domingo, 20 de dezembro de 2015

Feminismo: a outra face

Antes de mais, para que não haja qualquer tipo de dúvida, devo dizer que obviamente, sou a favor da liberdade, assim como de outros princípios que considero fundamentais, por isso quero deixar bem claro que não é minha intenção estar aqui a defender injustiças, desigualdades, espancamentos de mulheres e outras coisas do género. Também não venho para aqui fazer críticas sobre certas opções e escolhas que as pessoas fazem, principalmente assuntos privados, isso aqui não interessa nada e foge ao âmbito deste artigo, desta forma não pretendo converter ninguém a nada.

No entanto, há um tema que surge bastante na nossa sociedade e até tem gerado acesas discussões na Internet, trata-se do feminismo, e como este blogue pretende mostrar outras realidades, a outra face das coisas, decidi tocar neste assunto e analisá-lo, tentando ser o mais neutro possível.
Devo dizer que não tenho um conhecimento muito aprofundado sobre as raízes históricas do feminismo, mas tenho uma ideia geral sobre o assunto e penso que essa ideia não anda muito longe da verdade. De qualquer forma, apenas queria mostrar a minha opinião, o meu ponto de vista.

Em Portugal não se discute muito sobre este assunto, ao contrário de outros países como o Brasil, EUA, etc. Tenho lido algumas coisas na Internet, muitas teorias, algumas são teorias da conspiração que vêem o feminismo como um plano secreto para destruir a sociedade, um plano da esquerda, orquestrado para tomar o poder, algo assim do género. Por outro lado, temos também aquele feminismo mais radical, com afirmações e posições bastante discutíveis e algumas até preocupantes.
Bom, eu não sei se houve ou não conspiração para destruir os valores defendidos por uma certa direita (e não só) ou se simplesmente foram mudanças culturais normais, novas ideias que foram surgindo e naturalmente encontraram adeptos e influenciaram aos poucos a sociedade. Pessoalmente, não queria encaixar-me em nenhuma direita nem esquerda, prefiro não me classificar nem estar agarrado a nada, é preciso ir além dessas divisões… são coisas que não me interessam, embora reconheça certos aspectos nas políticas da direita com os quais eu não concordo, mas também o mundo da esquerda não é totalmente perfeito!

Portanto, sobre o tema deste artigo, tenho lido coisas que para mim fazem sentido e outras que não concordo, para além do uso de alguma linguagem imprópria e certas informalidades desnecessárias (quer seja por parte dos críticos do feminismo, ou por parte dos próprios feministas).
É inegável que houve movimentos de mulheres que, principalmente nos primórdios, defendiam direitos fundamentais e a possibilidade de haver mais poder de escolha por parte das mulheres. Contudo, há quem seja da opinião de que o feminismo não defende igualdade, mas trata-se de uma ideologia autocentrada, egocêntrica, que procura privilégios e benefícios sempre que possível e pretende tomar o poder, é uma luta pelo poder. Para além de outros defeitos apontados pelos críticos (alguns desses críticos são mulheres…) e com os quais eu concordo.

Na verdade, eu não sei se o feminismo sempre foi uma farsa ou se simplesmente foi se transformando ao longo do tempo, corrompendo-se, perdendo o bom senso e deteriorando-se. Talvez a segunda opção faça mais sentido, mas a influência do feminismo nas nossas sociedades tem sido muito clara e evidente.

Não gosto muito de classificações, rótulos, até já falei sobre isso numa publicação anterior, mas considero que existem vários tipos de feminismos, vários tipos de feministas (algumas são auto-intituladas) e é difícil muitas vezes estabelecer um padrão, sendo igualmente difícil entender certas ideias/teorias deste movimento porque são muito paradoxais, contraditórias e algumas deixaram de ter qualquer fundamento.
Há também situações absurdas e completamente surreais, radicalismos estranhos, por exemplo, há pouco tempo vi algo sobre o feminismo na Suécia e realmente, percebi que este país nórdico não é o paraíso cor-de-rosa que tantas vezes nos contaram (não é só por causa do feminismo). A coisa está tão extremista que até uma das feministas mais antigas chegou ao ponto de questionar e criticar o rumo que as coisas estavam a levar, principalmente em relação a pessoas que se usam da política para implementar certas medidas e, acrescento, fazer lavagem cerebral a toda a gente.

Outro aspecto a salientar prende-se com a reacção de algumas feministas (ou pessoas que se identificam com alguns aspectos e ideias deste movimento), quando as suas ideias e argumentos são alvo de críticas. É um clássico, podemos ter de tudo um pouco: “se não concordas comigo, não vales nada e és um machista” (típico); falácias do género “ não consigo atacar o argumento, então ataco a pessoa que o fez”; ataques pessoais; psicologia barata; agressividade; preconceitos e generalizações; rótulos; diagnósticos; classificações, tudo na tentativa de calar a pessoa a todo o custo, apelos à emoção e não à razão, provocações em vez de um diálogo que se quer saudável e construtivo. E é um clássico porque também podemos ver estes comportamentos noutros âmbitos, por exemplo, algumas pessoas que não aceitam o fenómeno ovni, dizem e insinuam que quem acredita em OVNIS e ETs só pode ser maluco, imaturo ou ignorante. O ser humano por vezes sente-se tentado, não resiste e segue o caminho mais fácil, prefere ter este tipo de comportamentos, que da mesma forma são usados por homens e mulheres feministas pois estes não admitem que alguém ponha em causa os seus pontos de vista.
Depois também existe o famoso patriarcado, o culpado de todo o sofrimento das mulheres, aquele que oprime as mulheres. Este patriarcado é uma espécie de fantasma, uma entidade maléfica obscura. Eu não sei qual é o conceito de patriarcado que algumas pessoas possuem, mas confesso que por vezes fico bastante confuso. Parece-me absurdo e anacrónico continuar a culpar o patriarcado mas a vitimização continuará eternamente e sempre que houver problemas, existirá sempre o mesmo culpado. Quando, por exemplo, a mulher é vítima de violência, quem é o culpado? Já sabemos a resposta. E quando a vítima é o homem? Quem será o culpado? *

Verificamos que, não raras vezes, certas pessoas, defensoras da liberdade e dos valores modernos e feministas, não respeitam ideias e estilos de vida contrários aos seus, não suportam estilos de vida e mentalidades mais conservadoras, digamos assim. Começam imediatamente com a estratégia de rotular e classificar depreciativamente os outros dizendo que são homens e mulheres das cavernas, gente primitiva. Dá às vezes a impressão de que se sentem ofendidos, incomodados pelas ideias contrárias, não suportam a diversidade e procuram influenciar e converter pessoas ao seu modo de ver as coisas, pretendem criar uma uniformidade. Nós sabemos que muita gente conservadora também adopta este comportamento de julgamento das opções alheias, mas é também frequente vermos que suas ideias não são respeitadas e seus valores são alvo de uma certa troça por parte dos mais “modernos”. Ou seja, por um lado, defendem valores da liberdade, direitos e respeito, mas depois dizem que os outros, coitados, são vítimas do patriarcado ou então são gente primitiva que devia obrigatoriamente pensar como eles. Temos de ser coerentes e respeitar as ideias, vontades e opções de toda a gente, que evidentemente devem estar dentro dos limites do bom senso, independentemente de aprovarmos ou não. Eu posso não concordar com determinados comportamentos, estilos de vida e opções, tenho esse direito, claro, mas se é algo que pertence à esfera privada, principalmente se isso não me afecta directamente, então não me diz respeito e não tenho de estar a dar opiniões, principalmente quando ninguém me perguntou nada. As pessoas têm o direito de procurar o que acham melhor para si próprias. E é por estas e por outras razões que eu sempre vejo mentalidades de rebanho como um problema.
Há também a questão da mulher como objecto sexual. Feministas reclamam que nas nossas sociedades as mulheres foram reduzidas a um objecto sexual, usadas em publicidade, revistas e noutros âmbitos, incluindo a própria vida social normal. E mais uma vez o culpado é o famigerado patriarcado. Havia muita coisa a dizer sobre isto mas eu vou apenas tocar nalguns tópicos:

- Os homens sentem desejo pelas mulheres, é algo biológico e natural, e as mulheres têm plena consciência disso e, que eu saiba, elas também não são completamente indiferentes e desinteressadas pelo corpo do homem, embora possam ter outros interesses, assim como os homens;
- A imagem e o corpo masculino também é altamente usado na moda e explorado na publicidade;

- O patriarcado era bastante conservador em relação à exposição do corpo da mulher, então como é que o patriarcado pode ser o culpado da mulher se ter tornado num objecto sexual?! Os pais, ao contrário dos dias de hoje, sempre tinham a preocupação de ensinar as suas filhas a serem muito discretas nesse sentido, porque uma rapariga e senhora de família não se vestia nem se comportava de determinada maneira. Por isso eu não entendo porque é que tentam culpar o patriarcado mas talvez tenham uma definição diferente da minha. Se realmente a mulher é hoje um mero objecto sexual, então a culpa é apenas do feminismo porque foi este que incentivou a mulher a tirar a roupa como forma de protesto face à opressão do patriarcado. Foi uma forma de libertação e emancipação. Se hoje as mulheres vendem o seu corpo (tal como os homens), se hoje as mulheres andam na rua com calções muito curtos e apertados, mini-saias, decotes, fios dentais na praia e não só, etc, a culpa não é do patriarcado!
Nota: convém lembrar, para os mais distraídos, a função deste artigo é simplesmente criticar alguns argumentos do feminismo. Não é minha intenção estar aqui a criticar, por exemplo, as opções de vestuário de cada um. Se fosse esse o objectivo, diria de forma explícita. Portanto, caro leitor, não faça leituras desnecessárias.
 
Existem outras incongruências, contradições e aspectos bastante questionáveis. O tema é vasto mas ficam aqui apenas alguns aspectos gerais amplamente discutidos na Internet.

 
Neste vídeo, uma mulher critica o feminismo e explica a razão pela qual decidiu não ser feminista.



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