Alguns vêem o materialismo como
superstição e puro nonsense. Quanto ao
uso da palavra superstição, isso talvez surja como resposta àqueles que, na
defesa do seu materialismo, classificam outras visões da realidade usando essa
mesma palavra com um sentido e intenção altamente pejorativo (uma estratégia
que leva ao afastamento de certas ideias porque ninguém quer parecer inculto,
estúpido, ignorante, e isso quase sempre funciona, é bastante eficaz), apesar
de às vezes afirmarem que apenas o fazem pelo simples facto de que certas
ideias e crenças não possuem respaldo científico e evidências que as sustentem.
No entanto, nós sabemos que a
verdadeira razão é muito mais profunda. Meus caros amigos, quando tocamos na
mundivisão e nas convicções de alguns homens da ciência, cuidado! Em certo
sentido, podemos obter reacções semelhantes àquelas demonstradas por algumas
pessoas que possuem uma particular crença religiosa ou de outro género. Não
importa o âmbito donde vem! Claro que isto nem sempre se verifica, logo não
podemos colocar o ser humano numa uniformidade, nem todos têm os mesmos comportamentos
e nem todos concordam com as mesmas coisas, apesar de muitos serem pura e
simplesmente levados na corrente da cultura onde nasceram e cresceram.
Por exemplo, quando falamos sobre
estudos e pesquisas acerca de temas comummente chamados de paranormais, alguns
têm por hábito argumentar que podemos ser críticos em relação a certos estudos
científicos, e eu concordo, sim,isso é verdade, podemos e devemos ser críticos
em relação a todos os estudos científicos, seja em que área for, mas quando
começamos a ver sempre o mesmo comportamento de negação em relação a todos os
temas que possam pôr em causa o materialismo (mesmo antes de analisarem os
dados já estão a pôr em causa), começamos a ver uma tendência e verificamos que
estes detractores não podem ser levados a sério.
Ora, é improvável que todos os
investigadores (pessoas formadas em ciência) estejam enganados, e alguns desses
investigadores estudam coisas e fenómenos completamente diferentes, é
improvável que os estudos e meta-análises de tanta gente estejam todas erradas.
E o mais curioso é que os “cépticos” sempre têm o mesmo comportamento: nunca
encontram nada estatisticamente relevante e quando encontram dizem que não
podemos tirar conclusões… Será que não podemos?! Ou então colocam umas palas e
preferem não olhar. Na minha opinião, estes detractores não podem ser levados a
sério e fico com a impressão de que uma boa parte destas pessoas que pesquisam
os temas proibidos, essas pessoas que se atrevem e arriscam, apresentam
trabalhos com mais rigor e qualidade do que nas outras áreas mais
convencionais, e isso acontece precisamente porque sabem que a probabilidade de
serem atacados é enorme, por isso esmeram-se. Eu tenho a certeza de que há por
aí muitos estudos convencionais com muito menos qualidade e são mais duvidosos
(uns já foram confirmados e, em relação a outros, fica a dúvida).
Convém também salientar que estes
estudos são publicados em revistas científicas, portanto são sujeitos a revisão
por pares, exactamente como acontece com os outros estudos das áreas mais
convencionais, para além de terem sido já replicados por outros investigadores,
e isso é importante. Por isso, existem critérios aqui, isto não é feito
levianamente. Tinha dito que os investigadores eram pessoas com formação em
áreas científicas, com qualificações, mas, se não me engano, para realizar e
publicar estudos científicos não é necessário possuir um título académico,
basta que o trabalho tenha qualidade e preencha os requisitos impostos, mas
penso que, na prática, é provável que dêem mais oportunidades a pessoas que
possuem títulos académicos e não encontramos muitos investigadores
autodidactas.
É importante também dizer que a
ausência de evidência não significa evidência de ausência, como alguém dizia,
mas alguns preferem completar esta frase dizendo que só aceitarão evidências
extraordinárias! A sério?! Mas essa palavra extraordinário significa o quê?!
Talvez signifique que estão prontos a aceitar evidências normais quando estas
são provenientes de áreas também normais, mas depois em relação a estes temas,
só aceitam evidências se estas forem extraordinárias, mas, penso eu, as evidências
devem ter os mesmos critérios seja em que área for!
Tal como dizia, muitos preferem
colocar umas palas e decidem não olhar para certas evidências quando estas não
são bem-vindas. Por exemplo, há dias vi um estudo que usou ratinhos (pobres cobaias,
experimentar em animais não é absolutamente necessário, segundo alguns),que
mostrava que um dos coadjuvantes das vacinas provocava danos no organismo,
mudanças comportamentais, danos cerebrais, quando era injectado dentro de um
esquema semelhante ao das vacinas, e parece que as entidades competentes e a
comunidade médica ignoraram completamente este estudo. Como não puderam atacar
o estudo, decidiram então ignorá-lo. Qual deveria ter sido a atitude? A atitude
correcta seria investigar melhor a situação e ir ao fundo da questão, mas decidiram
simplesmente ignorar! E este padrão de comportamento também se verifica nos
temas mais, digamos, paranormais. Preferem não olhar para certas evidências
empíricas, estatísticas, que confirmam aquilo que não é bem-vindo...
Fico bastante surpreendido quando
algumas pessoas abraçam certas certezas e metafisicas materialistas, com todas
as suas falhas e problemas, paradoxos e lacunas na explicação de coisas que são
importantes, e abraçaram-no como se fosse uma verdade demasiado evidente, mas
quando é analisado à lupa, não sobrevive a uma análise crítica e racional.
Verificamos dois problemas: o cientificismo
e o materialismo que, segundo alguns, pode ser entendido como uma superstição.
Se a palavra superstição significa algo que se toma como verdade sem haver
nenhum fundamento (cientificamente não consigamos provar, sendo até, segundo
alguns, cientificamente inconsistente, e racionalmente filosoficamente
encontramos problemas), portanto, se a palavra for usada nesse sentido, então
também podemos usá-la para classificar o materialismo. O que mais me desagrada
não é o facto de algumas pessoas terem abraçado metafisicas diferentes da minha,
porque cada um é livre para acreditar no que quiser e eu respeito isso, mas eu
não consigo aceitar que o materialismo nos seja apresentado como a única visão
razoável e racional, e penso que não podemos tolerar que certas pessoas passem
essa ideia para a sociedade.
A ciência estuda os padrões e as
regularidades da natureza, faz previsões, é essencialmente profética, para além
de outros aspectos e objectivos que tão bem conhecemos. E não esquecer que os
modelos não são a realidade, nunca esquecer isto, por mais valiosos e práticos
que possam parecer neste momento, certas coisas são apenas modelos
interpretativos, usados para explicar, analisar, entender melhor e predizer
fenómenos, porque nós não conseguimos ter a percepção sobre certas coisas, nem uma
perspectiva total completa, embora possamos construir modelos sobre a
realidade. E apesar de algumas limitações e críticas que alguns possam fazer à
ciência, obviamente ela tem também a sua utilidade, as suas vantagens e essas
são inegáveis. No entanto, determinadas pessoas às vezes deslumbram-se e
enveredam por uma espécie de caminho semelhante ao fanatismo religioso (ou
fanatismo de certos cultos, determinadas seitas e afins) e são igualmente
intolerantes ao ponto de negar a utilidade e importância de outras áreas do
conhecimento, e às vezes ouvimos declarações vindas de pessoas do meio científico,
alguns bastante mediáticos, bastante doutrinários, pregadores de uma certa
ideologia, que demonstram uma certa ignorância (ninguém é perfeito) mas também
falta de bom senso. O pior que pode acontecer a alguém é especializar-se numa
determinada área e esquecer, ou negar tudo o resto, limitando-se,
radicalizando-se tal como alguns religiosos o fazem. Sabem muito sobre muito
pouco e quase nada sobre tudo o resto (um grande resto), e isso pode se tornar
um problema!
Extra: Um Universo que surge do
nada!
Sabemos que qualquer tipo de lente ideológica, mundivisão, crença, etc, pode limitar ou distorcer a nossa visão da realidade. No caso de uma lente ideológica, principalmente quando esta é usada num grau elevado, isso pode levar a uma distorção ou negação dos factos da realidade, aliás como podemos verificar através do exemplo do feminismo, principalmente em relação aos movimentos e posições mais radicais, que caso sejam apoiados e transformados em medidas politicas e leis,inevitavelmente conduzirão a situações ditatoriais e verdadeiros atentados às nossas liberdades e direitos, para além de outras situações que são desconexas com a realidade, sem sentido e, na visão de alguns,até injustas. Mas qualquer ideologia pode descambar facilmente em coisas desnecessárias e às vezes até perigosas, exemplos não faltam. Por isso é sempre bom ter cuidado e refletir bem sobre as nossas posições e também as dos outros.
ResponderEliminarE usando o parágrafo anterior como breve introdução, queria apresentar mais um exemplo que de certa forma enquadra-se no contexto da metáfora lente.
Dentro destes temas denominados paranormais, é sempre prudente ser cético em relação aos céticos:
https://www.youtube.com/watch?v=DkrLJhBC3X4