Temos sempre por hábito enquadrar
os outros segundo uma classificação, muitas vezes até com grande desacerto
porque essas classificações vêm acompanhadas de generalizações, são cómodas, é
verdade, mas por vezes demasiado redutoras porque podem revelar muito pouco
sobre aquela pessoa em particular.
Sabemos que os rótulos são
tramados! E também o hábito de colocar as pessoas em gavetas pode ser uma
tarefa complicada, principalmente se essa pessoa tiver um espírito ecléctico, digamos assim, porque, neste caso, ela buscará ideias em todas as gavetas, sem
ficar presa a nenhuma em particular.
Para além disso, e também neste
sentido, eu, geralmente, prefiro não me classificar porque assim evito
mal-entendidos, preconceitos e outras leituras diferentes da minha. Ou seja,
cada um constrói a sua interpretação sobre um determinado assunto, cada um
entende as coisas à sua maneira, e esse entendimento pode ser bastante
diferente do meu. Por isso, sempre que for possível, é necessário tornar as
coisas claras, defini-las o melhor possível, para que não haja confusões.
Eu posso concordar com algumas
ideias pertencentes a uma determinada escola, filosofia ou ideologia e, ao
mesmo tempo, em relação a essa mesma escola ou ideologia, posso discordar de
outros pontos e ideias!
Outro aspecto a salientar é que as
pessoas precisam de aprender a dialogar, isto é uma difícil tarefa para todos
(para mim também), não fomos educados para saber comunicar eficazmente e convenientemente.
Por isso, se eu optar por usar determinado tipo de linguagem (aliás, os debates
que se fazem na televisão são uns valentes exemplos disto, não deixa de ser
trágico, há pessoas que abusam e acham tudo muito normal…é até bom para as
audiências, embora não queiram reconhecer isso!), logo à partida, isso poderá
criar dificuldades no diálogo, gerando resistências adicionais desnecessárias e
a ideia de conflito pode ficar mais fortalecida. Por isso geralmente, tento
pensar um pouco antes de escrever, não me deixar influenciar por certas emoções
(nem sempre é possível), ter consciência do que se está a passar para não
deixar entrar interferências adicionais no debate ou diálogo, posso também usar
a Internet como um campo de treinos, ou seja, opto por usar uma linguagem mais
empática, com pouco recurso a determinados julgamentos, ataques pessoais,
certas críticas, ou seja, uma comunicação não-violenta (pelo menos tento que
seja), centrando-me nas ideias/argumentos e não na pessoa ou no seu carácter.
A importância do tipo de
comunicação, segundo algumas pessoas, é irrelevante. Já outros até referem que
não fomos educados para expressar as nossas necessidades e sentimentos de forma
adequada e daí surgem os problemas. De qualquer forma, não é um tema simples,
mas penso que a forma como comunicamos pode ser importante para explicar uma parte
da violência, violência que também começa nas palavras!
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