domingo, 1 de setembro de 2013

A importância do silêncio e o apaziguamento dos egos

Este tema não é simples de colocar em prática, não é uma coisa imediata e instantânea para a maior parte de nós, e muitas pessoas falam e falam sobre isto, mas na altura de demonstrar falham bastante, porque de palavras está o mundo cheio. Por isso quero frisar que não estou aqui para dar lições a ninguém, apenas acho relevante tocar neste assunto, porque, mesmo que não seja possível colocá-lo sempre em prática, podemos usá-lo em algumas situações. Mas só podemos colocá-lo em prática se primeiro pensarmos frequentemente sobre o tema, caso contrário, ele desaparecerá facilmente da nossa memória e entraremos no piloto automático habitual.    

Quando falo do silêncio falo de um silêncio que, na minha opinião, é necessário e benéfico. Não estou necessariamente a falar de grandes esquemas ou atitudes místicas ou de grandes meditações para chegar não sei aonde ou para ser não sei o quê, mas falo de um certo silêncio que pode ser atingido de vez em quando e que sabemos que nem sempre é fácil de atingir. Por outro lado, convém que não seja demasiado forçado e deve ser tomado na dose indicada conforme as possibilidades ou as necessidades espontâneas de cada um.

Claro que o silêncio não vem só de uma boca fechada, mas por vezes pode ser mental também, porque tudo começa na mente.

Estamos sempre a maquinar, propositadamente e espontaneamente, descontroladamente por vezes, planeamos e fazemos mais uma série de habilidades compulsivamente e às vezes sem necessidade. Defendemos nossos pontos de vista e ideias a todo o custo e nem sempre com as motivações certas ou adequadas, apenas queremos ter a razão e estar por cima do outro para satisfazer o nosso ego! (às vezes é como aquelas conversas infantis repetitivas que todos já conhecemos).

A entrega ao puro silêncio tem muito de aceitação (não confundir com submissão, passividade, etc.) e ensina-nos muita coisa. Por momentos estamos numa posição de receptividade e não de reacção, stresse e resistência constante. A distracção natural da mente (não confundir com alienação) é viver simplesmente certas experiências sem interferir.

Já alguém disse uma vez que uma vida irreflectida (ou não examinada) não vale a pena ser vivida, mas também, neste caso, não precisamos de fazê-lo a toda hora. Contudo, essa reflexão torna-se por vezes necessária para filtrar as coisas, fugir às armadilhas do “rebanho”, não ser inundado por lixo informativo e não só, não perder tempo a cuscar a vida do vizinho ou da celebridade x e para não pensar pela cabeça dos outros mas sim pela nossa própria cabeça!


Na minha perspectiva, o artigo em baixo toca em alguns pontos essenciais que são comuns no nosso dia-a-dia e vai ao encontro do que eu disse anteriormente.





3 comentários:

  1. Desde há uns meses para cá tenho praticado meditação com regularidade e tem sido uma experiência muito enriquecedora: menos stress e ansiedade, maior clareza mental, um menor sentimento de apego às coisas, uma redução do ego... Às vezes acontece-me como à jornalista do artigo que colocaste: fico uns minutos a olhar para um bando de pássaros a voar, a ver as árvores moverem-se embaladas pelo vento... traz-me uma sensação de paz profunda a contemplação da natureza na sua elegância e simplicidade (parecem antónimos mas não são).

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  2. Queria apenas dar os meus parabéns porque escreve maravilhosamente bem! E sobre temas que considero muito interessantes! Acho até que poderia aproveitar este seu "dom" para escrever nalgum sítio que abrangesse uma maior "público alvo" e quem sabe, que até lhe desse algum retorno financeiro. Mas pelo que já li noutros posts seus (com os quais até concordo), talvez a sensação de "obrigação" acabasse por tirar um pouco o prazer de escrever (e talvez até a criatividade e espontaneidade com que o faz. De qualquer modo, dá-me imenso gosto ler o que escreve e espero que continue!

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  3. Olá Anónimo,

    Agradeço as suas palavras.

    Quanto a escrever maravilhosamente bem, tenho a certeza de que há algumas pessoas que não concordam com isso, mas não se pode agradar a todos! No entanto, considero que o conteúdo é bem mais importante do que a aparência. Com isto não quero negar o valor de um texto bem escrito, mas as ideias são o mais importante! Para além disso, as convenções da escrita mudam muito com o tempo, mas as ideias permanecem!

    Isto, dom ou não, é algo que aparece de vez em quando e só tenho o trabalho de escrever no papel. Às vezes não depende da minha vontade. As ideias levam sempre o nosso toque pessoal, mas não são inteiramente nossas…

    Em relação a abranger um maior público, eu sei que o blogue não tem muitos visitantes, mas se aquilo que está escrito e apresentado tem a sua importância e valor, então a ordem natural das coisas ou, se quiser, o destino naturalmente encarregar-se-á de mudar essa situação e irá trazer mais visitantes. Na internet as coisas espalham-se rapidamente. Se tiverem de se espalhar, espalham-se e eu não irei fazer nenhum tipo de publicidade nesse sentido, neste momento. Isso não está nas minhas mãos! Neste caso, penso que não depende de mim!

    Também não procuro retorno financeiro, não escrevo para ganhar dinheiro. A não ser que seja obrigado a fazê-lo, mas, como bem referiu no seu comentário, a sensação de obrigação poderia destruir muita coisa…

    E, de certeza absoluta, não procuro protagonismo, não tenho o desejo de aparecer. A minha “missão” é divulgar ideias e mostrar outras realidades. Repare que nem se quer assino com o meu verdadeiro nome. O importante é trazer a mudança na forma que for possível a cada um.

    Assim que houver novidades que valham a pena, publicarei.


    Abraço, ou, se preferir, apenas cumprimentos.

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