quarta-feira, 26 de agosto de 2015

Natureza humana, guerra, violência

Alguns pontos a reter:

- Quando me refiro à violência, falo em termos da perspectiva global. É certo que existem diferenças entre países, diferenças entre comunidades e culturas, ou seja, a violência não está distribuída de igual forma;

- Há muito a tendência também para culpabilizar a religião. Para alguns, a religião aparece como a culpada de todos os males do mundo. Na minha opinião, esta é uma perspectiva errada, a culpa não é da religião em si, mas sim do fanatismo religioso. Não é a religião (no seu sentido mais puro), mas sim algumas religiões que foram sendo construídas na base de interesses, politicas, distorções (de algumas escrituras também),um determinado contexto e algumas influências culturais de uma determinada época (que já não se adequam aos nossos dias e hoje nos parecem erradas, embora nem todas sejam assim tão erradas…). Portanto, foram sendo adicionados elementos àquilo que inicialmente seria o essencial. Neste sentido, não podemos dizer que, por exemplo, o cristianismo incitou à violência porque a mensagem nunca foi essa! O perigo sempre esteve no aproveitamento das religiões e na construção de elementos supérfluos! (inicialmente ou posteriormente) Também não podemos confundir religião com espiritualidade. Dar um sentido à vida, ter uma certa filosofia de vida, a crença ou convicção no sobrenatural ou em algo transcendente, a crença num Deus ou simplesmente a crença numa realidade última, tudo isso, por si só, não é o factor que gera a violência. Também não podemos esquecer que “a cada dia” aparecem novas formas de espiritualidade, muitas pessoas abandonam as religiões tradicionais mas abraçam outras filosofias e formas de espiritualidade e essas geralmente não entram em algumas estatísticas…

- Algumas pessoas insistem na ideia de que existe uma natureza humana, supostamente imutável, é quase como se fosse uma espécie de entidade sobrenatural obscura, difícil de definir e incontornável, uma essência que é responsável também, neste caso, pela violência. Esta visão, aparentemente inocente, é, na verdade, perigosa porque estimula certas lógicas desaconselháveis e encerra uma série de problemas, por exemplo, leva-nos a negligenciar as condições e factores que geram a violência e, como consequência, a nossa atenção centra-se principalmente em leis, penas e punições;

-Outro aspecto importante é que a violência assume várias formas, não é somente física, mas também, em grande parte, psicológica;

- A violência pode ser praticada por ambos os géneros, existem estudos e dados sobre isso, apesar de haver a tendência para noticiar e culpabilizar apenas um dos géneros (mas as coisas têm lentamente vindo a mudar em relação a este tipo de divulgação);


Em relação à guerra, é uma forma de violência, embora por vezes seja apenas defensiva, mas claramente é evitável! Devo dizer que não sou especialmente simpatizante de coisas relacionadas com o militar, etc. Não faz parte da minha maneira de ser nem da minha filosofia e visão das coisas, mas neste momento, é este o mundo que temos e as forças armadas têm uma função no mundo tal como o conhecemos. Contudo, o recurso a intervenções militares tem sido, com frequência, totalmente irresponsável, servindo interesses reprováveis e gerando por vezes consequências nefastas a longo prazo. Espero que um dia tudo isso seja extinto e venha a ser substituído por outras ideias mais avançadas.






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