domingo, 1 de setembro de 2013

Miscelânea

Por vezes torno-me repetitivo! Não possuo respostas para tudo e tenho dúvidas como qualquer outra pessoa, mas penso que certas coisas merecem a nossa atenção devido à sua importância. Embora tenha feito alguma pesquisa, alguns destes assuntos e temas (não todos) surgiram-me inicialmente na mente, na forma de fortes impressões, sensações ou, se preferirem, intuições e parece-me claro que é este o sentido a seguir e são estas as ideias a defender.

Há quem diga que devemos trazer a mudança e a novidade e que não devemos perder tempo a criticar seja o que for, porque naturalmente tudo se arranjará. Devemos construir e não destruir, devemos perder tempo a melhorar aquilo que entendemos que são os nossos defeitos e não perder tempo a analisar os defeitos dos outros. Entendo e concordo com esta lógica, pois a semente da crítica crescerá e por vezes é um obstáculo e poderá denotar a fraqueza e a frustração que há em nós e desviar-nos do caminho mais positivo. Mas talvez tudo dependa da forma como essa crítica é feita e do número de vezes que perdemos tempo com ela. Uma coisa pelo menos eu tento fazer quando escrevo coisas no blogue, tento nunca apontar o dedo a ninguém em particular, tento não individualizar criticas, não ter alvos individuais específicos a abater, porque entendo que isso é a forma errada de fazer as coisas. Se tiver de dizer alguma coisa, tento falar sempre no geral e sem nunca generalizar demasiado. Não se trata de destruir pessoas mas sim as ideias que me parecem erradas! Dito isto, às vezes há que insistir em certos temas, defender a nossa liberdade e direitos, questionar o que nos dão como certo, e colocar um certo enfoque em determinadas atitudes que poderão não nos permitir evoluir. 

Civilizações nascem e morrem: é cíclico! Filosofias antigas dizem que a humanidade passa por Eras de escuridão e de luz. Neste momento estamos ainda na fase de escuridão onde o Homem não reconhece certas coisas ou esqueceu-as. Verdade ou não, o certo é que as ideias são como as modas, também são cíclicas, mas certas coisas deveriam chegar para ficar e nunca deveriam ser cíclicas! E isto leva-nos a uma série de assuntos e podemos começar, por exemplo, pela política e pelo ensino.

Aos políticos não lhes convém gente bem informada que saiba pensar e sobretudo reflectir! Mas que tipo de educação vamos querer? Que tipo de pedagogia vamos querer? Essa é a questão! Que tipo de conhecimentos vamos transmitir? Vamos continuar a obrigar os jovens a estudar ou vamos estimulá-los e colocar-lhes a semente do conhecimento dentro deles? Vamos apostar num modelo autoritário e caduco de ensino que nos transforma em obedientes robôs, soldados, tipo linha de montagem, ou vamos apostar noutro tipo de ensino que valoriza as características individuais de cada um? Vamos seguir o modelo de Esparta ou vamos seguir um modelo de liberdade? O actual sistema educativo apenas serve para violar as nossas liberdades, traumatizar-nos e servir o sistema e esta coisa chamada Estado! Para além disso, a educação e a sensibilização da criança começa em casa, ao ver o exemplo dos pais. De nada adianta dizer ou ensinar uma coisa e depois fazer outra! Também não adianta querer formar na escola pessoas cultas, com civismo e de carácter elevado quando depois chegam cá fora e a sociedade funciona de maneira completamente diferente, a sociedade não dá os exemplos que devia dar! Hipocrisia a toda a hora! Está tudo feito para limitar-nos as possibilidades e alternativas de pensamento, está tudo feito para perpetuar o sistema. Por acaso temos alguns dissidentes e, claro, a Internet, é o que nos vale! 

Transformaram o ensino em algo obrigatório e isto parece-me loucura total! Se não me engano, é obrigatório até aos 18 anos! Aquilo que deveria ser uma forma de crescimento pessoal, de obter conhecimento e alargar horizontes transformou-se num sistema totalitário, uma ditadura! Mas aprender o quê? E para quê? E quem é que decide o que aprender? Aprender tem de ser um prazer e tem de partir da própria pessoa que, uma vez estimulada convenientemente, ganha motivação para procurar conhecimento, caso contrário é uma tortura! De nada adianta obrigar, porque mais cedo ou mais tarde há consequências disso! E vemos como a maior parte das pessoas aprende a detestar o que lhe é imposto na escola para depois mais tarde descobrir que havia até coisas interessantes mas, por terem sido impostas e ensinadas de uma maneira errada, foram manchadas pelo sistema educativo. Este modelo militar parece que foi altamente influenciado pelos Espartanos, segundo dizem. Um sistema militar que serve totalmente uma determinada ideologia ou ideologias. Também podemos não só falar em soldados, mas também em escravos. Antigamente os escravos (e também os servos) eram mantidos na ignorância e hoje só devem aprender na escola as coisas que certas pessoas acham convenientes! A internet veio compensar muita coisa! (bem filtrada, claro, porque também existe aqui muito lixo e não podemos acreditar em tudo. Eu não aconselho ninguém a “comprar” algo sem se deixar guiar por alguns critérios básicos e a cautela é sempre bem-vinda).

As actuais pedagogias e sistemas de ensino são vantajosas para alguns e cruéis e naturalmente geradoras de ansiedade para muitos outros. São totalmente absurdas e tentam normalizar toda a gente à força como se soubessem o que é o melhor e o normal para todos, por isso não têm em consideração que existem características e diferenças entre as pessoas…

As pessoas têm medo da delinquência e não só e acham que basta obrigar uma pessoa a estudar numa escola e tudo estará resolvido, mas muitas vezes isso tem até um efeito prejudicial e há muitos factores e causas aqui envolvidos. O ser humano é curioso por natureza e procurará sempre conhecer novas coisas. Possivelmente haverá sempre excepções, mas se certas condições estiverem preenchidas, as pessoas quererão sempre aprender! De lembrar que há muito delinquente que tem todos os estudos e mais alguns, mas continua a ser delinquente, e alguns são até engravatados… Dizer mais é chover no molhado!

Em relação aos escravos, pois muita gente lamenta a escravatura e o passado e sem dúvida foi algo praticado em todo o mundo e lamentável (inclusivamente os próprios africanos tinham escravos e vendiam-nos e isto muitas vezes não se comenta… Sim! Nem todos os africanos foram vitimas! A escravatura não foi inventada pelos europeus como muitos afirmam!). Felizmente muita coisa evoluiu! Mas muitas dessas pessoas que criticam a escravatura do passado depois aceitam outro tipo de explorações humanas, digamos assim, e esquecem-se que em muitos sentidos continuamos a usar os outros animais como simples objectos… Não reconhecem nada nos animais, assim como antigamente não reconheceram nada nos escravos humanos, ou porque eram negros ou por outra razão qualquer!

Por isso, e voltando um pouco atrás, há uma grande diferença entre aprender porque se quer e deseja e aprender na base da obrigação e da imposição, e depois temos também de ter em conta a forma como se aprende e a forma como se é avaliado… Só isto dava pano para mangas. Quantas vezes aprendemos melhor sozinhos sendo autodidactas sem nenhum tipo de pressões e stresses? (Tal como eram muitos homens do Renascimento e não só, polivalentes, polímatas e autodidactas. É certo que hoje a vida já requer mais especialização, mas esse espirito é fantástico!) Há aqui muita coisa a ter em atenção, mas penso que todos estes temas, relacionados com a pedagogia e afins, já foram abordados anteriormente, inclusivamente até em vídeos publicados.

Portanto, temos dois cães a ladrarem a toda a hora e a ameaçar que mordem: o Estado que, em troca de uma certa protecção ao cidadão, continua sendo totalitário em muitos sentidos; e os interesses privados que dominam o mundo. Pois nem Estado nem os interesses privados! Se ao menos as pessoas reflectissem… Posso ser acusado de ser radical, mas não podemos esquecer que “Roma e Pavia não se fizeram num dia”! (depois disto, espero que não me considerem um inimigo do Estado a abater…)

E depois temos também o trabalho. Reparem que o ser humano sujeita-se a trabalhar 8 horas por dia, às vezes até mais, e trabalha a vida inteira, muitas vezes fazendo aquilo que não gosta ou aturando coisas que não devia. Tem direito a uma porcaria de um mês de férias e agora nem isso. E aceita tudo isto, orgulha-se de ser um escravo e sofre se não tiver esta vida, sofre se não tiver um empregozito, porque afinal de contas não há outra hipótese. Mas será que não há? Nascemos para criar ou nascemos para trabalhar?! O ser humano orgulha-se de ser um escravo produtivo e tudo isto para alimentar um sistema caduco, ultrapassado que existe para concentrar a riqueza e os recursos na mão de meia dúzia de pessoas! Vivemos numa Era onde existe cada vez mais democratização do conhecimento e o ritmo aumenta! Temos hoje mais condições e conhecimentos do que nunca, mas continuamos a insistir em porcarias deste género e desejamos disparates antiquados. Pobre ser humano! "Crescei e multiplicai-vos"- para quê? Que falta de imaginação! Salve-se quem puder, ainda estamos na selva! Não vêem que o objectivo teria de ser o de libertar as pessoas do trabalho, sem que isso signifique deixar de criar ou prestar um serviço qualquer à sociedade! E quando alguém propõe uma estratégia diferente, é logo rotulado de comunista... Se houvesse um objectivo bem definido que, por etapas, pudesse ser concretizado, seria, entre outros, libertar as pessoas gradualmente e proporcionar-lhes mais tempo e melhor qualidade de vida.

Eu penso que o problema está nas filosofias e nos paradigmas (economia, organização social, etc, etc) e há todo um conjunto de mentalidades que precisam de ser mudadas, se realmente quisermos construir comunidades saudáveis e uma verdadeira civilização global (sem países) que já há muito tempo é esperada e até profetizada por alguns. Para além disso, se não salvarmos rapidamente o planeta, iremos nós próprios passar um mau bocado, até porque, como bem sabem, está tudo ligado. No entanto, eu não acredito que seja necessário ou benéfico dizer que a culpa é da industrialização. Se a industrialização significa a existência de fábricas e a produção rápida e abundante de várias coisas essenciais e importantes para o nosso bem-estar, segurança, conforto, nível de vida, etc, então seria mau se agora nos lembrássemos de acabar com a industrialização. O problema não está na existência de fábricas/linhas de montagem, etc, o problema está na forma como as coisas são feitas e aplicadas, os tais paradigmas. O progresso não pode parar, a técnica, a ciência, as coisas não podem parar, não podemos regredir, apenas temos de seguir o caminho mais inteligente e mudar filosofias. Não podemos pensar agora que o melhor para toda a gente é seguir um modelo primitivista, de tal forma que passamos a viver todos no campo, sem computadores e sem outro tipo de coisas. Voltar às raízes, sim concordo, mas como estilo de vida em harmonia com a natureza e com os outros. Não precisamos de diabolizar a tecnologia e as outras coisas que temos, apenas precisamos de usar as ferramentas existentes de uma outra maneira. Eu até acho que esses modelos mais primitivistas são interessantes e devem ser explorados, mas não podemos achar que isso é a solução para toda a gente. Podemos ter vários modelos à nossa disposição, o importante é a diversidade, sem nunca esquecer que também precisamos de conforto e tecnologia. (falando em primitivismo, eu até acho que algumas criticas que os primitivistas fazem têm até um certo sentido, mas, em relação a certos pontos, não me parecem boas ideias quando levadas ao extremo).

A comunicação social tem também prestado um mau serviço (em geral, porque excepções existem sempre), continuam a não dar voz a novas ideias, são demasiado “realistas” e insistem em dar-nos porcaria. Passam a vida a insistir no negativo ou a espalhar a ideologia. Falharam totalmente, até porque são um negócio e isso explica muito!

Sinceramente, não sei se vou ver a sociedade que eu idealizo, não sei se isso será para o meu tempo. Provavelmente, tudo estará nas mãos de uma próxima geração que não é a minha, mas, claro, já há muita gente a tentar trazer a mudança e quem puder, deve fazê-lo. Tudo tem um início e assim perde-se menos tempo.

Quanto ao futuro, talvez um modelo semelhante ou igual ao Projecto Vénus poderia resolver muita coisa e tornar a nossa vida mais simples, com menos stresse e maior qualidade. Mas, sem nunca esquecer outros modelos sustentáveis, pois penso que há espaço para tudo. O importante é deixar certas porcarias e ideologias de lado e partir para o melhor que podemos fazer em cada momento. E, principalmente, transformar as nossas cidades em espaços mais verdes e saudáveis, trazendo um pouco do espírito do campo para a cidade. As cidades normalmente são sítios pouco agradáveis e saudáveis e precisam de ser redesenhadas e repensadas (embora as nossas até nem sejam das piores, comparando com outros países, porque nesses países a coisa é mesmo louca. No entanto, cá dentro ou lá fora, a filosofia é semelhante). Integrar a cidade na natureza adaptando-a ao meio natural e não o contrário. E depois há o problema das mentalidades das pessoas... A agressividade que nos contamina a todos de uma forma ou de outra, etc...

Mas agora passemos a outros temas mais misteriosos ou ocultos, digamos assim. “A realidade é bem mais estranha do que parece"- este seria sempre um bom título!

É importante dizer que quem quiser chegar a uma conclusão acerca destes temas não pode ter uma visão dogmática e apertada da realidade. Sabemos que a crença cega às vezes dá mau resultado, mas também não devemos confundir ciência com cientismo, não devemos desprezar certas informações e dados só porque não se enquadram em certas abordagens da realidade. Se queremos formar uma opinião, temos de ter uma visão integral e teremos de contar com todas as ferramentas e informações à nossa disposição. Se contamos apenas com as ciências naturais e os seus métodos, então estaremos a colocar no lixo um monte de coisas importantes. Por exemplo, no caso dos OVNIS, não podemos desvalorizar os testemunhos das pessoas, principalmente quando elas não estão ou não estiveram sozinhas durante um determinado avistamento, etc. Se valorizamos os testemunhos em tribunal ou durante uma investigação policial, aqui é diferente porquê? É importante estudar os registos históricos também...Uma boa dose de cepticismo é até saudável, mas aos cépticos mais extremistas apenas digo isto: pesquisem as coisas de forma neutra e sem preconceitos e depois tirem as vossas conclusões. E, principalmente, percam um pouco de tempo a ouvir as pessoas, as testemunhas. Muita coisa se pode perceber numa simples entrevista e seguramente nem todos são mentirosos ou alucinados e há coisas que não deixam lugar para dúvidas! Se no final acharem que é tudo treta, então óptimo, mas primeiro pesquisem a sério!

Sobre os cépticos, às vezes fazem criticas de forma indelicada, cheios de ironias sem sentido, quase que faltando ao respeito, em estilo jocoso, e acho que perdem muito com isto, porque todos temos direito à nossa opinião, mesmo que estejamos equivocados e podemos discutir opiniões e argumentos, mas, se temos este tipo de atitudes, começamos já a perder a razão! E partem para este tipo de atitudes sem haver um motivo que o justifique… Deveriam talvez usar a ironia para outras coisas que, essas sim, são graves, incomodativas e têm um impacto imediato na vida de toda a gente. Para além disso, às vezes também começam os seus ataques com frases feitas, num estilo mais ou menos pomposo, cheios de retórica confusa e insuportável!

Verificamos que o preconceito e a generalização são frequentemente usados quando se aborda estes temas mais ocultos. Então a mentalidade é a seguinte: se acreditas ou perdes muito tempo com estes temas (nem que seja só aos fins de semana) é porque não és muito normal. E, sobre a normalidade, falam como se soubessem o que isso é! Muitos até criaram uma grande “ciência” à custa de uma normalidade qualquer! Claro que não podemos esquecer que sempre existem comportamentos mais bem-vindos do que outros, comportamentos mais desejáveis do que outros, comportamentos que trazem vantagens e outros que trazem desvantagens e também existe o sofrimento. Não nego a realidade das coisas, apenas tento vê-las de outra perspectiva e é importante por vezes relativizar as coisas. Relativismo sim, mas também nem tudo pode ser relativizado porque há coisas claramente condenáveis e erradas. Por isso, entendo o relativismo cultural, entendo que pode haver subjectividade em muitos assuntos mas isso não tem de ser levado ao limite. Mas há claramente muita coisa que pode ser vista de muitas maneiras, principalmente no que toca a este assunto dos comportamentos humanos, emoções e reacções.

Onde estávamos?! Nos temas ocultos e nas avaliações. Então às vezes lá vem uma explicação psicológica qualquer. Fica sempre bem na tentativa de dissecar o outro, quando o outro faz parte de um contexto amplo e muitas vezes é mais vantajoso preferir não ver o quadro todo. E porque não se insiste em ver o quadro todo, apenas gostamos de dizer que uns são normais e outros desviantes patologicamente no sentido de haver algo de profundamente e biologicamente, quimicamente errado (muitas vezes sem provar convenientemente). Reconheço que há comportamentos realmente nefastos e pouco saudáveis e situações demasiado óbvias, mas verificamos uma excessiva generalização das coisas e uma visão excessivamente medicalizada de tudo, onde ou é normal ou patológico, só que muita coisa entra no reino da subjectividade. Vejamos um exemplo: a homossexualidade era uma doença mental e deixou de ser porque simplesmente a sociedade mudou. De sodomitas possuídos com o demónio a doentes mentais e de doentes mentais a pessoas que têm uma opção sexual e já reivindicam todo o tipo de direitos. É uma opção sexual, mas vamos ver: quais foram os critérios para ter passado a ser uma coisa normal? E porque é que este comportamento é normal e outros comportamentos sexuais ainda não são normais? Parece que foram a votos e optaram por desclassificar, ou seja, retiraram a homossexualidade do manual de doenças mentais. Mas estamos a brincar? Que credibilidade tem isto? Então estão a imaginar amanhã a gripe a ir a votos? (não estou a tentar destruir a homossexualidade, apenas dei um exemplo) Isto é tudo uma grande confusão…Primeiro eram os padres, depois os padres foram substituídos por todo o tipo de psis (isto já foi dito por um psi. Estas foram as suas palavras) que, na minha opinião, nem sempre defendem o que é realmente melhor e não baseiam as suas opiniões em argumentos que tenham uma base sustentável e unicamente baseiam-se no que é culturalmente aceitável, nas modas do momento, nas crenças do momento, em certos pressupostos, preconceitos, suposições ou em visões redutoras, apertadas e dogmáticas, centrando-se demasiado em determinadas análises individuais que são muito mais convenientes do que as análises feitas ao meio (o meio é como a terra. Se for de qualidade, dará boas plantas) … Não quero generalizar, por isso digo já que não são todos os psis, uma vez que podemos encontrar outras correntes e são sempre bem-vindos estudos que nos ajudem a entender melhor o ser humano. Por isso não desvalorizo a psicologia enquanto área de pesquisa e conhecimento, mas simplesmente ponho muita coisa em causa!

Eu pergunto: porque é que está na moda ser um céptico extremista, materialista convicto, racional claro? É moda, mas nem tanto como se possa pensar. Se toda a gente dissesse o que pensa ou sente realmente, iriamos ter surpresas… Às vezes é como se os outros (os que perdem tempo com estes temas) não fossem racionais e só eles (os cépticos) pensassem superiormente. Os cépticos acusam os outros de cometerem falácias e esquecem que eles próprios também usam falácias frequentemente! Falam da navalha de Occam, a hipótese mais simples, dizem eles, mesmo que seja ridiculamente parva e sem sentido essa hipótese mais simples e totalmente fora de contexto, no sentido de tentar explicar o que as pessoas claramente viram com seus próprios olhos. Não sabem que nem sempre podemos “simplificar”? Isso não é inteligente! Mas, na verdade, isto é um pseudocepticismo, são iluminados com retórica. Mas o fenómeno da iluminação aparece em todo o lado, desde profissões que se julgam castas superiores até a fenómenos mais transcendentais. O que devemos e podemos dizer é que o puro cepticismo nada tem a ver com estes comportamentos, mas consiste numa postura de abertura perante todas as possibilidades que possam fazer algum sentido e tenham argumentos válidos. Por outro lado, muitas vezes as pessoas não querem ser estigmatizadas nem levar com rótulos e preferem proteger-se, porque simplesmente certos temas ainda não encaixam no culturalmente aceite. Eu defendo que a ignorância tanto pode existir do lado do povo ou dos menos cultos, como pode existir do lado dos que se acham mais intelectualizados ou menos pertencentes ao povo, apenas são dois tipos de ignorâncias distintas (tendo em conta que estas generalizações nem sempre são justas, porque há pessoas bastante cultas e inteligentes pertencentes a classes sociais economicamente menos ricas). Depois, para aqueles que gostam de fazer avaliações psicológicas, lembrem-se que também poderemos interpretar certos comportamentos como mecanismos de defesa. Por exemplo, porque é que certas pessoas são materialistas convictos? Não deveriam pelo menos adoptar uma postura neutra? E os cépticos extremistas e alguns debunkers? Será porque querem ter sempre tudo debaixo do seu controle e não querem admitir que haja muitas realidades que não controlam e desconhecem? Necessidade de certeza e estabilidade? Estarão inseguros? Assustados e com medo? Será porque têm um dogma ou interesses próprios? Ah, não há provas, dizem eles… Não?! Nem indícios?! Estão sempre prontos a aceitar qualquer coisa que a comunidade científica lhes coloca à frente, mesmo quando são coisas duvidosas, mas quando se toca em assuntos digamos heterodoxos, eles aí tornam-se Híper exigentes! Seus raciocínios demonstram por vezes uma visão curta e apertada do Universo/realidade e acham que o ser humano é o pináculo da criação! Mas, como dizia um antigo político: “Olhe que não! Olhe que não!”. Neste caso é: olhem que não!

Certas pessoas, quando se aborda estes temas, preferem começar imediatamente a rir e a fazer piadas descontroladamente e durante toda a conversa, para esconder o medo que sentem do tema, mas o tema não tem culpa disso nem o coitado do convidado do programa de TV que é entrevistado e acaba sempre por achar que estão a gozar com a cara dele e isto vê-se imenso na televisão. O humor é sempre bem-vindo na vida, mesmo quando falamos destas coisas, mas se não houver um pouco de seriedade de vez em quando, perde-se o respeito pelos temas e pela sua importância.

Ou então temos pessoas religiosas que, apesar de dizerem que acreditam em Deus (cada um tem o seu) e têm a sua fé, em relação a certos temas, afirmam: “Ai credo, não, eu não acredito nessas coisas…Eu não sou desses…” Não chego a entender muito bem estes raciocínios! Mas vamos lá, não é somente uma questão de crença, ao menos coloquemos mais alguma coisa, nem que seja a intuição. Eu também acreditei no Pai Natal, ele entregava-me presentes e depois descobri que fui enganado! E se eu acredito em Deus, porque não acreditar em duendes, fadas, fantasmas e outros seres? É como se acreditar em Deus fosse aceitável e as outras coisas não fossem e só porque, lá está, a sociedade ainda tolera que se acredite em Deus mas nas outras coisas já não!

Aqueles que dizem que até hoje não existem evidências, mas depois aceitam qualquer coisa que venha das áreas convencionais e às vezes estão prontos para aceitar coisas até mais duvidosas do que o chamado paranormal, deviam talvez mudar a sua postura, porque os estudos existem! Sabemos que certas pessoas, mesmo antes de lerem esses estudos, já sabem que foram mal conduzidos e só podem ter falhas, mesmo que tenham sido revistos por mais do que uma pessoa e tenham sido publicados em jornais ou revistas científicas!

Eu sei que em muitas áreas do paranormal e afins existe muita treta e pessoas que dizem ser aquilo que, de facto, não são. Também existe muita confusão por parte das pessoas, junta-se tudo no mesmo caldeirão e não se fazem as devidas distinções, não se separam coisas que nada têm a ver umas com as outras (isto já é herança do tempo do domínio e influência da religião católica que tinha sua politica de desinformação). No entanto, por muitos maus exemplos que possam existir, não podemos tomar a parte pelo todo, mesmo que seja uma grande parte! Até porque, se não me engano, boa parte destes estudos foram realizados com pessoas "normais" que não alegavam possuir nenhum tipo de característica fora do comum.

Já disse e volto a dizer: não são os fenómenos os culpados! Os fenómenos, embora não sejam de fácil abordagem, podem ser investigados de variadas formas. Os culpados podem ser algumas pessoas que se apoderam desses fenómenos e maltratam-nos, ou porque colocam em cima deles demasiadas morais, apegos, doutrinas rigidamente estabelecidas e pouco abertas ao debate, desejos pessoais e aspectos culturais, e tudo sem filtrarem as coisas satisfatoriamente. E aqui podemos ter, por exemplo, em relação ao fenómeno OVNI, aproveitadores que tentam usar-se desses fenómenos para criar cultos e esoterismos, transformando-se em gurus e assim alimentando os seus egos. E outro aspecto é o seguinte: nunca cair no erro de querer guardar os fenómenos só para si. Não apoderar-se demasiado deles e das suas interpretações ou explicações. Não retê-los de forma despótica, como se vê muito por aí, não só nestas áreas…


Muitos podem também, face a estes estudos do paranormal, contrariar com outros estudos que afinal “provam” o contrário. E assim como acontece na área da saúde e não só, há sempre estudos que por vezes contrariam os outros ou estudos que apresentam mais qualidade do que outros e depois faz-se uma selecção e muitas vezes o que me parece é que a tal ciência que se diz neutra anda ao sabor das escolhas e selecções que mais convêm a certos interesses que são ou económicos ou dogmáticos. Sem dúvida que existem verdadeiros obstáculos a certas tendências de pesquisa, quer seja nesta área do paranormal ou noutras!



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