sábado, 27 de junho de 2015

Era uma vez uma metafisica que pretendia ser outra coisa!

Duvidar de tudo menos das nossas próprias crenças, isso é muito fácil! O status quo e certas ideologias, filosofias são intocáveis.

O materialismo é vendido como se fosse a explicação mais simples de todas. No entanto, acaba por ser mais complicada do que outras porque, entre outras razões, e segundo as palavras do entrevistado do link abaixo, postula ou pede-nos para acreditar em demasiadas entidades que são meramente teóricas, um mundo inteiramente e eternamente inacessível, do qual apenas podemos obter uma espécie de cópia. Para além disso, continua sendo incapaz de responder a variadas e importantes questões.

Muitos materialistas rejeitam qualquer tipo de metafisica, dizendo que a própria filosofia não serve para nada! (se bem me lembro, penso que até já encontrei, num desses blogues, a imagem de um homem a pensar sentado numa sanita). Cientificismos deste género são frequentes, e ao mesmo tempo também revelam um certo desconhecimento e até ingenuidade.

Em primeiro lugar, tudo é filosofia, não há nada que não seja, e quando falamos de conhecimento, temos de falar de epistemologia e, seja esta baseada no empirismo ou não, tudo brotou da filosofia. Mas será bastante compreensível que certas atitudes fundamentalistas queiram destruir a filosofia enquanto campo de reflexão, porque é certo que conseguimos encontrar bastantes lacunas no materialismo, e como é evidente, alguns não querem que se ponha em causa a sua visão dogmática do mundo.

Em segundo lugar, o materialismo é ele próprio uma forma de metafisica e, ao contrário da crença amplamente aceite, está longe de ser o melhor! (é necessário ter em conta que isto nada tem a ver com religião ou outro tipo de experiências transcendentes, intuições, etc, porque podemos simplesmente basear-nos em puro raciocínio, se assim pretendermos).

Outro aspecto curioso é que, mesmo aceitando a filosofia, os mais “tolerantes” parecem cair em argumentos circulares, denotando a sua incapacidade para ver as coisas de outro ponto de vista que não seja aquele tantas vezes martelado nas suas cabeças desde muito cedo. Certas suposições, pressupostos e às vezes preconceitos estão de tal forma enraizados que minam a liberdade para qualquer pensamento fora da caixa.

Tudo isto teve e tem um impacto e influência na nossa civilização, embora haja divergências de opinião em relação ao tipo e grau de impacto do materialismo enquanto visão filosófica.

O materialismo, segundo alguns afirmam, sendo uma interpretação da realidade (não necessariamente a melhor, como já foi dito), não é crucial para o desenvolvimento de uma ciência pragmática, focada na resolução de problemas e que aposta no desenvolvimento da tecnologia. Neste aspecto, estou inteiramente de acordo.



Sem comentários:

Enviar um comentário