segunda-feira, 10 de junho de 2013

Os Templários: Segredos e Missão Oculta

Os Templários, envoltos numa aura de mistério, foram uma ordem religiosa e militar fundada no séc. XII com o objectivo de guardar os lugares sagrados e proteger os peregrinos cristãos que se deslocavam a Jerusalém.

Os Templários foram acusados de adorar um ídolo e mais tarde foi dito que esse ídolo seria o Baphomet. Foram também acusados de, entre outras coisas, serem apóstatas, pois negavam Cristo cuspindo na cruz.

Muitos acreditam (e acreditaram) que estas foram acusações falsas, calúnias que pretendiam acabar com o poder da Ordem. Portanto, havia razões para querer acabar com os Templários e ficar com a fortuna acumulada por estes cavaleiros.

Os cavaleiros foram obrigados a confessar e logicamente, submetidos a tortura, confessavam qualquer coisa. A verdade é que, mesmo tendo sido obrigados a confessar mediante tortura, a natureza do ídolo e o significado dos rituais nunca foram explicados satisfatoriamente, porque as confissões divergiam em alguns aspectos. E, para além das confissões, nunca foram encontradas quaisquer provas.

Há também quem defenda que eles trouxeram uma doutrina secreta do oriente e que continham segredos. Essa doutrina provavelmente requeria uma iniciação.*

Em Portugal

A Ordem do Templo teve especial importância no nascimento de Portugal como reino independente. É certo que encontrou aqui uma grande receptividade desde muito cedo.

Os Templários tiveram uma forte presença em terras lusas e Tomar foi a capital da Ordem em Portugal. Segundo alguns, a cidade encerra muitos mistérios e os monumentos possuem abundante simbologia.

Em Portugal, a Ordem transformou-se na Ordem de Cristo e continuou a existir, mas agora com este novo nome.

Para muitos, a expansão marítima portuguesa foi pioneira e terá sido principalmente a missão de uma Ordem iniciática, havendo por isso um motivo secreto. Isto soa muito romântico e pensar que Portugal teve uma missão profética secreta poderá encher algumas pessoas de orgulho. É o velho patriotismo que muitas vezes nos toma como reféns e que tanto problema tem provocado no mundo. 

Outros têm uma visão muito menos romântica da História, menos esotérica e mais crua. Também, verdade seja dita, por vezes assistimos a visões nem sempre imparciais e justas, que descontextualizam as coisas, avaliando uma determinada época baseando-se nos valores e nas ideias de hoje. Embora, no caso da religião, tenha havido violações brutais da doutrina cristã, por exemplo, por parte da instituição (Igreja Católica) e, mesmo considerando que era outra época, não deixa de ter sido grave.

O certo é que outras nações e povos também disseram (e ainda dizem) que foram especiais, tiveram uma missão, foram “os escolhidos”, etc. São coisas que servem principalmente para motivar as pessoas e nem sempre foram usadas para o melhor fim.

Mas se esta história da missão templária é mesmo verdadeira, então podemos dizer que essa missão foi cumprida com os defeitos e limitações próprias da época. Tratou-se de um grande passo para uma globalização que ainda precisa de ser muito aperfeiçoada, porque ainda é um produto inacabado, com comportamentos, mentalidades e filosofias erradas.

A criação de uma civilização global, o desaparecimento dos países e a quebra de todas as divisões artificiais- será esse o nosso destino? Seria essa a ideia dos Templários? Teriam em mente construir o paraíso na Terra?

Portanto, a derradeira missão de Portugal e da Ordem do Templo (agora com outro nome) teria sido, entre outras coisas, a de unir os povos e culturas, a miscigenação rácica, a unificação de todos os credos, etc. Por isso, por detrás de todos os interesses políticos, materiais e comerciais, por detrás de todas as aparências existiu uma missão oculta e nada foi fruto do acaso.

Com os zelosos do Santo Oficio sempre a vigiar, todo o cuidado era pouco e, apesar da extinção da Ordem dos Templários e depois do desaparecimento da Ordem de Cristo, há quem defenda que os mistérios, as doutrinas e os objectivos da Ordem permaneceram vivos dentro de sociedades secretas como a Maçonaria.




*Em relação a estas coisas das iniciações, elas ainda são praticadas hoje em dia e dou por mim a pensar que a vida por vezes já é uma iniciação. Para quê mais aparato? É evidente que quem defende as iniciações sempre encontra argumentos para defendê-las. Poderá fazer sentido ou não, embora eu ache que, não raras vezes, as razões e motivações são pouco espirituais (dependendo do conceito de espiritualidade que cada um possa ter), nada transcendentais e bem humanas.





















14 comentários:

  1. Olá Holos.
    Muito interessante esta história dos Templários (embora, confesso, não conheça muito sobre o tema).
    Segundo o livro "O Código Da Vinci" o segredo da instituição (sabê-lo-ás de certeza) era o conhecimento da descendência de Jesus Cristo, o famoso "Sangue Real"...
    De qualquer modo são histórias muito antigas e é muito dificil obter documentação daquele tempo que comprove ou não as nossas especulações. Mas não deixam de ser histórias interessantes!

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    1. Olá,
      Sim, é um verdadeiro enigma e, para quem gosta de mistérios, é uma boa história. Realmente, sabe-se muito pouco sobre os Templários e daí surgirem muitas teorias. Pode ser que um dia se encontre mais alguma coisa sobre eles (provas reais) ou então alguém já sabe de algo e permaneceu calado... nunca se sabe! Uma coisa parece ser certa, eles não foram perseguidos aqui e participaram na expansão marítima.

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  2. Em relação ao projecto templário, há quem afirme que este não correu totalmente como seria previsto. Por isso, apesar de incompleto, a partir de determinada altura foi sendo de certa forma corrompido dentro da própria Ordem de Cristo (foi publicada uma palestra neste blogue onde isso foi abordado, basta procurar, existe um link).

    Mas a propósito da descontextualização da História, das visões imparciais e injustas e também em relação a certas distorções históricas, particularmente em relação a Portugal, por parte de alguns brasileiros que comentam aqui na internet, queria apenas tocar em alguns aspectos ( não poderei abordar todos esses aspectos porque são imensos) mas faço-o tentando ser o mais neutro possível.

    Como é evidente, não pretendo nem nunca pretendi entrar em debates acesos e faltas de educação como vejo na internet, entre brasileiros e portugueses (e é preciso notar que por vezes alguns portugueses também respondem de forma imprópria) quando se aborda estes assuntos, por isso, desde já, não alimento nem alimentarei esse tipo de debate que é muitas vezes composto por competições nacionalistas totalmente sem sentido. Entendo que muitos desses ataques contra Portugal e os portugueses, para além de injustos e falsos, não favorecem ninguém (nem mesmo os próprios brasileiros). Neste sentido, queria apenas corrigir e comentar alguns desses aspectos.

    Eu poderia interpretar estes ataques de muitas maneiras, com certeza cada pessoa tem a sua própria intenção, muitos sabem que o que dizem é falso mas fazem-no com um propósito, enquanto outros são genuinamente incautos, ingénuos, sem conhecimento, e acreditam piamente em tudo aquilo que lhes é dito. Mas o que me parece é que, em relação a muitos destes, digamos, detractores de Portugal, aquilo que subjaz em todo o seu discurso é um certo ressentimento sem fundamento, um ódio até, uma necessidade de afirmação patriótica e, aliás como é apanágio de muitos brasileiros (não todos), existe uma visão distorcida da História em relação a Portugal, porque sofreram uma forte lavagem cerebral em relação à História e a Portugal, e isto, a meu ver, é fruto de um ensino distorcido da História que serviu os interesses de alguns ( muitos brasileiros concordam comigo). Portanto um problema do sistema educativo que deveria preocupar-se com outro tipo de abordagem.

    Na verdade, os portugueses não são piores nem melhores do que ninguém (e como é evidente, também não são mais burros…), mas queria apenas lembrar que em matéria de preconceitos e xenofobia, nós portugueses não somos os piores e acho que estamos em condições de dar lições a muitos outros países, inclusivamente europeus (quem não acreditar, então faça uma pequena pesquisa). Devo lembrar que, em geral, os brasileiros ( assim como outros imigrantes e até mesmo turistas) não são mal recebidos em Portugal. Portugal tem muito boa fama nesse aspecto. Logicamente preconceitos e problemas existem em todo o lado e Portugal não é excepção, mas penso que não devemos generalizar, pegando num caso ou em meia dúzia de casos isolados que não servem para retractar a realidade. E não nos podemos esquecer das anedotas e piadas sobre portugueses que alguns brasileiros contam e que são completamente desconexas com a realidade cultural portuguesa actual e altamente ofensivas (em matéria de preconceitos, todos têm seus telhados de vidro).

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  3. Também, em vários momentos, ficamos com a sensação de que os portugueses são todos uns covardes, determinadas pessoas dão a entender que os portugueses são uns covardes, pois a esses, devo informá-los de que não conhecem a Historia de Portugal, convido-os a estudar a fundo a História de Portugal (desde o inicio) e verão que os portugueses de covardes nada têm. Por exemplo,o rei não fugiu cobardemente e apressadamente para o Brasil, tudo foi planeado com antecedência, o rei teve de ir obrigatoriamente para o Brasil (que fazia parte do império português), o monarca tinha de ser protegido, para o bem de Portugal e do império português, ele continuou a governar e a reinar mas agora noutra parte do império, agora a corte estava no Brasil e assim Napoleão não conseguiu o que pretendia! Mas a historia tem de ser toda contada, não podemos contar só aquilo que nos interessa, é que os portugueses (e seus aliados) conseguiram expulsar as tropas francesas ( e espanholas) para fora do território português, foram travadas batalhas. E os portugueses ganharam, por isso de covardes nada! É melhor que alguns parem de denegrir a Historia de Portugal e é também importante não recorrer a anacronismos… A Historia do Brasil merece respeito e a portuguesa também.

    Outro erro que é cometido, talvez menos grave, é quando se diz que o rei fugiu em caravelas. Nesse seculo já não existiam caravelas, eram outro tipo de barcos. E, para além disso, em 1500, o barco de Pedro Alvares Cabral não era uma caravela, era uma nau, era um barco enorme que fazia as viagens até à India.

    Há também a questão dos escravos, penso que até já falei sobre isto numa outra publicação aqui no blogue. Escravos sempre existiram no decorrer da História, as nações europeias não inventaram nada. Por isso, é importante salientar que os portugueses não inventaram a escravatura, ela já existia em África, os próprios africanos tinham escravos e eram os próprios africanos que capturavam e entregavam os nativos para estabelecer trocas comerciais com os portugueses. Em relação à forma como os escravos eram tratados no Brasil, apenas era exigido que se respeitassem as leis do reino (ou império) e que se pagassem impostos, mas a forma como os escravos eram tratados era da inteira responsabilidade dos seus senhores, eles é que geriam e administravam todos esses aspectos. E quem eram esses senhores? Esses senhores eram os colonos e os descendentes dos primeiros colonos que nasceram no Brasil e por isso brasileiros! Por isso não culpem os antepassados dos portugueses de cá, culpem, se quiserem, os antepassados dos brasileiros! Não é? Estas pessoas nem pensam no que dizem e fazem discursos totalmente incoerentes. E quando o Brasil ficou independente de Portugal, continuou a ter escravos, Portugal aboliu definitivamente a escravatura antes do Brasil. Aliás Portugal foi pioneiro na abolição da escravatura pois já no tempo em que o Brasil fazia parte do Imperio português, havia ordens para acabar com a escravatura (pelo menos no papel).

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  4. “O Brasil era o paraíso e depois vieram os portugueses e deram cabo de tudo” “ Vocês tiveram a culpa toda” . Vocês quem?! Mais uma vez são ditas coisas sem sentido e mais uma vez devo lembrar que o Brasil é fundamentalmente um país de colonos e não de colonizados! A maior parte das pessoas que dizem estas coisas não são possivelmente descendentes de indígenas mas sim gente que veio de fora, descendentes de gente que veio de fora, por isso não faz qualquer sentido afirmar estas coisas! O Brasil não existia, o Brasil foi uma invenção dos portugueses e dos colonos brasileiros. Quando os portugueses chegaram, apenas existiam terras, com várias tribos de indígenas espalhadas pelo território, mas nenhum sentimento de unidade nacional existia, até porque muitas tribos de Índios eram inimigas. Os portugueses não mataram todos os Índios, ao contrário dos espanhóis, os portugueses foram muito mais brandos, nem tem comparação. As terras que hoje são o Brasil não eram o paraíso, estou certo de que muitas tribos eram pacíficas, essas existiam e hoje ainda existem, mas nem todas eram pacíficas e perfeitas, havia conflitos entre tribos inimigas, praticava-se o canibalismo, aliás há relatos de portugueses que foram comidos. Nem todos eram bons selvagens! Houve tribos que beneficiaram muito com a chegada dos portugueses e estavam interessadas naquilo que os portugueses lhes podiam oferecer, ferramentas etc. Não podemos analisar a historia de forma simplista de forma a encaixar na nossa ideologia! Padre António Vieira até defendeu que os Índios não deveriam ser escravizados.

    “Vocês portugueses roubaram o nosso ouro”. Mais uma vez uma tese mirabolante. Como é que Portugal podia roubar aquilo que lhe pertencia?! Vamos lá, ninguém no seu juízo perfeito rouba o que lhe pertence! Para além disso, a maior parte desse ouro não veio para Portugal, ele foi utilizado para desenvolver e construir o Brasil ( até ouvi isto da boca de alguém que possui passaporte brasileiro), mas quem não acreditar pode pesquisar. Devem verificar se o que eu digo é verdadeiro ou falso.

    “ Se o brasil tivesse sido colonizado por holandeses , ingleses, franceses, etc estaria muito melhor neste momento”. Um conselho a essas pessoas: não culpem os outros pelos vossos problemas. A responsabilidade é vossa! Se Portugal tivesse de culpar os romanos e outros povos que estiveram aqui instalados, se tivéssemos de arranjar culpados dos nossos problemas, então teríamos uma lista cheia de gente para culpar e nós não fazemos isso.

    O Brasil está cheio de imigrantes de outras nacionalidades europeias e não só, pela cultura africana também, mas a culpa é sempre dos portugueses, isso é curioso.

    Se o Brasil tivesse sido colonizado por essa gente toda, provavelmente não seria o país enorme que é hoje, estaria dividido em mil pedaços, como aconteceu com a américa espanhola. E mais, vamos ver exemplos de ex-colónias francesas, holandeses e até mesmo inglesas, basta pesquisar um pouco e ver a maravilha evoluída que são muitos desses países (estou a ser irónico claro), boa parte desses países têm problemas, infelizmente.

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  5. E por mais espantoso que possa parecer, recentemente vi, digamos, uma tentativa de competição no âmbito do ocultismo. E mesmo em relação a esoterismo e ocultismo, acho que Portugal não é assim tão mau como alguém pintava (retractava Portugal quase como se fosse um zero à esquerda). Devo dizer que Portugal tem uma longa história, com muitas antigas tradições (cristãs e pagãs), coisas bem ancestrais, umas mais populares e outras menos populares e algumas dessas coisas passaram até aos nossos dias (provavelmente nem tudo passou a livro nem foi documentado). Para além disso, existe também toda uma tradição esotérica e mística portuguesa, existem livros sobre isso, com locais como Sintra, dedicados a esses temas. Já para não falar da famosa ordem dos templários (mais tarde convertida na ordem de cristo, como vimos) e que sempre teve uma ligação muito estreita com Portugal. O próprio poeta Fernando Pessoa debruçou-se sobre temas esotéricos, ele chegou a conhecer Aleister Crowley. Crowley esteve em Lisboa e conheceu Fernando pessoa.

    E também existe magia em Portugal, agora se é melhor ou pior do que aquela que se pratica no Brasil, isso eu não sei! Não tenho um conhecimento total nesse âmbito. Mas se o Brasil for melhor nesta área, eu não fico minimamente triste. É natural que um país enorme como o Brasil, tendo uma população maior, tem mais por onde escolher, é natural que tenha mais diversidade. Pelo menos no youtube tem mais pessoas a falar sobre estes temas.

    Apesar de não haver uma grande contribuição portuguesa a nível de livros sobre magia com impacto mundial, em Portugal existem coisas mais tradicionais, que são de cá, mas também existem alguns pais de santo, centros espiritas, assim como algumas pessoas que vieram de África e apresentam os seus serviços. Aldrabões também há, esses existem em todo o lado, em qualquer país. Mas, apesar de haver algumas pessoas a procurar ajuda na magia, penso que, em geral, essas coisas não são muito bem vistas em Portugal, a magia é vista como uma coisa de gente inculta, de aldrabões que se aproveitam da boa-fé e do desespero dos outros, são crendices, as pessoas mais cultas tendem a ver dessa maneira. Aceitam mais a religiosidade cristã, os santos, os milagres de Fátima, mas mesmo esses aspectos são vistos como sendo meras superstições sem sentido, por parte de certas camadas da população portuguesa. Na minha opinião, devemos ter a mente aberta mas sempre com pensamento critico.

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  6. Antes de acrescentar mais algumas ideias sobre este tema, queria em primeiro lugar dizer que, para além do link indicado no inicio do texto/comentário acima apresentado (link que pode ser encontrado neste blogue, está publicado noutro artigo que fala sobre os templários portugueses), existe também um vídeo interessante que vale a pena ver porque é mais uma versão alternativa da História de Portugal e prende-se com a Ordem de Cristo e o Infante D. Henrique: https://www.youtube.com/watch?v=F8mElQ7H9m4

    Já agora, também é interessante ver ou ler sobre a relação entre o território que hoje é Portugal e a Atlântida de Platão. Existe material sobre isso.

    Em segundo lugar, pretendo corrigir uma coisa que eu disse aqui em cima, em relação ao facto de uma boa parte das críticas partirem de descendentes de gente que veio de fora, portanto, brasileiros que descendem de imigrantes e de colonos (há também quem defenda que o Brasil nunca foi colónia e por isso este termo é inadequado), etc. É um facto que os portugueses se misturaram com todos os povos (a tal miscigenação), ao contrário de outros ( mais a norte) que por aí andam e que se dedicam a fazer propaganda, armados em paladinos dos valores éticos e anti-racistas, mas às vezes parece que se esquecem (ou, melhor dizendo, fazem de conta que se esquecem) do seu próprio passado e preferem apontar o dedo aos outros, manipulando a informação e mostrando um ponto de vista muito particular, não dando mérito a ninguém (a Portugal, pelo menos não dão muito) e focando-se apenas naquilo que lhes interessa (nada de novo para quem está atento).


    Portanto, a miscigenação aconteceu, por isso é preciso rectificar o que eu disse anteriormente e salientar este aspecto. No entanto, o Brasil foi fundado por portugueses e é fundamentalmente um país de colonos (a tal palavra proibida para alguns, mas vou usá-la só para nos entendermos aqui) porque o modo de vida, o modelo de civilização, os valores, as leis, a administração e organização, a cultura que imperou e ainda impera não é a indígena! É verdade que uma boa parte dos brasileiros que criticam os portugueses são descendentes de gente que veio de fora e não são poucos (portanto neste caso não houve cruzamento com indígenas nem africanos). Mas também podemos dizer que existem muitos brasileiros que não são descendentes digamos puros dos indígenas porque são o resultado dessa miscigenação, dessa mistura, por isso algumas opiniões e críticas não fazem muito sentido porque essas pessoas acabam por estar a criticar os seus próprios antepassados e, seguindo essa lógica, eles deviam sair desse território e deixá-lo apenas para os nativos puros.

    Podemos dizer que Portugal é tão racista que até tem um negro no panteão nacional (não é para qualquer um, atenção) e o actual primeiro ministro não parece ser muito branquinho… Isso quer dizer que não há racismo em Portugal? Não! Isso quer dizer que os imigrantes (negros ou não negros) portam-se todos bem em Portugal? Não! Isso quer dizer que não somos e não fomos os mais racistas de todos e, como já disse, estamos em condições de dar lições a muito boa gente, na europa e fora dela. Branco ou negro, ninguém está isento de defeitos; homem ou mulher, ninguém está isento de defeitos; extracto social alto ou baixo, ninguém esta isento de defeitos; mais estatuto ou menos estatuto, ninguém está isento de defeitos.

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  7. Por exemplo, a propósito do passado, não se trata de defender a escravatura, mas sim de contextualizar e enquadrar e corrigir raciocínios errados e distorcidos. Outra pergunta é a seguinte: será que também já não existiram escravos brancos? É importante pensar nisso e pesquisar.

    Agora notamos que existe uma tentativa mais vincada de contrariar essas tendências anti Portugal, uma valorização e a defesa de uma visão mais justa sobre o passado. Penso que devemos ter uma visão mais racional sobre a História, o mais rigorosa possível, sem ideologias que possam contaminar a nossa compreensão e estudo. Apesar de terem de levar com malcriados, trolls e gente obstinada em suas ideias fruto da tal lavagem cerebral, é precisamente essa a tarefa a que muita gente se propõe, é isso que muita gente (alguns brasileiros e portugueses) tentam fazer aqui na internet, com boas intenções, tentam corrigir essas ideias distorcidas, embora infelizmente nem sempre tenham sucesso, mas é de louvar o seu esforço e paciência. Alguns brasileiros esforçam-se por isso e penso que é de louvar esse esforço e dedicação no sentido de trazer algum bom senso. Penso que esta postura já não é recente, mas tem se notado mais agora essa iniciativa e preocupação (esta também deve ser isenta de ideologias contaminantes). Acredito que muitas destas pessoas são sinceras e não têm como base e motivação nenhum tipo de oportunismo. Portugal agora está na moda, como alguns dizem, muito mais valorizado não só em termos de turismo, mas começa a haver maior interesse em termos culturais e não só, começa a ser procurado por gente importante e famosa que pretende cá morar, começa a atrair projectos e empresas importantes. Será que foi preciso valorizarem-nos para que o Brasil começasse a ver Portugal com outros olhos, arrastado pela corrente internacional? Nalguns casos, provavelmente foi isso que sucedeu.

    Esta ideia de que os portugueses só fizeram coisas más. Mas a verdade é que também fizeram coisas boas! Mais cedo ou mais tarde, a verdade sempre vem ao de cima e a justiça é sempre reposta. Dar mérito a quem o teve, reconhecer que nem tudo foi mau, houve muita coisa boa, contextualizando os acontecimentos.

    Portugueses, os maus da fita, alvos de piada e de troça. Português é para denegrir, portugueses são dignos de comiseração, merecem ser rebaixados. Alguns (não todos) brasileiros sentem vergonha dos portugueses. Tudo o que é mau é herança dos portugueses, os defeitos são todos herança dos portugueses. Os outros imigrantes nunca têm culpa de nada, por exemplo os italianos são os heróis das telenovelas, a cultura italiana é celebrada com orgulho em muitas telenovelas. É verdade que também há telenovelas brasileiras com portugueses, mas noto uma diferença. Apesar de que mais recentemente as coisas parecem ter vindo a melhorar um pouco. Mas, em geral, a esmagadora maioria dos brasileiros é pouco exposto à cultura que vem daqui de Portugal. Talvez a internet tenha vindo compensar algumas lacunas.

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  8. Os outros países (da lusofonia e não só) não parecem ter o mesmo nível de asco que muitos brasileiros sentem em relação a Portugal, isso é curioso. Se existe (não digo que seja completamente inexistente, mas em geral não se nota tanto), não é tão expressado como o caso brasileiro. Agora até achei curioso porque alguns brasileiros tentam incitar ao ódio contra Portugal e tentam aliciar outros países lusófonos africanos para desenvolverem sentimentos anti Portugal e para isso usam o youtube. Apesar de nalguns desses países ter havido guerra colonial (com atrocidades cometidas também por africanos negros) há não muito tempo, não noto tanto essa antipatia em relação a Portugal. As boas relações, projectos e negócios conjuntos com as chamadas ex-colónias serão bem vistos por outros países ou haverá conspiração e interesse para separar? Essa é uma pergunta que devemos fazer!

    Há quem tente explicar esta situação com base em teorias psicológicas, mas confesso que não me interessa muito esse tipo de abordagem, não quero elaborar grandes teorias psicológicas nem psicanalíticas, pois penso que isso é até contraproducente. Mais importante seria tentar perceber a origem de tudo isto, quando é que começou esse sentimento anti Portugal? Há várias teorias e explicações. Importante (ou não) seria talvez também procurar entender a origem desses preconceitos e generalizações, a origem dessa aversão, desse sentimento anti Portugal. É que pode acontecer que tenha havido por detrás disso uma intenção, um interesse especial, por parte de alguém, para criar esses estereótipos e essas antipatias, ou seja, pode não ter sido algo que apareceu de forma digamos espontânea e natural… Mas se parte desse fenómeno teve origem numa certa imigração portuguesa no Brasil, durante um certo período do século XX, e tendo em conta o estrato socioeconómico dessas pessoas (muitas eram pertencentes a um meio rural ou simplesmente uma população mais desfavorecida), é curioso verificar que, tanto quanto sei, essa imigração foi a única alvo de troça e piadas sobre burrice! Apesar de ter havido outros imigrantes que chegaram ao Brasil, provenientes de outros países, e cujo estrato socioecónomico e nível cultural era, a meu ver, muito semelhante ao dos portugueses. Para além disso, muita dessa gente apelidada de burra conseguiu singrar e ter sucesso no Brasil, através de negócios e de outros aspectos. Dito isto, estereótipos existem cá em Portugal, no Brasil e noutros países. Não existe nenhum país que não construa uma imagem, uma simplificação do outro.

    Queria apenas lembrar aos mais distraídos que, apesar de haver alguns aspectos em comum, também existem diferenças culturais entre Portugal e Brasil (e outros países lusófonos), é preciso ter isso em conta! Da mesma forma que não existe apenas um tipo de brasileiro, pois suponho que cada estado e região possuem diferenças e distintas maneiras de estar e de ser, que naturalmente são partilhadas por muitos, mas não por todos.

    Sobre a aversão a Portugal, há quem diga que tudo isto tem contornos de conspiração e já não é uma coisa recente, já tem séculos, e teve os ingleses como principais promotores (se realmente assim foi, não me surpreende muito porque já houve outros curiosos episódios históricos acerca destes nossos “amigos”). Existem também aqueles que culpam a república; outros falam da esquerda, do marxismo e da doutrinação nas escolas públicas do Brasil; outros ainda dizem que foram os descendentes de italianos no Brasil que conspiraram; existem também outras razões e explicações menos conspirativas e relacionadas com aspectos históricos. Já li e ouvi várias versões relacionadas com a lusofobia.

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  9. Em relação aos ingleses, na minha opinião, penso que Portugal fez as alianças que julgou necessárias, mas porventura não foram as melhores… E que tal lembrar a esses cavalheiros que sem essa antiga aliança com Portugal, eles provavelmente nunca teriam conseguido construir no passado o seu vasto império. De vez em quando existe ali uma tentaçãozinha para pintar uma certa imagem do país, estereotipada (não só de Portugal) que é muitas vezes injusta, distorcida e peca pela generalização abusiva. O caso Maddie foi paradigmático e ensinou-nos muita coisa, a mim pelo menos ensinou muito. Claro que muita gente (cá e sobretudo lá no Reino Unido) já abriu os olhos acerca deste caso! Não tenho nada contra ninguém, existe muita gente britânica que é boa gente e alguns vivem aqui em Portugal, mas infelizmente também existe o outro lado, outras atitudes menos boas, outros interesses, outros objectivos. Nem todos os turistas, por exemplo, têm um comportamento exemplar (o mesmo pode ser dito em relação a outros cidadãos de outros países europeus), aliás há comportamentos inqualificáveis principalmente no algarve, e isso não me agrada nada porque tenho boas memórias dessa região, mas sinto que em termos de tranquilidade o algarve já teve tempos melhores.

    Por exemplo, pessoalmente gosto da língua inglesa, portanto não existe aqui qualquer atitude tendenciosa da minha parte, mas confesso que não concordo que a língua inglesa seja a língua universal, pois penso que isso leva a uma certa passividade e comodismo por parte daquelas pessoas cuja língua nativa é o inglês. Será justo que toda a gente aprenda ou se esforce para aprender inglês em todo o mundo quando eles muitas vezes se acomodam e não falam a língua de ninguém? Portanto eles conseguiram que toda a gente falasse a língua deles, mas eles recusam-se a aprender ou nem sequer se esforçam para falar outras línguas estrangeiras. Antigamente usava-se o latim que era uma língua morta, sempre era mais justo. Talvez podíamos recuperar uma língua antiga que já ninguém fala hoje em dia ou então para o contacto internacional, podia-se criar, inventar uma nova língua.

    Em geral, continua a haver gente cheia de arrogâncias e petulância, alguns são totalmente ignorantes em relação a outras culturas e países, cheios de estereótipos e preconceitos na cabeça. Os norte americanos costumam ter má-fama em relação a geografia e afins, mas é garantido que aqui na europa existem pessoas que demonstram o mesmo tipo de ignorância!

    Nenhuma cultura é estática e rígida ao longo do tempo, porque existem processos de influência e o contacto com aspectos de outras culturas pode até levar a uma mistura e fusão que tem como resultado algo verdadeiramente original, diferente de tudo que já existe. Sobre a globalização (porque mencionei-a no artigo principal), acredito que é sempre útil e bom uniformizar certos aspectos que são de valor, e funcionam melhor do que outros, por exemplo. Outras coisas podem ser também incorporadas numa cultura e podem ser espalhadas globalmente, não existe nada de mal nisso. Mas a diversidade não deve ser totalmente destruída, é isso que penso. O problema é que muitas vezes há o hábito de importar tendências e cultura que vem de fora, em prejuízo do bom que existe dentro. Há espaço para tudo e é importante preservar o que temos, importar tendências e ideias sim, mas sem ao mesmo tempo deixar de ser original. Conservar uma identidade própria (isto tanto vale para uma determinada região como também em relação a uma pessoa). Há sempre influências e isso, portanto, tem aspectos bons e maus, é como tudo na vida, porque existem sempre coisas boas, mas, na minha opinião, também existe muita porcaria vinda do exterior e que nos influencia, mas isso cabe a cada um analisar…. Com a globalização vieram coisas boas, positivas, mais diversidade, possibilidades, opções e vantagens, mas também se propagou muita mediocridade e dá-se valor a coisas que muitas vezes não têm muito valor.

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  10. Eu podia ter nascido noutro lugar, planeta ou dimensão, qualquer pessoa pode dizer isto e chegar a esta conclusão, isto não tem nada de especial. Os países dão-nos coisas boas mas também dão-nos outras menos boas. Não tenho nenhuma obrigação de defender nenhum país (neste caso Portugal), não devo nada a ninguém, e apenas posso defender o que achar justo e pertinente, por decisão e livre escolha e não por imposição de algo ou alguém, e estou-me nas tintas para os patriotismos exacerbados. No entanto, em nenhum momento alguma vez senti vergonha de ser português. Nunca! Conheço minimamente a História deste país que, não sendo perfeito, tem muitas virtudes e teve um papel relevante na História mundial, apesar de alguns não lhe darem o devido e merecido destaque, inclusivamente alguns portugueses que são capazes de dizer coisas extraordinárias… uma certa ingenuidade até, não sabem o que dizem e passam a vida a colocar outros países estrangeiros num pedestal, quando na verdade existem aqui em Portugal aspectos neste momento que são até melhores do que noutros países. Esta mania de pedestalizar certos países como se estes não tivessem defeitos, tudo isto aborrece-me. Existe por parte destas pessoas uma tendência, portanto para exagerar. Também podemos verificar o caso daqueles portugueses que emigraram, são muito patrióticos, mas depois quando vêm cá ao seu país de origem, adoram armar-se ao pingarelho e rebaixar os outros que cá ficaram a viver, são cenas muito tristes, de facto, mas felizmente os emigrantes não são todos iguais. Claro que muitas dessas afirmações são contrariadas por outros portugueses que vivem e trabalham fora do país e estes dizem que Portugal não está assim tão atrasado em relação a certos países e em alguns aspectos está até melhor. Esses portugueses são justos e sérios, mas, como já disse, também existem os outros, aqueles que só gostam de fazer exibição e dizer mal de Portugal… Em Portugal ainda existem arrogâncias e alguns atritos, certas regiões e cidades acham-se melhores do que outras etc, em todos os países existem estas coisas, mas nada de muito grave, somos em geral um país unido, toda a gente se sente português.

    Nacionalismos, e patriotismos muito intensos, foram e têm sido aproveitados por alguns, no sentido de manipular opiniões e cabeças, convencer, fazer aceitar e levar à realização de certos actos. Hoje em dia as coisas são um pouco diferentes (porque hoje muita gente desconfia e não cai assim tão facilmente), mas, no passado, para além de em certos casos haver coerção, era muito evidente e vincada essa lavagem mental.

    O facto de alguém nascer num determinado país pode não significar nada. Pode suceder o seguinte: há pessoas que não se identificam com nenhum país, talvez sejam “extraterrestres” ou talvez tenham vindo de outro lugar…, nunca se sabe; há pessoas que têm mais do que uma pátria ou são cosmopolitas; existem imigrantes que sentem que determinado país acolheu-os bem, sentem por isso gratidão e tornam-se até mais patriotas do que os próprios cidadãos que nasceram nesse mesmo país; há pessoas que nunca foram felizes no seu país de origem e depois descobrem que afinal tinham mais coisas em comum com outra cultura, identificam-se mais com outra cultura, outro país; uma pessoa também pode ter mais coisas em comum com um estrangeiro do que propriamente com um conterrâneo ou compatriota ( no que diz respeito a amizades, por exemplo), independentemente de gostar muito ou pouco do seu país de origem. Por isso, aqui neste aspecto tudo é possível e essas digamos sintonias entre pessoas não têm de necessariamente acontecer só porque alguém habita o mesmo espaço geográfico. Para além disso, pátria pode ganhar um sentido e significado diferente e passar a ser qualquer sitio onde nos sentimos bem e somos bem tratados (o mesmo vale para uma região de um país, quando passamos a residir noutra região desse mesmo país).

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  12. Ninguém vive do passado (da História de um país), pois vivemos no e do presente e contruímos o futuro no presente. O passado não deve ser substituto de nada, não deve servir para compensar nada. O passado não deve ser um consolo quando não conseguimos atingir o que gostaríamos, e isso pode até gerar passividade e conformismo. O passado apenas pode servir para motivar, criar auto-estima, inspirar e estimular o presente e a construção do futuro. No entanto, é importante valorizar certos aspectos e sobretudo entender a História, aprender com ela. Preservar património histórico, etc.

    Existem alguns documentários internacionais (muito poucos) sobre os descobrimentos marítimos e os navegadores portugueses. É preciso salientar que a revolução cientifica começou em Portugal com os descobrimentos, mas ninguém fala disto, ninguém diz isto, porque não interessa, há gente que só quer dar valor a colombos e a outras figuras do renascimento, quando os navegadores portugueses fizeram coisas muito mais importantes e difíceis, facto reconhecido até por alguns historiadores estrangeiros e pessoas ligadas a outras ciências.

    https://www.publico.pt/2014/05/22/ciencia/entrevista/ciencia-moderna-nasceu-com-os-descobrimentos-portugueses-antes-de-copernico-e-galileu-1636938

    https://www.youtube.com/watch?v=7xUEZt0_osc

    Os navegadores e exploradores portugueses, essa gente que se sacrificou (não foi só por causa da parte económica e comercial, não se pode reduzir apenas a isso) nunca foram e nunca serão esquecidos. Seus feitos, sua coragem, serão sempre valorizadas, pelo menos aqui em Portugal serão sempre lembrados, tal como os primeiros exploradores espaciais nunca serão esquecidos, arriscaram as suas vidas e hoje beneficiamos com isso, embora os navegadores (e não só) tenham passado por coisas mais difíceis do que os exploradores espaciais. Com todos os seus defeitos e virtudes, nunca serão esquecidos, dentro do contexto, cultura e mentalidade de uma determinada época.

    Para finalizar e concluir este longo texto, queria dizer que o perigo disto tudo reside no seguinte: sejam brasileiros, espanhóis (porque de vez em quando também há discussões, provocações, sobrancerias e ataques na internet, embora haja também muitos espanhóis, assim como brasileiros, que respeitam e gostam de Portugal e tenho de ser justo e deixar isso bem claro), ou pessoas de outros países, sejamos inteligentes e juntos pensemos nos interesses que possamos ter em comum. Não vamos perder tempo com quem nos quer mal e não gosta de nós. O perigo reside na tentação de, ao ver tantos ódios e faltas de respeito, também nós desenvolvermos xenofobia, em resposta. É importante não cair nessa tentação e optar por dar valor àqueles que nos respeitam e são educados connosco porque os outros não nos interessam e com esses não devemos querer nada. Outra coisa é não confundir governos com as pessoas, os cidadãos de um país, porque os comportamentos, atitudes e decisões de governos nem sempre representam aquilo que os cidadãos pensam e sentem. Não generalizar em demasia, porque mesmo que exista muita gente que pensa x e tem a atitude y, isso não quer dizer que toda a gente nesse país partilhe x e y. Salientei que devemos ter cuidado com as generalizações, isso é importante e é uma regra que eu sigo.

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  13. Se for preciso, defenderei aqui com a minha opinião outros países e povos se vir que injustiças e meias verdades estão a ser cometidas. Não sou um nacionalista nem acho que é bom crescer à custa de espezinhar os outros, porque há outros “portugais” por aí!

    Não tenho nenhuma obrigação de defender nenhum país e estou me nas tintas para os nacionalismos, como já disse. Nasci aqui, não sei se seria mais feliz se tivesse nascido noutro lugar qualquer, isso nunca saberei. Hoje, Portugal é considerado um país desenvolvido, é verdade que não é perfeito, mas tem muitas virtudes e coisas pelas quais nos devemos orgulhar. Não posso falar por todos, mas, na minha opinião, Portugal não pretende ser nenhuma superpotência, apenas temos como objectivo: viver em paz e segurança (ainda mais); proporcionar uma vida digna para todos; ter a liberdade para fazermos o que quisermos; e sermos tranquilos, realizados e felizes. Só isso! Isto deveria ser o objectivo de qualquer país. Queremos ser justos nas nossas análises e não apontar o dedo a quem não merece, culpando outros injustamente. Sem nunca esquecer quem, de facto, já nos prejudicou. Por isso, queremos reconhecer os nossos próprios erros, ter os pés bem assentes no chão, inovar, corrigir e melhorar o que for possível. Queremos ser reconhecidos por aquilo que temos de melhor, promover-nos, mas não almejando demasiado protagonismo pois entendo que isso pode ser mau, tendo em conta a natureza deste mundo, tal como o conhecemos. Queremos viver num país onde existam boas pessoas, os menos bons e os maus podem sair, porque não fazem falta nenhuma. E outros igualmente bons são convidados a entrar se quiserem, para acrescentar valor e não para estragar. Não almejar excesso de protagonismo (o que não significa necessariamente ausência total de influência porque a boa influência não se faz à custa de muito alarde). Podem todos ficar a ganhar. Sem amesquinhar ninguém, sem contar meias verdades, sem informação distorcida, sem viés, e sempre dando mérito a quem o merece. Portugal será uma potência, mas não como no passado já foi, será uma potência num sentido diferente. Não sei como será o futuro, mas estes são os meus votos. Por aqueles que merecem!

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