Este é um tema que nem sempre é
fácil, até porque provoca um certo temor e também porque muitas pessoas
rejeitam-no e negam-no, é quase instintivo (muitas vezes como mecanismo de
defesa e outras vezes não). É também um tema que tem sido fortemente avacalhado
(e neste capitulo eu acho que as coisas até já estiveram bem piores) ou então é
usado com a intenção de impressionar, no sentido de atrair a atenção dos outros
para vários fins…Mas, apesar de tudo isso, penso que é importante abordá-lo
mais uma vez e não podemos negá-lo. Estes fenómenos existem, são reais e muitas
pessoas têm, tiveram e terão este tipo de experiências (uns optam pelo
silêncio, não contam a ninguém, pois têm medo da possibilidade de virem a ser
ridicularizados, e outros já falam e contam as suas experiências sem nenhum
tipo de receio).
Podemos dizer que as aparições
são mais reais do que as partículas subatómicas, porque já ouvimos alguém
contar que viu um fantasma e nunca ouvimos ninguém contar que viu uma partícula
subatómica e neste sentido a aparição torna-se uma entidade muito mais real e
comum. Mas sabemos que a partícula subatómica tem tido um marketing e
propaganda mais eficazes e por isso é mais credível do que o fantasma. E,
devido a essa situação, imensas pessoas compram mais a partícula do que a
aparição e fazem-no mesmo quando não entendem nada de física ou ciência! A
aparição é coisa do passado, pertence ao mundo da superstição e já não tem
lugar neste mundo. Ou então afirmam que tudo são fantasias, ilusões de óptica,
sugestão, etc, etc- é assim que algumas pessoas pensam. Mas será justo formar
uma opinião sobre algo quando nunca nos debruçámos seriamente sobre esse algo?
De um lado temos aqueles que já
sabem tudo e do outro lado temos aqueles que não sabem nada nem querem saber e
fazem tudo para que ninguém saiba… Ambos são de difícil diálogo!
Não é que seja necessário estar
constantemente a falar do tema, mas tudo merece um certo estudo e reflexão!
(muitas vezes é benéfico deixá-lo estar quieto e até nem mexer demasiado nele…)
Muitos falam em fantasmas, outros
em espectros e há também quem distinga um do outro. Mas não vamos entrar aqui
em grandes classificações e definições, vamos apenas colocar algumas hipóteses
na tentativa de explicar a origem destas aparições. Penso que cada caso é um
caso e talvez não haja uma única explicação, mas várias explicações podem ser
colocadas e a aparição não tem de ser sempre necessariamente o espirito (vamos
chamar-lhe assim) de alguém que deixou o seu corpo físico. Por outro lado,
reduzir ou limitar tudo a alucinações e coisas do género não me parece uma boa
atitude porque, para além de ser injusta, leva também muitas pessoas a não contarem
as suas experiências devido ao medo do rótulo psiquiátrico ou do ridículo! E, na
minha opinião, não faz nenhum sentido acreditar em alucinações colectivas, a
não ser que estejam todos hipnotizados ou sugestionados para verem e sentirem
exactamente as mesmas coisas e isso não corresponde à realidade da maior parte
das situações (para além disso, o facto de sujeito x estar perturbado porque vê
ou ouve coisas que os outros não vêem nem ouvem, não quer necessariamente dizer
que sujeito x vê ou ouve coisas que não existem… Assunto complexo este, mas
agora não há tempo para falar do mesmo).
Portanto, sobre este tema,
poderíamos colocar as seguintes hipóteses:
- A aparição, em certos casos,
pode ser simplesmente o registo de algo, ou seja, de alguma forma,
acontecimentos e imagens ficaram impregnados no éter, digamos assim. É como se
ficassem registados numa fita magnética e de vez em quando certas pessoas
conseguem sentir, ouvir ou mesmo ver esses acontecimentos passados. De maneira
que são situações repetitivas e figuras que realizam sempre as mesmas coisas ou
tarefas e aparentemente não existe nenhum tipo de interacção, a figura não
estabelece nenhum tipo de influência ou contacto com o observador.
- A aparição pode ser, de facto,
uma entidade real (por exemplo, alguém que deixou o seu corpo físico) e que
está presente num determinado local ou acompanha determinada pessoa e neste
caso existe claramente uma tentativa de contacto, é sentida uma presença,
existe uma influência, uma interacção. E essa entidade pode produzir também
fenómenos físicos e outro tipo de fenómenos, ela tenta comunicar, ela manifesta-se.
- Há também quem fale em
egrégoras e formas-pensamento. Resumidamente, consistem em energias ou mesmo
entidades criadas conscientemente ou inconscientemente pelo colectivo ou por
processos individuais, embora, segundo dizem, a maior parte sejam criações do colectivo
(e apontam como exemplos algumas aparições religiosas) e situações resultantes
de processos individuais não intencionais. Pessoalmente, não sei até que ponto
isto seria possível, talvez não se encaixe em muitas experiências relatadas,
mas achei que devia deixar aqui esta hipótese.
- Um vislumbre de uma dimensão escondida
ou realidade paralela à nossa que, entre outras possibilidades, pode até ser
uma outra época histórica que continua a existir noutro lugar qualquer. E, tal
como na primeira hipótese colocada, também aqui não existe nenhum tipo de
interacção ou contacto, mas, ao contrário desta, não é só o observador que vê
algo, a figura observada também pode ver o observador, ou seja, embora nem
sempre aconteça, por vezes podem observar-se mutuamente.
- Uma situação semelhante à
anterior, mas neste caso, essa “membrana” que separa os dois mundos não seria
inultrapassável. Possivelmente, outros seres podem ver-nos constantemente mas
nós não conseguimos vê-los, porque estamos limitados pelos nossos sentidos. Da
mesma forma, outros organismos possivelmente também não têm a percepção de
estarem a ser frequentemente observados por nós humanos e é bastante provável
que esses organismos não tenham uma noção clara ou entendimento do que é um ser
humano, simplesmente não sabem o que isso significa… Pode acontecer que algo ou
alguém tenha a capacidade de infiltrar-se no nosso meio e manipular-nos, sem
que dêmos conta disso!
-Telecinesia espontânea (o
poltergeist), mas neste caso não existiria aparição propriamente dita, apenas
fenómenos físicos provocados por alguém que está presente (e vivo).
- Outra hipótese seria alguém que
controla ou manipula a nossa realidade e de vez em quando projecta imagens e
situações falsas, uma espécie de holograma ou jogo para nos testar (há também
quem afirme que os OVNIS seriam situações semelhantes a esta, o que, na minha
opinião, não faz qualquer sentido!). Esta é já uma hipótese mais difícil de
acreditar, até porque não encaixa com tudo aquilo que conhecemos acerca deste
tema, especialmente porque são experiências que sempre acompanharam o Homem,
muito antes de existir qualquer tipo de tecnologia moderna.
É possível que existam mais
situações que possam explicar estes fenómenos, mas estas que foram apresentadas
já dão para boas reflexões e discussões (saudáveis).