Dentro destes círculos, alguns
possuem mais complexidade do que outros, uns envolvem cultos e outros não,
alguns são excessivamente ritualizados ou mais formais do que outros, uns são
mais eruditos e elitistas do que outros, alguns recorrem mais ao simbolismo do
que outros, seja para despertar qualquer tipo de verdade interna ou para
estimular certas vivências internas, que actualmente, e segundo alguns, são
secretas apenas no sentido de serem pessoais e difíceis de transformar em
palavras e conceitos, e, por último, algumas dessas sociedades são mais vocacionadas
apenas para transmitir práticas que afinal já não são tão secretas como
costumavam ser… Sejam mais antigas ou recém-criadas, há de tudo para todos,
conforme os gostos, tendências pessoais e nível cultural.
Outro aspecto importante é a
deturpação e distorção do significado dos símbolos e rituais de algumas dessas
sociedades, principalmente por parte de alguns teóricos da conspiração que
tendem a misturar coisas que nada têm a ver…
Afinal de contas, os próprios
xamãs também têm as suas iniciações! E é certo que, em certos momentos, todos
nós temos de aprender com aqueles que têm mais experiência num determinado
assunto, não nego isso! (embora aquele que ensina também pode ter muito a
aprender com o aluno, e nem sempre o ensinamento é válido, completamente
verdadeiro ou actualizado…) Mas devo dizer que sou bastante crítico em relação
a algumas destas dinâmicas, porque, por exemplo, apostam em modelos bastante
antiquados e às vezes demasiado hierarquizados (o que significado, entre outras
coisas, sempre pedestal para alguns “gurus”). Simplesmente, em relação a muitos
destes círculos, não me convencem minimamente, são meras cópias de outras
coisas que já existiam (como a maçonaria e outras do género), com algumas
diferenças e inovações à mistura, mas mais fogo-de-artifício que outra coisa,
embora até admita que aqui e ali possa haver alguma experiência mais interessante
em termos de certas vivências, informações e conhecimentos.
E porque estamos a comentar
coisas que provêm de correntes mais esotéricas, ou místicas, há quem pense que,
por exemplo, o fenómeno OVNI deve ser investigado seguindo uma determinada
abordagem, e não devemos misturar especulações ou informações provenientes destas
correntes. De certa forma, eu até entendo a preocupação dessas pessoas, a
intenção é valorizar o fenómeno, dar algum critério ao seu estudo, e não
deixá-lo cair no descrédito, coisa que por vezes ocorre, apesar dos esforços e,
na minha opinião, alguns avanços conseguidos perante o público.
Mas, tendo tudo isso em conta, eu
penso que não deixa de ser importante recolher todas as perspectivas acerca do
fenómeno (mesmo que seja apenas do ponto de vista de uma Sociologia, História,
etc), é certo que vamos encontrar muita coisa, uma boa parte não será verdade,
mas outras talvez sejam! Tudo isto é feito independentemente de acreditarmos em
x ou y.
No entanto, e reconhecendo a
importância de cada um escolher diferentes caminhos (esotéricos ou não),
diferentes pontos de partida na tentativa de se aproximar do fenómeno (sejam
OVNIS/OVETS ou outro tipo de fenómenos) porque isso só nos enriquece, o meu
entendimento pessoal, a minha sensibilidade pessoal sobre o assunto é que
devemos primeiro partir de bases iniciais que sejam mais ou menos sólidas,
simplificadas ao máximo, e só depois partir para especulações ou informações
mais complexas. E isto não é nada fácil, porque, durante esse processo,
podemos, por exemplo, eventualmente classificar certos testemunhos e
depoimentos como sendo menos relevantes dentro de um amplo contexto, correndo o
risco de estarmos a ser injustos ou errados, mas se não o fizermos, iremos
adensar a confusão, uma vez que frequentemente a informação acaba por ser
bastante contraditória… e torna-se por isso imperativo estabelecer prioridades!
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