algo estatisticamente relevante e aqui ninguém escondeu os
resultados negativos, ao contrário de outras áreas…
Tudo isto significa exactamente o
quê? Se o futuro já existe, há lugar para o livre arbítrio? Sabendo o futuro,
podemos modificá-lo? E em que situações podemos modificar o futuro? Até que
ponto o presente influencia o passado?
Podemos colocar muitas mais questões,
mas baseando-nos nestas experiências, podemos afirmar que existe
retrocausalidade, ou seja, o futuro influencia o presente!
Ouvir:
quinta-feira, 29 de maio de 2014
Os disparates que se dizem na TV!
Liguei a TV e estava a dar um
programa (não vou dizer o nome) e então o tema era sobre inteligência emocional
e, nesse programa, a conclusão de alguns "peritos" era que um dos
principais objectivos de gerir emoções é a adaptação ao mundo do trabalho,
competição e podia ser algo até importante a nível de selecção para empregos.
Ou seja, existem muitas razões para alguém querer gerir melhor as emoções e uma
delas seria ser mais feliz, por exemplo, mas aqui o objectivo é basicamente
adaptação ao sistema e actual sociedade, a mesma sociedade e sistema que tem
todos os ingredientes para desorganizar as emoções, ou seja, há aqui um
contra-senso.
É só tretas, enfim... A TV tem
muito disto, como bem sabem. E diziam estas coisas no meio de outros disparates,
por exemplo, inventar " défices de atenção" e outras
"patologias", porque, como toda a gente sabe, o sistema educativo
nunca tem culpa de nada…
Claro que é bom que as pessoas
estejam com as emoções bem geridas e andem calminhas e submissas, porque
pessoas descontentes e inadaptadas são perigosas para o sistema...
Estes tipos vêm para a televisão
fazer autopromoção, fazem teses de doutoramento e mais não sei o quê, é só
paleio. Se eles estivessem na pele de algumas pessoas, eu queria ver. Claro que
é sempre fácil falar e muitas vezes eles próprios não têm esse controlo
emocional que tanto apregoam, mas todos nós vivemos muito de fachadas, papéis e
aparências, uns mais e outros menos...
O que eu acho brilhante é esta
tendência para achar que as mudanças só podem vir de dentro e que as condições
exteriores, ou seja, o meio pouco importa e depois pedem-se coisas que muitas
vezes são extremamente difíceis e as pessoas não são todas iguais! Penso que
tem de haver um equilíbrio entre as mudanças exteriores e interiores, apenas
isso.
quarta-feira, 28 de maio de 2014
O fenómeno de Fátima
Este tema já foi abordado numa
publicação anterior, mas podemos dizer que o fenómeno de Fátima (antigo e
moderno) desperta sempre alguma curiosidade. Em relação a ele, podemos fazer
muitas críticas (nem todas são positivas, é certo), podemos fazer (ou tentar)
muitas interpretações: considerar a hipótese de se tratar de uma egrégora; algo
relacionado com o fenómeno OVNI; aparição mariana; aparição de um ser
celestial; podemos também preferir uma explicação mais racional, como alguns
gostam de lhe chamar (principalmente no que toca ao chamado milagre ou
milagres);etc.
Apesar de tudo isso, é importante
salientar que o culto à Deusa e a entidades semelhantes já existia mesmo antes
do cristianismo, em contexto pagão, e este tipo de seres sobrenaturais já não
são propriamente coisas novas dentro de uma perspectiva histórica e
antropológica. Por isso, acreditando que são aparições reais (suponho que sejam
porque, reflectindo um pouco sobre o assunto, não parecem ser alucinações
colectivas, apesar de muita gente cair no erro de medicalizar tudo, e acho que
isso é um problema na nossa sociedade actual. Já não é o diabo que aparece como
explicação, mas sim a alucinação, etc), é algo que acompanha a humanidade há
imenso tempo e, assim como acontece com outro tipo de fenómenos, na minha
opinião, nada tem a ver com a religião x ou y, porque antecede a própria
religião. A religião veio mais tarde e apropriou-se destes fenómenos, muitas
vezes distorcendo ou adicionando coisas.
Há quem diga que sempre que
tentamos interpretar este tipo de fenómenos, com ou sem religião, corremos o
risco de adulterá-los, quando simplesmente deveríamos vivê-los sem esse tipo de
interferência, vivê-los no seu estado puro. Penso que podemos sempre tentar ser
neutros, mas talvez isso não seja sempre inteiramente possível. A cultura (esta
ou outra) molda a forma como olhamos para a realidade. Para além disso, à
medida que o tempo passa, a maneira como olhamos para as coisas pode mudar
consideravelmente, dependendo da idade (biológica) e outros aspectos.
Debate:
terça-feira, 27 de maio de 2014
Os Templários andam à solta no Canal História
Nova série documental sobre os Templários, com especial enfoque na Península Ibérica.
http://canalhistoria.pt/microsites/templarios/a-serie/
http://canalhistoria.pt/microsites/templarios/videos/
terça-feira, 29 de abril de 2014
Efeito Maharishi
Em relação a este tema, comentarei mais tarde, mas penso que vale a pena ver o vídeo.
Estudo NASA prevê o fim da atual civilização
Parece que, com ou sem matemáticas, os "malucos das profecias" não estão sozinhos...
"O mundo tal como o conhecemos não vai durar mais que algumas décadas. Esta é a conclusão de um estudo patrocinado pela NASA que concluiu que a civilização industrial está a aproximar-se do fim devido à exploração não sustentável de recursos energéticos e à desigualdade económica e social."
Fonte: http://www.noticiasaominuto.com/mundo/190519/nasa-preve-o-fim-da-atual-civilizacao
E, já agora, também dentro deste contexto, Jeremy Rifkin, economista e autor, fala-nos sobre a sua visão do futuro:
E, já agora, também dentro deste contexto, Jeremy Rifkin, economista e autor, fala-nos sobre a sua visão do futuro:
sábado, 29 de março de 2014
Flatland: Explorando outras dimensões
Flatland é uma metáfora acerca da
sociedade do Séc.XIX, mas que em muitos aspectos ainda continua actual.
Mudar mentalidades e preconceitos pode ser uma tarefa extremamente difícil, e certos aspectos culturais estão bastante enraizados. Certas experiências e novas ideias, para além de serem incompreendidas em geral, podem não ser muito bem recebidas, principalmente quando falamos de estruturas que se assumem como autoridades e que tentam de alguma forma suprimir essas ideias.
Quando não estamos expostos a diferentes ideias (mesmo que a principio pareçam muito estranhas), corremos o risco de tornarmo-nos mais limitados no pensamento. A diversidade enriquece e abre novas possibilidades que podem ser exploradas. E sem troca de ideias corremos o risco de estagnar e não evoluir para algo melhor.
Sobretudo, é importante que as pessoas saibam que a realidade não tem de ser só uma (esta), o mundo não tem de ser visto como “precisa” de ser visto, o mundo (a sociedade) é uma construção que está sempre a mudar, a cultura (actual) não tem necessariamente de nos dominar até aos ossos. O mundo não é o que precisa de ser, mas sim o que queremos que ele seja… Seguir o rebanho passivamente, sem reflectir, talvez tenha algumas vantagens adaptativas, mas não deixa também de ter imensas desvantagens e nem sempre estamos conscientes delas.
Por outro lado, Flatland fala-nos da possibilidade de existirem outras dimensões.
A existência de outras dimensões é bastante plausível e já é teoricamente aceite pelos físicos. E isto vem abrir muitas possibilidades e implica que talvez existam outros seres que vivem em dimensões que escapam à nossa percepção.
Na minha opinião, a existência de
outras realidades (não apenas aquelas que concebemos como materiais) é mais do
que provável e deve haver por aí mundos que não conseguimos compreender nem
imaginar!
quarta-feira, 26 de março de 2014
Fenómenos Psi e outros fenómenos extraordinários
Nesta entrevista (que pode ver no
final desta publicação), o autor do livro “Science and Psychic Phenomena: The
Fall of the House of Skeptics ” fala-nos sobre algumas evidências acerca dos fenómenos
Psi e também sobre os movimentos de cepticismo organizado que tentam destruir
estes temas (acabo por ser bastante repetitivo, pode ser ou não um defeito, já
falei várias vezes neste tema e noutros que lhe estão associados, mas há sempre
coisas a acrescentar).
Classificar pessoas é sempre uma
tarefa complicada e nem sempre desejável, mas podemos dizer que certas pessoas,
de tão racionais e científicas que são (provavelmente muitos destes cépticos),
acabam por tornar-se demasiado cruas, mecânicas e até previsíveis, não havendo
espaço para mais nada nas suas vidas, e por isso não abrem a porta a uma série
de possibilidades.
Por outro lado, temos também os
mais românticos, idealistas e sonhadores, que são precisamente o contrário dos
primeiros e não se envergonham da fantasia. Aqui é tudo emoção e de tanta
emoção e sentimento, de tanta ilusão às vezes acabam na desilusão.
Por isso, talvez seja necessário
combinar ambas as coisas, ambas as características, criando um equilíbrio. Há
aqueles que negam tudo, rejeitam tudo e, por outro lado, há aqueles que
acreditam em tudo. Eu prefiro estar no meio desses dois extremos!
Mas, para além de outros aspectos
que falarei mais à frente, penso que precisamos de focar a nossa atenção no seguinte:
Primeiro, é necessário
compreender que existem diferentes tipos de fenómenos e determinados fenómenos
têm as suas próprias regras e mecanismos, por isso torna-se necessário muitas
vezes (embora nem sempre) adoptar ferramentas e métodos de investigação
apropriados e posturas mais flexíveis. Ou seja, é necessário compreender que
nem tudo pode ser reproduzido em laboratório sempre que a minha vontade manda
ou sempre que me apetece. E mesmo que alguns fenómenos possam ser provocados ou
que haja uma certa probabilidade de os prever, sabemos que, não raras vezes, a
sua natureza é altamente imprevisível.
Também sabemos que nem tudo pode
ser observado quando queremos. Muitas vezes é preciso ter paciência e esperar
pelo momento certo. No mundo natural, por exemplo, também não conseguimos
observar eclipses todos os dias, não é?
Mas, mesmo quando são preenchidos
todos os requisitos filosóficos e metodológicos dos “cépticos” e positivistas,
quando se aplica o método científico, seguindo um empirismo rigoroso,
externamente observável, puramente experimental e sem recorrer a mais nada,
mesmo nessas situações, observamos rejeição e negacionismo por parte dos
cépticos.
Sabemos que a forma como dizemos
certas coisas provoca resistência nos outros. Depois temos também aquilo que
alguns chamam de dissonância cognitiva e todos tentamos compensar isso, mesmo
sem nos apercebermos, e os cépticos não são excepção e isso nota-se
perfeitamente em muitos dos seus discursos…
Podemos também dizer que existem
vários tipos de conhecimento, vários tipos de ciências (embora algumas pessoas
tenham raptado a palavra ciência só para si), vários tipos de ferramentas,
diferentes métodos, vários tipos de evidências, ou, até diria, vários níveis de
evidências.
As próprias ciências naturais
consideram certas coisas como verdades, mas no fundo são suposições, baseadas
em algo, é certo, mas contudo, não deixam de ser suposições.
E não nos podemos esquecer de que
a realidade, ou, melhor dizendo, o conhecimento é uma construção. Para além de
não podermos eliminar por completo a consciência e a subjectividade, pois fazem
também parte da equação.
A realidade, na qual a ciência
natural se debruça, pode ser ilusória, um sonho, porque os sonhos são todos
reais até ao momento em que despertamos… Isso não quer dizer que eu não possa
desfrutar do sonho e orientá-lo conforme as possibilidades…
Os autoritarismos e os
policiamentos assumem várias formas, independentemente de haver situações
excepcionais que exijam tal postura (coisa que pode estar aberta ao debate e
deverá ser abordada sob várias perspectivas, o que nem sempre acontece). Temos
vários sistemas de controlo e policiamento e, por exemplo, a psiquiatria e
algumas áreas similares caem nessa categoria.
A função da psiquiatria é (e
sempre foi) ajustar o individuo a uma sociedade profundamente doente (essa sim
é doente!). Quem não entender isto, não entende nada!
O DSM5, segundo dizem, é uma
autêntica vergonha! (os outros também não eram grande coisa).
Quando referimos que a sociedade
estigmatiza o “doente mental”, esquecemo-nos de que os diagnósticos
psiquiátricos não fazem outra coisa senão rotular, julgar e estigmatizar as
pessoas… Não deixa de ser paradoxal!
A psiquiatria já serviu como
instrumento político (e, segundo alguns, ainda serve) e é algo que evolui
conforme as regras e normas sociais e culturais. Tende a normalizar e policiar
os comportamentos, mas não só… (não esquecer que a homossexualidade já foi uma
doença mental e existem outros exemplos). Por isso, tem também muito de
pseudociência, mas não me recordo de ver nenhum ataque por parte dos cépticos
(ou, melhor dizendo, pseudocépticos) porque no fundo participam todos do mesmo
jogo de controlo…
O conceito de doença mental é
outra coisa muito confusa e aqui de repente cabe tudo e mais alguma coisa,
transforma-se tudo em doenças. Há que entender bem o que é uma doença! Não sou
um cientificista, considero que existe espaço para estudar a psique, mas quem
disser que existe uma base biológica/química que legitima muitos desses
diagnósticos, está a mentir ou então foi alvo de doutrinação enganosa, pois
aqui não há qualquer objectividade nesse sentido.
Dito isto, não nego a existência
de sofrimento psicológico (que poderá ou não depender de vários factores) e
suas possíveis consequências. Que fique bem claro!
E, para além de outras estruturas
organizadas que têm também esta função de controlo, temos também estes
movimentos organizados de cépticos.
Mas quando falo em estruturas,
posso também falar de tradições mantidas, atitudes e comportamentos que agem
por “contágio” e cópia, coisas repetidas, até inconscientemente, coisas que
permanecem através das gerações, muitas vezes camufladas de coisa normal e boa
parte delas partilham lógicas não muito agradáveis.
Depois, podíamos também falar do
papel dos media (ou, melhor dizendo, do papel que não têm, porque, dentro de
uma determinada lógica, não é suposto terem, apesar de algumas excepções e
episódios esporádicos).
Lamentavelmente, muitas ideias
ficam apenas limitadas à Internet porque, por exemplo, as televisões não as
divulgam nem estão interessadas em debatê-las (ou porque não são bem-vindas ou
talvez porque não têm consciência da sua importância). Podemos concordar com o
essencial mas não concordar com tudo, podemos concordar com tudo e podemos até
nem concordar com nada, mas seria justo dar suficiente tempo de antena a toda a
gente e isso não se verifica! Em vez disso, preferem insistir em programas que
não acrescentam muito…
O passado é uma construção feita
no presente, acontecimentos presentes têm as suas causas no passado, mas em
algum momento poderíamos dizer que os acontecimentos passados e presentes são
influenciados pelo futuro?
Acerca do futuro, não sei
exactamente como ele vai ser, mas podemos sempre fazer uma previsão e há coisas
que são mais ou menos óbvias e uma delas é o desemprego. O desemprego será uma
realidade no futuro (em geral, sem especificar nenhuma profissão). Isto é o
tipo de coisa que provavelmente nenhum político ou economista quer dizer na
televisão, mas, por exemplo, a tecnologia começa cada vez mais a “roubar”
empregos e continuará a fazê-lo. Ao contrário do que muitos possam pensar, isto
representa algo muito positivo porque liberta-nos da escravidão da obrigação do
trabalho. No entanto, se não forem feitas mudanças tendo em vista um modelo
diferente, então aí será dramático! Alguém vê os media a tocar em assuntos como
este? Raríssimo!
A História repete-se em ciclos,
sempre existiram ideias que chocam, o contraditório, visões incompatíveis, faz
parte do “jogo”. Sempre existiram defensores de algo e opositores, e por vezes
é a partir desse diálogo (ou debate) que se avança para outros patamares e
novas ideias.
Ser contra algo ou discordar de
algo, discordar de uma determinada ideia, etc, não é necessariamente uma coisa
má e o conhecimento e a própria ciência evolui dessa maneira.
Neste contexto, sou até capaz de
concordar com os cépticos em relação a alguns assuntos, mas estes tipos abusam
e tudo aquilo que não se encaixa na sua visão, visões alternativas que sejam
diferentes da ortodoxia, do estabelecido (nas mais diversas áreas até), tudo o
que mexe leva pau e fortemente, e muitas vezes sem necessidade nenhuma. E
fazem-no recorrendo muitas vezes a atitudes e discursos provocatórios e pouco recomendáveis
e usando formas que não são construtivas (ataques pessoais não são incomuns).
Por vezes apenas incendeiam e ridicularizam, para além de serem peritos em
passar “atestados de incompetência” aos outros, quando o assunto não lhes
interessa.
Outro aspecto está relacionado
com o facto de serem muito selectivos! Porque é que os cépticos nunca tocam,
por exemplo, neste assunto: http://www.youtube.com/watch?v=IncNj99k2ig Não tocam nele nem nas mentiras que o rodeiam, mentiras que ainda continuam a
ser papagueadas por alguns. O assunto não representa nenhuma novidade e estou
certo de que não surpreenderá os mais atentos e perspicazes. Trata-se apenas da
ponta do icebergue, pois esta área é abundante em situações duvidosas ou até
misteriosas... Não vou entrar em polémicas sobre se a pessoa deve ou não deve
tomar isto ou aquilo, isso cada um é que sabe (quando tem a liberdade para
decidir…). Não dou palpites sobre a vida de ninguém e não quero ter uma postura
demasiado radical. Não sou um proibicionista, desde que ninguém saia
prejudicado, claro. Apenas acho que a pessoa tem de estar bem informada (em
relação às mentiras também), o que geralmente não acontece. Porque muitas vezes
é pior a emenda do que o soneto… Depois também podíamos falar da maneira como
se diaboliza umas substâncias e depois tolera-se a venda e consumo de outras,
mas isso já é um outro assunto.
Podemos dizer que este e outros
assuntos simplesmente não fazem parte da agenda dos cépticos e seguramente não
é por falta de motivos ou razões. Parecem ser defensores do status quo, e daí
seleccionarem apenas certas coisas.
E sempre que tentam censurar algo
(também se dedicam a isso), acabam por produzir o efeito contrário ao pretendido,
ou seja, estimulam ainda mais a curiosidade e o interesse do público. Os
cépticos parecem não entender psicologia básica! E embora algumas campanhas
movidas no sentido de descredibilizar estes temas resultem, no geral não têm
sido lá muito bem-sucedidos, pois o interesse por estes temas é cada vez maior!
A História avança e as vítimas
por vezes transformam-se nos agressores, e nem o sabem!
É preciso entender como surgiram
estes grupos e quais são as suas verdadeiras motivações. A História pode ajudar-nos
a entender todos estes aspectos e o autor deste livro aborda também essa perspectiva
histórica. Depois, tal como já tinha referido noutras publicações, é importante
perceber que existe uma posição ideológica, dogmática, de carácter materialista
e que, na minha opinião, é bastante clara, apesar de toda uma retórica
mascarada de seriedade científica e de fomento do pensamento critico.
Haverá outra motivação por detrás
disto? Algo que desconhecemos completamente? Não sei, mas o certo é que a sua
tenacidade é impressionante.
Para além disso, como já tinha
dado a entender, existe também aqui um problema relacionado com epistemologia e
posturas intolerantes.
Os temas relacionados com
mistérios e fenómenos extraordinários ou, se preferirem, invulgares (embora não
tanto como se possa imaginar) têm o poder de causar duas reacções antagónicas:
desprezo e crítica negativa ou fascínio e interesse crescente. No meu caso
provocam um fascínio e interesse crescente!
Muitas pessoas referem que certos
temas são simplesmente tretas e, por exemplo, no caso do fenómeno OVNI, dizem
que tudo não passa de folclore moderno. É evidente que têm todo o direito de
assim pensarem, mas acredito que certos temas não têm nada de treta e merecem
uma maior atenção.
Bem sei que certos temas têm sido
maltratados por muita gente, umas vezes por desconhecimento de certos factos,
outras vezes por negacionismo dogmático e um certo preconceito epistemológico,
e outras vezes simplesmente por medo de serem ridicularizados, porque ainda há
temas que, por ignorância, podem ser culturalmente inaceitáveis, embora já se
fale mais abertamente deles. Também é verdade que existem muitas pessoas que se
aproveitam destas coisas, por isso reconheço que nem tudo é verdade, mas, por
outro lado, também há desinformação e tentativas de encobrimento para que
ninguém saiba o que se passa...
Qualquer pesquisa feita de forma
neutra e séria e que seja livre de preconceitos, irá surpreender, com toda a
certeza!
No que toca aos OVNIs, uma
percentagem desses objectos ( a maior parte) podem ser facilmente explicados,
mas o que nos interessa são aqueles 5 ou 10% dos casos ( e não são poucos) em
que decididamente não existe uma explicação, ou seja, são objectos voadores não
identificados no sentido em que não possuem uma matricula que identifique a sua
origem, mas, sem dúvida alguma, não são de cá! E não são de cá, porque,
seguindo uma determinada lógica, a sua tecnologia e suas capacidades
aeronáuticas desafiam tudo o que sabemos até ao momento e por isso são aquilo a
que podemos chamar de OVETs (objecto voador extraterrestre- extraterrestre no
sentido de ser de fora e fora implica muita coisa. Não tem necessariamente de
ser do nosso Universo ou dimensão…)
A questão da prova tem muito que
se lhe diga e isto está relacionado com aquilo que eu dizia anteriormente. Se
alguém decide ter uma postura 100% cientificista e decide que prova é apenas um
pedaço de ADN alienígena ou uma nave exposta para toda a gente ver, então nesse
caso ainda não existem provas, isso é um facto! Mas se tivermos uma postura
mais abrangente e tolerante, digamos assim, então nesse caso existem muitos
indícios e mesmo provas. Se colocarmos todas as ferramentas de investigação à
nossa disposição, então aí a história passa a ser outra, tal como numa
investigação criminal e policial em que a evidência toma um outro sentido. Por
isso, evidência não é apenas essa abordagem simplista naturalista, mas pode ser
um conjunto de coisas que quando colocadas juntas permitem-nos juntar as peças
de um puzzle e tirar algumas conclusões…
E sobre os OVNIS e outros
fenómenos, não faz sentido acreditar que todos mentem ou estão alucinados ou
que todos se enganam! Mas os cépticos preferem acreditar que assim acontece! Os
cépticos dizem que o testemunho não tem qualquer valor… então, nesse caso, a
própria medicina estuda sintomas e os sintomas não são externamente
observáveis, diríamos o quê? Diríamos que a medicina deveria estudar apenas
sinais?
Por exemplo, dizer que o cérebro
se comporta mais como se fosse uma espécie de antena e que a consciência está dentro
do cérebro da mesma forma que as imagens da TV estão dentro do televisor ou da
mesma forma que o locutor de rádio está dentro do aparelho de rádio, mesmo com
dados e informações que apontam nesse sentido, isso constitui uma heresia e
terá de ser punido com os instrumentos adequados! Para mais algumas informações
sobre o tema das EQMs, recomendo ouvir, por exemplo:
Este é mais um tema que, embora
distinto (pensamos nós), encaixa perfeitamente nalgumas coisas que referi
anteriormente. A ideia de que a consciência é apenas um produto da actividade
eléctrica do cérebro pode ser um tremendo erro. Este tipo de reducionismo é
defendido por muitas pessoas, mas existem certas evidências que apontam noutro
sentido e as EQMs fazem parte desse grupo. Ao contrário do que alguns dizem, há
coisas que simplesmente não têm uma explicação. A consciência parece não estar
limitada a um cérebro. Mas afinal o que é a consciência? Pode até ser que
apenas a consciência exista, é uma hipótese. É lógico que não nego que existe
uma relação entre cérebro e consciência, mas parece que algo existe de forma
independente…. É um tema polémico, sem dúvida, e que gera por vezes posições e
discussões muito acesas e nas quais eu não quero entrar! (convém dizer que as
pessoas que passaram por essa experiência geralmente não estão preocupadas em
ganhar debates e têm uma postura diferente). Cada um é livre de pensar o que
quiser, contra ou a favor, e não vale a pena mover inquisições como alguns
cépticos fazem.
O mais curioso é que algumas
pessoas que tiveram essa experiência também pensavam como os cépticos e depois
abandonaram por completo a sua concepção materialista e o seu cepticismo
desapareceu completamente. Existem muitos casos semelhantes, mas é este tipo de
transformação radical que me deixa intrigado…
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