quarta-feira, 28 de maio de 2014

O fenómeno de Fátima

Este tema já foi abordado numa publicação anterior, mas podemos dizer que o fenómeno de Fátima (antigo e moderno) desperta sempre alguma curiosidade. Em relação a ele, podemos fazer muitas críticas (nem todas são positivas, é certo), podemos fazer (ou tentar) muitas interpretações: considerar a hipótese de se tratar de uma egrégora; algo relacionado com o fenómeno OVNI; aparição mariana; aparição de um ser celestial; podemos também preferir uma explicação mais racional, como alguns gostam de lhe chamar (principalmente no que toca ao chamado milagre ou milagres);etc.

Apesar de tudo isso, é importante salientar que o culto à Deusa e a entidades semelhantes já existia mesmo antes do cristianismo, em contexto pagão, e este tipo de seres sobrenaturais já não são propriamente coisas novas dentro de uma perspectiva histórica e antropológica. Por isso, acreditando que são aparições reais (suponho que sejam porque, reflectindo um pouco sobre o assunto, não parecem ser alucinações colectivas, apesar de muita gente cair no erro de medicalizar tudo, e acho que isso é um problema na nossa sociedade actual. Já não é o diabo que aparece como explicação, mas sim a alucinação, etc), é algo que acompanha a humanidade há imenso tempo e, assim como acontece com outro tipo de fenómenos, na minha opinião, nada tem a ver com a religião x ou y, porque antecede a própria religião. A religião veio mais tarde e apropriou-se destes fenómenos, muitas vezes distorcendo ou adicionando coisas.

Há quem diga que sempre que tentamos interpretar este tipo de fenómenos, com ou sem religião, corremos o risco de adulterá-los, quando simplesmente deveríamos vivê-los sem esse tipo de interferência, vivê-los no seu estado puro. Penso que podemos sempre tentar ser neutros, mas talvez isso não seja sempre inteiramente possível. A cultura (esta ou outra) molda a forma como olhamos para a realidade. Para além disso, à medida que o tempo passa, a maneira como olhamos para as coisas pode mudar consideravelmente, dependendo da idade (biológica) e outros aspectos.  

Debate:






Sem comentários:

Enviar um comentário