terça-feira, 26 de novembro de 2013

Sobre as aparições

Este é um tema que nem sempre é fácil, até porque provoca um certo temor e também porque muitas pessoas rejeitam-no e negam-no, é quase instintivo (muitas vezes como mecanismo de defesa e outras vezes não). É também um tema que tem sido fortemente avacalhado (e neste capitulo eu acho que as coisas até já estiveram bem piores) ou então é usado com a intenção de impressionar, no sentido de atrair a atenção dos outros para vários fins…Mas, apesar de tudo isso, penso que é importante abordá-lo mais uma vez e não podemos negá-lo. Estes fenómenos existem, são reais e muitas pessoas têm, tiveram e terão este tipo de experiências (uns optam pelo silêncio, não contam a ninguém, pois têm medo da possibilidade de virem a ser ridicularizados, e outros já falam e contam as suas experiências sem nenhum tipo de receio).

Podemos dizer que as aparições são mais reais do que as partículas subatómicas, porque já ouvimos alguém contar que viu um fantasma e nunca ouvimos ninguém contar que viu uma partícula subatómica e neste sentido a aparição torna-se uma entidade muito mais real e comum. Mas sabemos que a partícula subatómica tem tido um marketing e propaganda mais eficazes e por isso é mais credível do que o fantasma. E, devido a essa situação, imensas pessoas compram mais a partícula do que a aparição e fazem-no mesmo quando não entendem nada de física ou ciência! A aparição é coisa do passado, pertence ao mundo da superstição e já não tem lugar neste mundo. Ou então afirmam que tudo são fantasias, ilusões de óptica, sugestão, etc, etc- é assim que algumas pessoas pensam. Mas será justo formar uma opinião sobre algo quando nunca nos debruçámos seriamente sobre esse algo?

De um lado temos aqueles que já sabem tudo e do outro lado temos aqueles que não sabem nada nem querem saber e fazem tudo para que ninguém saiba… Ambos são de difícil diálogo!

Não é que seja necessário estar constantemente a falar do tema, mas tudo merece um certo estudo e reflexão! (muitas vezes é benéfico deixá-lo estar quieto e até nem mexer demasiado nele…)

Muitos falam em fantasmas, outros em espectros e há também quem distinga um do outro. Mas não vamos entrar aqui em grandes classificações e definições, vamos apenas colocar algumas hipóteses na tentativa de explicar a origem destas aparições. Penso que cada caso é um caso e talvez não haja uma única explicação, mas várias explicações podem ser colocadas e a aparição não tem de ser sempre necessariamente o espirito (vamos chamar-lhe assim) de alguém que deixou o seu corpo físico. Por outro lado, reduzir ou limitar tudo a alucinações e coisas do género não me parece uma boa atitude porque, para além de ser injusta, leva também muitas pessoas a não contarem as suas experiências devido ao medo do rótulo psiquiátrico ou do ridículo! E, na minha opinião, não faz nenhum sentido acreditar em alucinações colectivas, a não ser que estejam todos hipnotizados ou sugestionados para verem e sentirem exactamente as mesmas coisas e isso não corresponde à realidade da maior parte das situações (para além disso, o facto de sujeito x estar perturbado porque vê ou ouve coisas que os outros não vêem nem ouvem, não quer necessariamente dizer que sujeito x vê ou ouve coisas que não existem… Assunto complexo este, mas agora não há tempo para falar do mesmo).

Portanto, sobre este tema, poderíamos colocar as seguintes hipóteses:

- A aparição, em certos casos, pode ser simplesmente o registo de algo, ou seja, de alguma forma, acontecimentos e imagens ficaram impregnados no éter, digamos assim. É como se ficassem registados numa fita magnética e de vez em quando certas pessoas conseguem sentir, ouvir ou mesmo ver esses acontecimentos passados. De maneira que são situações repetitivas e figuras que realizam sempre as mesmas coisas ou tarefas e aparentemente não existe nenhum tipo de interacção, a figura não estabelece nenhum tipo de influência ou contacto com o observador.

- A aparição pode ser, de facto, uma entidade real (por exemplo, alguém que deixou o seu corpo físico) e que está presente num determinado local ou acompanha determinada pessoa e neste caso existe claramente uma tentativa de contacto, é sentida uma presença, existe uma influência, uma interacção. E essa entidade pode produzir também fenómenos físicos e outro tipo de fenómenos, ela tenta comunicar, ela manifesta-se.

- Há também quem fale em egrégoras e formas-pensamento. Resumidamente, consistem em energias ou mesmo entidades criadas conscientemente ou inconscientemente pelo colectivo ou por processos individuais, embora, segundo dizem, a maior parte sejam criações do colectivo (e apontam como exemplos algumas aparições religiosas) e situações resultantes de processos individuais não intencionais. Pessoalmente, não sei até que ponto isto seria possível, talvez não se encaixe em muitas experiências relatadas, mas achei que devia deixar aqui esta hipótese.

- Um vislumbre de uma dimensão escondida ou realidade paralela à nossa que, entre outras possibilidades, pode até ser uma outra época histórica que continua a existir noutro lugar qualquer. E, tal como na primeira hipótese colocada, também aqui não existe nenhum tipo de interacção ou contacto, mas, ao contrário desta, não é só o observador que vê algo, a figura observada também pode ver o observador, ou seja, embora nem sempre aconteça, por vezes podem observar-se mutuamente.

- Uma situação semelhante à anterior, mas neste caso, essa “membrana” que separa os dois mundos não seria inultrapassável. Possivelmente, outros seres podem ver-nos constantemente mas nós não conseguimos vê-los, porque estamos limitados pelos nossos sentidos. Da mesma forma, outros organismos possivelmente também não têm a percepção de estarem a ser frequentemente observados por nós humanos e é bastante provável que esses organismos não tenham uma noção clara ou entendimento do que é um ser humano, simplesmente não sabem o que isso significa… Pode acontecer que algo ou alguém tenha a capacidade de infiltrar-se no nosso meio e manipular-nos, sem que dêmos conta disso!

-Telecinesia espontânea (o poltergeist), mas neste caso não existiria aparição propriamente dita, apenas fenómenos físicos provocados por alguém que está presente (e vivo).

- Outra hipótese seria alguém que controla ou manipula a nossa realidade e de vez em quando projecta imagens e situações falsas, uma espécie de holograma ou jogo para nos testar (há também quem afirme que os OVNIS seriam situações semelhantes a esta, o que, na minha opinião, não faz qualquer sentido!). Esta é já uma hipótese mais difícil de acreditar, até porque não encaixa com tudo aquilo que conhecemos acerca deste tema, especialmente porque são experiências que sempre acompanharam o Homem, muito antes de existir qualquer tipo de tecnologia moderna.

É possível que existam mais situações que possam explicar estes fenómenos, mas estas que foram apresentadas já dão para boas reflexões e discussões (saudáveis).


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