segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Comunismo, capitalismo, questões sociais, civilização

Na minha óptica, esse futuro desejado e idealizado é um mundo “desgovernado”, pouco importa o rótulo, comunismo ou não comunismo, anarquismo ou não anarquismo, é irrelevante, será algo com algumas semelhanças e também diferenças em relação a essas ideologias criadas no passado, trata-se apenas de progredir para um patamar melhor do que o anterior.

Dentro da tal ordem natural das coisas, o capitalismo actual (com suas vantagens e suas muitas desvantagens) tem os dias contados, mesmo que ninguém tome nenhuma opção mais radical a uma escala considerável, gradualmente o actual sistema perderá a sua força e será substituído. Isso é certo!

Resistências aparecerão, principalmente tentando virar a opinião pública contra aquilo que é inevitável. Os jornalistas muitas vezes têm de fazer o contraditório, isso é interessante, por um lado, mas também pode ser muito conveniente porque serve de escudo protector e assim ficam livres para atacar seriamente determinadas ideias que não convêm ao status quo, não deixa de ser uma boa desculpa em muitos casos…

É verdade que nós costumamos dizer que o comunismo foi tal e tal, mas, se quisermos ser rigorosos, na verdade, o comunismo (a uma escala considerável) nunca existiu! Aquilo que nós chamamos de comunismo nunca foi o verdadeiro comunismo, aquilo que nós vimos foi outra coisa (má, claro) que supostamente seria uma primeira fase, na cabeça de alguns, necessária para concretizar um objectivo final.

Em relação ao capitalismo, pois é uma guerra onde todos são soldados, logo por aí já não é bom. Ninguém pode gostar de guerras, ninguém no seu juízo perfeito pode gostar de guerras. Se nós aceitarmos que esse capitalismo é uma guerra perfeita e necessária (nem todos concordam) para atingir um determinado fim que, quanto a mim, é nobre, então podemos até aceitá-lo tendo como meta esse objectivo final. Mas o que eu vejo não é nada disso, observo precisamente o contrário, ou seja, toda esta gente que dirige o mundo, todos estes políticos, todos estes economistas trabalham, planeiam e fazem montes de cálculos para quê? Onde nos querem levar? Essa é a pergunta que devemos fazer!

Esse nosso objectivo deveria ser, entre outras coisas, a gratuitidade da vida. E isso irá acontecer mais cedo ou mais tarde, não faz falta ter dons proféticos, basta olhar e perceber certas coisas. Temos obstáculos? Com certeza! Mas esses obstáculos não se prendem com a viabilidade ou exequibilidade prática/técnica das coisas, prendem-se com outros factores... (que não são aqueles que provavelmente muitos imaginam).

Tendemos a pensar que no passado sempre era pior, pois não havia os controlos, nem a democracia ou o diálogo que existe hoje em dia, não era um mundo globalizado, não era um mundo carregado de notícias e informação a todo o momento, mas certas condições estão ainda presentes nos dias de hoje e a tragédia pode sempre estar aí ao virar da esquina. E mais uma vez voltamos a falar do mesmo: recursos naturais! (não só, mas principalmente). É lógico que ninguém no seu juízo perfeito irá desencadear uma guerra nuclear, sabemos que isso tem sido principalmente uma estratégia ou jogo psicológico de ameaça: “cuidado não brinquem connosco”, ou seja, por um lado, a guerra, a larga escala, torna-se mais difícil porque ninguém está interessado nestes cenários caóticos e prejudiciais para todos, mas as coisas às vezes levam voltas enormes e certas adversidades e condições difíceis podem levar a uma espécie de desespero…

Enquanto certas ideologias e paradigmas de civilização teimosamente continuarem, não podemos descartar por completo cenários não muito agradáveis.


Se lá chegarmos, a vida será gratuita no futuro, disso eu tenho a certeza! É a ordem natural das coisas, não poderia ser de outra maneira. Não vejo a tal utopia como uma impossibilidade, é apenas um lugar que não existe, ainda não existe (embora de certa forma já existam utopias a uma escala mais reduzida). Iremos olhar para trás (quem cá estiver), iremos olhar para estas nossas instituições da mesma forma que hoje olhamos para os homens das cavernas.  

Quando os comportamentos indesejáveis transformam-se milagrosamente em virtudes!

Sabemos que todos temos a nossa persona, a máscara social, as aparências, mas aquilo que apresentamos aos outros pode ser bastante diferente daquilo que somos realmente no íntimo! (de uma forma ou de outra, com mais máscara ou menos máscara, há sempre aspectos que apenas guardamos para nós mesmos ou para aqueles com quem temos mais confiança).

Depois temos também o aspecto da privacidade e das pessoas que às vezes parecem esquecer o significado dessa palavra, talvez a culpa seja dos Reality shows ou então são influenciados por certos comportamentos nas redes sociais onde tudo está ali, ao léu, para todos verem, tudo aquilo que interessa, claro está, porque aquilo que é incómodo, aquilo que não interessa não se vê, não aparece. Tudo isto é compreensível, mas a curiosidade do ser humano é um fenómeno que já vem de trás, pena é que não seja direccionada para coisas um pouco mais relevantes.

Podemos também, já noutro âmbito, constatar a natureza do atendimento que por vezes recebemos, ou simplesmente observarmos, e que nos faz sentir na pele uma certa hostilidade, motivada ou não por uma certa “mecânica”. Não é difícil fazer uma distinção entre, por exemplo, um sítio, local, instituição, etc, que é hostil, e outra que não é, ou que parece ser menos.

Já outros confundem liberdade com abuso. Civismo e respeito são conceitos desconhecidos, ou esquecidos, para muitas pessoas.

Apesar das muitas e inteligentes excepções que existem, há também muito boa gente que confunde com facilidade a frontalidade e sinceridade com a falta de educação, indelicadeza, inconveniência, impertinência e até boçalidade. É desconcertante, e muitas dessas pessoas, convencidas de que têm a razão, vão por aí a fora, ninguém as pára, às vezes dizem: “ O problema não é meu! Eu apenas sou sincero e frontal”. Por exemplo, também confundem genuíno interesse e simpatia com perguntas chatas, intrusivas e bisbilhotice e, pior do que isso, não sabem ler nas entrelinhas e insistem!

E muitos concordam, sim, são virtudes, mas serão mesmo?!


domingo, 30 de agosto de 2015

Esoterismo, espiritualismo, ocultismo, metafisicas e questões fundamentais: Outras realidades, Deus e ciência

Segue-se um conjunto de respostas a algumas das mais frequentes afirmações e posições acerca destes temas:

“ A ciência não admite a existência de outras realidades, a única realidade é a matéria que conhecemos”

A ciência não pode (ou não deveria) assumir posições metafisicas materialistas porque não existe nenhuma lei que descarte a possibilidade da existência de outras realidades, as leis da ciência não dizem nada a esse respeito! Para além disso, se encararmos determinada crença religiosa (ou outra) como uma mera crença, também podemos estabelecer que o materialismo é mais uma crença, e apesar de muitas vezes ser confundido com a ciência, ele nada tem a ver com a ciência, não existe nenhuma verdade científica que exclua outras realidades, visões e até interpretações da realidade (principalmente dentro do âmbito da mecânica quântica, mas não só…).

Outro facto curioso é que alguns dos principais pais fundadores da ciência foram fortemente influenciados por ideias religiosas, aliás nós podemos encontrar essas influências na linguagem e nos modelos da ciência. Esses primeiros fundadores foram influenciados pelos gregos e também pela tradição judaico-cristã: as leis da natureza, as leis da física, imutáveis e criadas por Deus desde o início do tempo, são também leis divinas, assim como as leis morais. Por isso, conhecer essas leis era ter acesso à mente, aos pensamentos de Deus, aquele que desenhou e criou tudo quanto existe, aliás, segundo alguns, Deus seria o grande arquitecto; uma concepção do tempo que é linear, ao contrário da perspectiva cíclica do tempo, que era partilhada por outras culturas; a influência também está presente no próprio modelo mecanicista, o criador e a máquina, o criador e o artefacto, portanto um mecanicismo onde Deus era uma espécie de relojoeiro. Claro que depois arranjaram maneira de eliminar o criador, estava a ocupar demasiado espaço, e ficámos apenas com um artefacto…

Confesso que há muita gente (cépticos) a dizer coisas realmente interessantes (e digo isto sem qualquer tipo de ironia), colocam questões importantes e por vezes suas críticas são construtivas, produtivas e alertam-nos para certas situações, mas também, é um facto, algumas dessas mesmas pessoas conseguem dizer coisas com as quais eu não posso nem devo concordar! Fazem generalizações abusivas e tocam em temas sobre os quais aparentemente pouco entendem, contribuindo para alimentar o preconceito e a desinformação sobre esses mesmos temas! O problema é que a maior parte dessas pessoas não são isentas (nem um pouco), todos nós temos a nossas inclinações… Os debunkers (aliás, o próprio nome já diz tudo) possuem uma ideologia particular e alguns têm sido já desmascarados pela sua falta de seriedade! Há uma agenda, essas pessoas não estão interessadas em buscar nenhuma verdade e isso é triste!

Em relação aos fenómenos religiosos/místicos, não penso que possamos afirmar de forma redutora que tudo se resume a histórias de gente perturbada, ilusões ou uma qualquer hipóxia cerebral...

“ A teoria da evolução das espécies não é condizente com a existência de um Deus criador”

Quanto à teoria da evolução das espécies, na minha óptica, a teoria não exclui a possibilidade da existência de um criador.

No entanto, se concordarmos que não faz nenhum sentido conceber um criador, isso continua a deixar espaço para conceber qualquer tipo de “criador”, mas não um criador no sentido de ser um fabricante de coisas, um artesão. Podemos então pensar seriamente numa essência profunda de todas as coisas, uma derradeira realidade, que permeia tudo, transformando-se em tudo e, ao mesmo tempo, sendo a raiz de tudo quanto existe. É uma criatividade que se manifesta (pensada por alguns, intuída e até experienciada por outros). Mas definir essa essência pode ser uma tarefa bastante difícil porque é algo que não consegue ficar restringido aos nossos conceitos, não pode ser adequadamente explicado através da nossa linguagem. Está fora do tempo e do espaço, mas é também o próprio Universo que vivenciamos aqui e agora.

Há também várias formas de olhar a realidade, podemos olhá-la de várias maneiras, mas existem três maneiras, ou tradições principais, formas de ver a realidade: a primeira encara o Universo como um mecanismo, uma máquina; a segunda encara tudo como sendo um organismo; a terceira encara tudo como se fosse uma peça de teatro. De todas estas visões, a primeira não satisfaz completamente.

“ Dizer que existem mais realidades e seres para além da matéria, tudo isso são meras especulações, suposições”

Na minha opinião, não são apenas meras suposições, elas partem de alguma base… mas, na verdade, o que não são suposições, pressupostos? Neste momento, nada me garante que eu não esteja a sonhar. A realidade da própria vida também pode ser vista como apenas uma mera hipótese porque, contrariamente ao que pensamos, tudo pode se resumir a um sonho! Quando estamos a sonhar, acreditamos que tudo é real, geralmente não duvidamos, mas depois despertamos para outra realidade, aquela que acreditamos ser a nossa e inteiramente real. Talvez seja um sonho dentro de outro sonho maior chamado vida.

“Se existisse um Deus, então não haveria lugar para o livre arbítrio”

Bem, tudo depende do conceito de Deus, talvez o ser humano não seja um completo fantoche! (para muitos, o seu conceito de Deus inclui livre arbítrio). Mas, curiosamente, alguns ateus defendem que o livre arbítrio é uma ilusão…


Em relação a este e a outros assuntos, finalizo dizendo o seguinte:


Certamente, não tenho respostas para tudo, tenho minhas dúvidas também, e com toda a sinceridade, pessoalmente, não posso dizer que tenha conseguido até agora experienciar directamente outras realidades (nunca de uma maneira suficientemente satisfatória, embora, no passado, tenha havido alguns raros episódios estranhos…), isso é um ponto importante! Neste sentido, posso dizer que sou um ignorante! Tem de haver rigor e seriedade máxima quando se abordam estes temas, sempre! Essa é a minha posição! Não invento nada nem pretendo ser leviano. Apenas posso dizer que as minhas suspeitas, digamos assim, não são motivadas por nenhum fervor religioso, mas antes pelos resultados de uma procura genuína (tento que essa procura seja neutra, embora não seja inteiramente possível, admito! Quase ninguém consegue ser completamente neutro…), alicerçada numa curiosidade e interesse pelo desconhecido, uma investigação (nunca acabada) como qualquer outra! Portanto aqui entrou pesquisa de vários assuntos, reflexão, e sobretudo, ouço aquilo que os outros têm para me dizer, escuto atentamente os testemunhos daqueles que passaram por certas experiências, embora eu sempre diga que não sou nem serei especialista de nada. Se todas estas coisas podem ser consideradas como sendo as tais evidências, é coisa discutível. Mas, cada vez mais me convenço de que a única e derradeira evidência é a experiência directa das coisas, muito mais do que argumentos, teorias ou raciocínios. Essa é a única coisa que nos pode realmente convencer, apenas a nós próprios, claro.


quarta-feira, 26 de agosto de 2015

Natureza humana, guerra, violência

Alguns pontos a reter:

- Quando me refiro à violência, falo em termos da perspectiva global. É certo que existem diferenças entre países, diferenças entre comunidades e culturas, ou seja, a violência não está distribuída de igual forma;

- Há muito a tendência também para culpabilizar a religião. Para alguns, a religião aparece como a culpada de todos os males do mundo. Na minha opinião, esta é uma perspectiva errada, a culpa não é da religião em si, mas sim do fanatismo religioso. Não é a religião (no seu sentido mais puro), mas sim algumas religiões que foram sendo construídas na base de interesses, politicas, distorções (de algumas escrituras também),um determinado contexto e algumas influências culturais de uma determinada época (que já não se adequam aos nossos dias e hoje nos parecem erradas, embora nem todas sejam assim tão erradas…). Portanto, foram sendo adicionados elementos àquilo que inicialmente seria o essencial. Neste sentido, não podemos dizer que, por exemplo, o cristianismo incitou à violência porque a mensagem nunca foi essa! O perigo sempre esteve no aproveitamento das religiões e na construção de elementos supérfluos! (inicialmente ou posteriormente) Também não podemos confundir religião com espiritualidade. Dar um sentido à vida, ter uma certa filosofia de vida, a crença ou convicção no sobrenatural ou em algo transcendente, a crença num Deus ou simplesmente a crença numa realidade última, tudo isso, por si só, não é o factor que gera a violência. Também não podemos esquecer que “a cada dia” aparecem novas formas de espiritualidade, muitas pessoas abandonam as religiões tradicionais mas abraçam outras filosofias e formas de espiritualidade e essas geralmente não entram em algumas estatísticas…

- Algumas pessoas insistem na ideia de que existe uma natureza humana, supostamente imutável, é quase como se fosse uma espécie de entidade sobrenatural obscura, difícil de definir e incontornável, uma essência que é responsável também, neste caso, pela violência. Esta visão, aparentemente inocente, é, na verdade, perigosa porque estimula certas lógicas desaconselháveis e encerra uma série de problemas, por exemplo, leva-nos a negligenciar as condições e factores que geram a violência e, como consequência, a nossa atenção centra-se principalmente em leis, penas e punições;

-Outro aspecto importante é que a violência assume várias formas, não é somente física, mas também, em grande parte, psicológica;

- A violência pode ser praticada por ambos os géneros, existem estudos e dados sobre isso, apesar de haver a tendência para noticiar e culpabilizar apenas um dos géneros (mas as coisas têm lentamente vindo a mudar em relação a este tipo de divulgação);


Em relação à guerra, é uma forma de violência, embora por vezes seja apenas defensiva, mas claramente é evitável! Devo dizer que não sou especialmente simpatizante de coisas relacionadas com o militar, etc. Não faz parte da minha maneira de ser nem da minha filosofia e visão das coisas, mas neste momento, é este o mundo que temos e as forças armadas têm uma função no mundo tal como o conhecemos. Contudo, o recurso a intervenções militares tem sido, com frequência, totalmente irresponsável, servindo interesses reprováveis e gerando por vezes consequências nefastas a longo prazo. Espero que um dia tudo isso seja extinto e venha a ser substituído por outras ideias mais avançadas.






terça-feira, 25 de agosto de 2015

Esoterismo, espiritualismo, ocultismo, metafisicas e questões fundamentais: Karma

Nota: Este artigo não pretende reduzir toda a realidade a um só conceito ou explicação, muito menos advoga um determinado tipo de prática como sendo “ a solução”. Trata-se apenas de um texto que fala sobre o conceito de Karma.


Há quem refira (talvez com razão) que este conceito de karma (do sânscrito), assim como tantas outras coisas, tem sido mal traduzido e interpretado pelo ocidente, embora haja orientalistas que são bastante mais rigorosos na altura de abordar a complexidade deste tema.  

Alguns apontam que a palavra lei (que muitas vezes pode surgir como metáfora ou não) simplesmente não é muito aplicável neste caso, primeiro porque não se trata de uma lógica simplista do tipo punição/recompensa (muito menos vingança) nem de uma justiça a ser feita. Também não tem um sentido moral (pelo menos não da mesma forma que nós geralmente o concebemos). Neste sentido, não é uma retribuição ou divida a ser resgatada, é algo que não se enquadra nesse tipo de analogias ou lógicas. É ainda, para outros, um mecanismo que nos mostra como são importantes os nossos comportamentos, e funciona, segundo essas pessoas, mais na base de uma aprendizagem interior, que é um processo individual, uma reflexão, vivência interna, no sentido de uma evolução em termos de uma consciência mais refinada.

Também, segundo alguns, não equivale a uma lei determinística, conforme o conceito de lei científica, lei natural comummente aceite no mundo ocidental (que originalmente foi o berço do pensamento cientifico actual).

Apesar de tudo isto, convém dizer que, no oriente, segundo pude perceber, quanto a este mesmo conceito de karma, existem vários e divergentes pontos de vista.

Resumindo, Karma é muitas vezes visto como uma “lei” não linear, que não é estritamente determinística, pois é algo mais fluido. A acção (a palavra karma significa acção) lança uma semente, a própria semente já contém a árvore e o fruto, mas a forma como a planta cresce depende de vários factores, o que significa que um determinado acontecimento inicial pode não produzir sempre o mesmo resultado. Convém também dizer que, dentro deste conceito, Karma está relacionado tanto com as chamadas boas acções como as más acções, ou seja, desde que haja uma intenção (seja ela considerada boa ou má), ou um desejo de obter um resultado, ficaremos igualmente acorrentados à tal roda (Samsara), um ciclo de morte e renascimento. Muitos acreditam que esta é a visão mais correcta e a interpretação mais próxima à ideia original.

Independentemente das possíveis consequências (kármicas ou não) dos nossos comportamentos, para mim, o mais importante é estimular e despertar uma certa sensibilidade nas pessoas, para que elas sejam capazes de sentir empatia em relação aos outros, para que haja algum respeito e uma certa conexão com as necessidades e problemas dos outros. Que o comportamento não seja apenas baseado no medo de uma possível “punição” futura, mas antes e principalmente que seja baseado num sentimento genuíno e numa incapacidade ou dificuldade em fazer mal aos outros, intencionalmente. Do género " não faço porque a minha consciência não permite”, “ não faço porque não me sinto bem com isso”.


Sugestão: Abrir a caixa de comentários do anterior artigo publicado e ler o conteúdo. O diálogo aí estabelecido levou à colocação de importantes questões que complementam esta publicação sobre o conceito de Karma.


Alan Watts, por exemplo, propõe-nos a seguinte visão do conceito:




domingo, 16 de agosto de 2015

Esoterismo, espiritualismo, ocultismo, metafisicas e questões fundamentais: aparições, visitantes e intrusos!

Dentro do amplo espectro das estranhas visões e experiências, podemos ter várias situações: algumas ocorrem quando sonhamos (ou quando acreditamos que estamos a sonhar); outras ocorrem naquela fase intermédia entre o sono e a vigília (são bastante comuns); em certos casos ocorrem também durante extremos estados de consciência involuntários ou então quando alguém provoca intencionalmente um estado alterado de consciência (que pode ser obtido de várias maneiras); e, por último, em grande parte das situações, essas experiências e visões acontecem no estado de vigília completamente normal.

Quanto aos sonhos, nós sonhamos com muita coisa ao longo da vida, esses sonhos podem até precisar de uma interpretação devido ao seu simbolismo, existem muitas teorias sobre isso, algumas ligam os sonhos a manifestações do inconsciente, enquanto outras dão-lhe um carácter mais transcendente, digamos assim, às vezes mediúnico e até premonitório. Penso que não é um tema fácil porque aqui misturam-se muitos aspectos ao mesmo tempo. É evidente que os conteúdos dos nossos sonhos podem estar claramente relacionados com aspectos da nossa vida, desejos, fantasias, memórias (sejam elas traumáticas ou não), e isso é perfeitamente fácil de identificar. Mas mesmo reconhecendo que existem vários aspectos que se misturam quando sonhamos, será que os nossos sonhos ocorrem num determinado lugar (fora do nosso quarto)? E, partindo do princípio de que existem outras consciências, será que elas podem interferir no meu sonho? Ou será que tudo é criado e ocorre exclusivamente dentro de nós (mesmo quando experienciamos o nosso estado normal de vigília)? Será que estamos a viver um sonho dentro de outro sonho? A única coisa que podemos afirmar, e isto não é nenhuma novidade, é que realmente o ponto de partida é a consciência, partimos do facto de sermos conscientes, a seguir verificamos que podemos passar por diferentes estados de consciência e, sejam experiências dentro do corpo ou fora do corpo, tudo são aspectos que ocorrem dentro da consciência.

Se eu quiser abrir todas as possibilidades, principalmente em certos casos, não posso descartar a possibilidade de se tratar de alucinações relacionadas com a paralisia do sono, mas confesso que tenho algumas dúvidas, e cada vez mais fico com a sensação de que estas experiências são demasiado estranhas, a nossa consciência por vezes parece conectar-se com outras realidades que escapam à nossa percepção comum, um pouco como as ondas de rádio, podemos sintonizar diferentes frequências e quando escolhemos uma determinada frequência em particular, as outras não deixam de existir…

Por exemplo, dentro do tema da criptozoologia, neste momento surge na minha mente a história do Bigfoot… Devo confessar que não é um tema que me desperta especial atenção, mas não deixa de ser estranho que haja imensos relatos e pessoas que estão extremamente convictas de que viram um estranho animal ou ser, embora eu não descarte algumas fraudes também! Mas o que é que o Bigfoot (e outras criaturas) tem a ver com isto? Aparentemente nada! No entanto, todos nós já ouvimos testemunhos sobre o Bigfoot, e, não raras vezes, as pessoas referem que de repente esse ser desaparece no meio da floresta e apenas conseguem vê-lo durante breves instantes. É claro que os cépticos dizem que as pessoas assustam-se, enganam-se e confundem ursos e outros animais com o Bigfoot, também referem que o Bigfoot é uma lenda, não existe porque nunca foi encontrada nenhuma prova. Mas é possível que os cépticos estejam parcialmente correctos, ou seja, há uma hipótese que diz que essas criaturas não existem na nossa realidade, mas devido a certas anomalias existentes em determinados locais, essas espécies desconhecidas materializam-se na nossa realidade, para depois voltarem a desaparecer. Talvez sejam criaturas que existem paralelamente mas numa outra dimensão, fazem parte do passado da Terra, mas estão actualmente extintas, no nosso tempo presente. 

Voltando ao tema inicial, e tal como já tinha referido, a verdade é que nem todas as experiências incluem paralisia, algumas acontecem no estado normal de vigília, os testemunhos possuem alguma coerência, às vezes são corroborados e partilhados por mais pessoas, e nem sempre são experiências assustadoras ou desconfortáveis.

Sabemos que antigamente o diabo surgia como explicação para tudo aquilo que era desconfortável para as autoridades religiosas dessas épocas. Hoje já não é o diabo que surge como explicação, mas sim a alucinação! Tudo o que é desconfortável passa a ser visto como uma alucinação. A conclusão é que o Iluminismo (e outros ismos que vieram a seguir) não trouxe só coisas boas… (às vezes passamos do 8 ao 80, na sociedade há muita coisa que passou rapidamente a extremos, não foi só em relação a estes temas…)

Se é verdade que, em certos casos, explicar as coisas como sendo alucinações pode até servir para aliviar a tensão e preocupação produzidas por determinado tipo de experiência, e devemos ter em conta este aspecto! Contudo, também não deixa de ser verdade que noutros casos essa mesma explicação pode ser contraproducente até…




O vídeo/documentário pode impressionar algumas pessoas, por isso fica a advertência. Não sinto especial prazer em explorar assuntos que podem produzir medo, terror ou assustar as pessoas, mas pareceu-me importante partilhar este tema. Sugestão para pesquisa: ver sobre “shadow people” e “Hat Man”.   





quarta-feira, 12 de agosto de 2015

Caminhamos para a Sexta Extinção?

Devo dizer que conheço alguma coisa do tema da profecia Maia (embora tenha sido um assunto polémico, e sobre o qual já não falo há muito tempo, devo confessar), sei que houve várias interpretações, análises, criaram-se novas teorias dentro do fenómeno new age, algumas distorções também, etc. Eu sempre achei que devíamos focar alguma atenção neste tema (e também noutros similares), mas o certo é que houve e há muitas lacunas e questões de difícil resposta. Mas, de uma forma geral, as profecias são um fenómeno que me desperta a atenção e interesse.

Mas, independentemente dessas profecias, ou interpretações, e para além dessas mitologias antigas (que têm sempre a sua importância e não deixam de ter alguns aspectos semelhantes quando comparamos as várias culturas), podemos também encontrar estudos científicos que nos alertam para cenários não muito agradáveis e mudanças radicais…

Já aqui neste blogue, numa anterior publicação, foi apresentado um estudo financiado pela NASA que nos alertava e perspectivava mudanças profundas na nossa civilização. Agora deparamo-nos com um novo estudo (e deve haver muitos mais por aí) que aponta para uma sexta grande extinção em massa, cenário não muito agradável!

Ainda é possível remediar muita coisa, as soluções existem, hoje existe mais consciência ecológica do que antes, mas a complexidade da situação exige globalmente medidas mais fortes e eficazes.

Eu posso até estar enganado, mas, na minha opinião, o grande problema é que essas correcções só podem ser implementadas na plenitude se ocorrerem mudanças na estrutura base da civilização e isso, como é evidente, irá mexer com muita coisa, é o próprio paradigma de civilização que tem de mudar, é o conjunto, a totalidade. Portanto, neste sentido, não vejo a coisa muito fácil, a curto prazo, pelo menos.

No entanto, concordo que é importante alertar e denunciar certas coisas, e também não esquecer que por vezes são as pequenas acções, todas somadas, que fazem a diferença. Não desvalorizar a força da Internet através dos seus vários aspectos, não subestimar a força do colectivo, não subestimar o trabalho de certos projectos e iniciativas, não subestimar, por exemplo, o trabalho de certas organizações não-governamentais, redes de activistas, que através de campanhas, petições online, etc, têm conseguido exercer a sua pressão e obter resultados importantes globalmente e em todos os domínios.


Debate:


(ver quando marca 01:49:06, e depois, em relação a outro tema, a sugestão é ver também o que se segue imediatamente a seguir porque penso que também vale a pena... Nota: neste link, a contagem aparece do lado direito e é decrescente, por isso o debate aparece logo no inicio deste programa. Já foram publicados outros programas neste blogue, por isso, para não haver confusão, deve ter em conta que eu costumo me guiar sempre pela contagem decrescente que fica do lado direito)